sexta-feira, 28 de março de 2014

Make love, not lepo-lepo

Diz o Marcos Lúcio: 
 
"Esta piadinha é beeeeeem legal... Lepo-lepo é mau-gosto total! Coisa mais caricata e idiotizante: 
 
 Eles se reencontraram por acaso, uns cinco anos depois do fim. Ela nunca entendeu o motivo do 'pé na bunda'. Ele alegou na época que era por uma razão bem particular. Qual era? Jamais disse. Agora ela tinha a oportunidade de perguntar novamente: por quê? O que tão grave separara os dois? Dessa vez, sossegado pela distância do tempo, ele resolveu falar:

- Me desculpe, mas eu perdi todo o meu interesse no dia que você sugeriu que a gente fizesse um... lepo-lepo.

 - Lepo-lepo???

- Isso, daquela música que fez sucesso na época. Desculpe pela franqueza tardia, mas eu sou um cara que transa, trepa, faz amor, essas coisas. Mas... lepo-lepo??? Pelamordedeus, hein???

E ele foi embora mais uma vez, sem olhar pra trás."


quarta-feira, 26 de março de 2014

Frase do dia

"O mestre não é aquele que vence sempre, é aquele que dá o melhor de si em todas as situações"

                                                                                                  Carlos Castañeda


domingo, 23 de março de 2014

O que seria do vermelho se todos gostassem do azul?

O bichinho de estimação da minha amiga Cíntia é uma gatinha chamada Milk...



E o da minha amiga Lu é um gambazinho chamado Coffee...
 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Batatas

Ela descascava as batatas e as colocava no mármore encardido da pia da cozinha.
A porta fechada era uma fronteira viva entre o corredor decorado por naturezas-mortas e a protegia das reclamações do pai, que inundavam a casa, vindas do quarto do moribundo. Foi sempre assim. O pai sempre perdeu muito tempo reclamando da vida e queixando-se da mão de Deus. Viveu os plenos dias e a insanidade, por fim.

A porta se abriu. A mãe entrou na cozinha maldizendo a suposta sujeira dos móveis e lamentando a velhice que lhe apagou os traços. Na sucessão das noites morreram-lhe os sonhos, restando a amargura pelo irrevogável.
Por um momento as vozes se confundiram, se misturaram como se fossem um dueto, e a ouvinte pousou a faca sobre o mármore, deixou cair a batata.
A mãe saiu da cozinha, deixando a porta aberta.

O pai se calou.
Ela retomou as batatas.
Mas o silêncio era pesado, o silêncio era afiado. O silêncio era quase rubro.

A lâmina prata refletiu a luz que vinha pela janela.

A luz.
O pai gritou outra vez em seu quarto.

A mãe gritou outra vez por Deus.
Deus?

A batata tombou na pia, a mão deslizou sobre o mármore.
O mármore frio como uma laje esquecida.

Socorro.

Um grito inaudível e cortante, um grito por Deus.

A luz.

Deus?

A lâmina.
O suplício.

O suplício rubro.

As batatas vermelhas rolando pelo mármore.
A natureza-morta invadindo o espaço da cozinha.

(Fernanda Dannemann)

sexta-feira, 7 de março de 2014

"O ser humano virou salsicha"

Se o blog do Migliaccio é bom, imagina conversar com ele... passado o Carnaval, ele me solta esta frase que virou título de post:

-- O ser humano virou salsicha! Todo mundo igual...
Eu ri, e ri pela expressão de tédio e desânimo na cara dele, e também provavelmente na minha. Pouca gente está se dando conta, mas a TV e as redes sociais estão unificando tudo de uma maneira nojenta. Este desejo humano de ser aceito, “de entrar para o clube” é a mola que acaba com as diferenças. Mas que coisa chata, hein? Que pobreza emocional! É assim que nascem as ditaduras e a ignorância se perpetua.

Por todas estas coisas, eu não aguento mais ver TV aberta, tomei verdadeira ojeriza, acho tudo uma cafonice sem tamanho. Todo mundo fazendo pose, caras e bocas, vendendo a alma pra aparecer no programa do Faustão ou da Fátima Bernardes... ai, ai... credo.
Não vi nada (NADA) de carnaval. Viajei pra Marte. Não, não, viajei pra Saturno, que é mais longe. Certamente haverá por aí uma legião de salsichas que me chame de maluca, mas logrei passar o Carnaval incólume, sem barulho, desfile, vodca, noitaaaaada...

Só por que é Carnaval a gente tem que entrar na dança?
Na Quarta-feira de Cinzas eu estava inteira, pronta para o ano que então começa, e sem ressaca no corpo ou na alma, sem fantasia pra jogar fora ou recosturar, sem precisar fazer desintoxicação com suco verde.  Porque Carnaval é assim, vira cinzas na quarta-feira...
Alguma salsicha de plantão dirá que ando melancólica, e é verdade. Deve ser a TPM, coisa de mulherzinha. Ou de alienígena que não entra na dança dos blocos enfurecidos na cidade colorida.

A salsichada já chegou até mesmo nos desfiles na Sapucaí, onde é triste de se ver a comissão de frente dançando coreografias... eu me recuso!

Alguma salsicha dirá:
-- Ah, mas isso aí é o maior show da Terra, o mundo inteiro tá vendo, tem que profissionalizar, os americanos estão de olho... é muito dinheiro correndo...

Ah, é, é? Dinheiro correndo? E quede o samba no pé? Este é que já correu, e há muito tempo. Fugiu. Até os passistas não podem mais sambar livremente!  
Estão fazendo com o Carnaval o mesmo que fizeram com o futebol: matando toda a raiz e enlatando o que sobra.
O que sobra? É salsicha!