sábado, 21 de novembro de 2015

Por que voltar a Buenos Aires?

Para tomar um café como este, e pagar o equivalente a R$ 40,00...

 
Comer bem a qualquer hora do dia, e ser bem atendido, pagando muito menos que no Rio...
 
 

Ver uma arquitetura lindíssima, e muito verde misturando-se à paisagem...



Caminhar pela cidade e ter diversão garantida só de olhar, porque tudo é lindo!



Fazer uma consulta com meu médico preferido...




Ouvir um tangão "daqueles"...



E reencontrar velhos amigos!


A foto abaixo foi tirada em 2006, quando eu morava na Argentina e conheci o sr. Alfredo. Todos os dias, a caminho da faculdade onde estudava, eu parava por instantes para vê-lo dançar tango na rua. Um dia ele me convidou para dançar e aceitei. E eis que ele me tascou um beijo na boca!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Triste lugar para uma mulher

Certas atitudes que cometemos na vida aderem-se a nós como uma segunda pele. Ou uma cicatriz. Uma sombra. São atitudes que mais tarde transformam-se em vergonha ou em arrependimento. Em lamento ou decepção íntima, daquelas que a gente tem a respeito de si mesmo. Sabe como é?

O ex-jogador Gerson, por exemplo, arrependeu-se daquele comercial de cigarros, em que pronunciou a frase fatídica: "Tem que levar vantagem em tudo, certo?". E que o marcou de modo definitivo e injusto.

Acontece com todo mundo... uma cruz às costas, na forma de arrependimento.

Foi justamente num momento em que as mulheres estão em toda parte pedindo reconhecimento aos seus direitos, gritando até pelos poros que não aceitam mais a desigualdade e a violência de uma sociedade onde até elas próprias, mulheres, não percebem seu discurso de opressão, e o reproduzem... num momento em que a lei se volta para a violência contra a mulher, seja através da Lei Maria da Penha e do Feminicídio... pois bem, foi neste momento que a ex-esposa do candidato à prefeitura do Rio, o sr. Pedro Paulo, foi à TV para defendê-lo e dizer que não, "ele nunca foi um cara agressivo".

Opa!

Vitima duas vezes de violência doméstica enquanto casada com Pedro Paulo, Alexandra, mostrou-se extremamente pouco à vontade na entrevista coletiva dada ao lado do candidato, uma tentativa desastrada de salvação de sua candidatura.

Seu mal-estar me contaminou ao vê-la naquela situação, defensora de seu algoz. Queixou-se da imprensa, que transformou a vida dele, dela e da filha de ambos em "um inferno", enquanto Pedro Paulo recorria a argumentos absurdos na tentativa de uma defesa patética. "Quem nunca teve um descontrole?", "Quem nunca teve uma briga em casa?", perguntou ele, com um sorriso entre o desesperado e o ridículo, enquanto ela mantinha a cabeça baixa, atitude que muitos enxergaram como opressão, e eu vi como constrangimento. Um constrangimento (quem sabe?) tão forte que me pareceu também semente de arrependimento...

Esta lamentável situação nos mostra que a revelação da história foi um estrago tão grande, que a equipe de especialistas convocada para lidar com crises não deu cabo do problema.

Mostra ainda que o prefeito, que insiste na candidatura de Pedro Paulo, considera aceitável este tipo de comportamento. E pior: desrespeita as mulheres, ao tentar fazer com que nós votemos em um candidato que bate e xinga mulher.

E mostra que o movimento de libertação da mulher está mesmo apenas no começo. A atitude de Alexandra comprovou isso. Triste.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O silêncio da dona Marisa

Olha, vou contar uma coisa pra vocês: se eu fosse dona de um jornal importante, ou editora-chefe de uma grande revista, colocaria meus repórteres para trabalhar e mostrar a todo mundo o que pensa a dona Marisa. É, a dona Marisa Letícia, mulher do Lula, que entrou para a história por ter costurado a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores.

"Galega", como é chamada pelo marido, virou mulher invisível: se como Primeira-Dama já não tinha visibilidade, agora como "ex" parece ter saído definitivamente de circulação.

Dona Marisa não aparece... nem mesmo à época do falatório de que o marido teria um caso com a antiga secretária de gabinete, a Rosemary Noronha, que deu a volta ao mundo com ele em missões oficiais, dona Marisa apareceu. E nem para brigar pelos filhos, ou com eles, acusados de envolvimento com propina e corrupção, ela saiu das sombras.

Meia hora de conversa com dona Marisa, mulher que já liderou passeata de protesto nos anos 80 para tirar o marido da prisão, mas que, hoje, não aparece para protestar contra nada... e se eu só tivesse cinco minutos com ela, a pergunta seria simples: tanto silêncio por quê?



Entrevista oportunista em maio de 2003, início do primeiro mandato de Lula. A dita "presença de Marisa", no entanto, não se confirmou como Primeira-Dama, já que esteve sempre apagada e à sombra do marido.
Doze anos e tantos escândalos depois, dona Marisa continua devendo sua presença ao Brasil.