Nova Iorque tem museus de todos os tipos e para todos os gostos, mas foi virando uma esquina que meu co-piloto viu, em um prédio acima de qualquer suspeita, o nome fatal:
Klimt
Pára tudo! Klimt? Gustav Klimt? Onde, homem de Deus? Quede o museu? Quede a exposição do meu pintor austríaco preferido?
Era um prédio comum, igual a todos os outros da área, e uma entrada tímida. Estávamos no Neue Galerie Museum for German and Austrian Art. Anote aí no seu caderninho, porque vale a pena conhecer, meu bem... fica pertinho do Guggenheim.
Estávamos de bermuda e camiseta, sabe como é... dois turistas turistando em NY. O povo que entrava era do mais alto naipe, todo mundo de terno, um chiquê danado. Mas não consegui deixar para amanhã.
Entrei. E levei um choque quando vi o retrato dourado de Adele Bloch-Bauer, que sempre imaginei pequenininho, mas que é enorme... e realmente uma obra-prima. Sentada diante do quadro, perdi a noção do tempo...
Embora contasse com apenas seis quadros de Klimt, a exposição mostrava objetos pessoais, como um caderninho de anotações aberto, e muitas fotografias do artista rebelde da art-nouveau, que retratava mulheres esplendorosas e paisagens com ares de impressionismo; um revolucionário que protestava contra a tradição nas artes e que deu ares modernos a Judith, personagem bíblico, sendo justamente ela uma de suas obras-primas.
Ver de perto o caderninho de anotações de Klimt, alguns de seus rabiscos sem nexo... vou te contar: foram os 44 dólares mais bem gastos da viagem.