Obrigada, Danilo, pelas palavras de Jorge de Lima, que me pegaram de surpresa como um soco no estômago. A poesia é, ao meu ver, o que há de mais "fino", de mais elevado entre as criações humanas; é a única coisa, além da verdadeira caridade, que faz de nós uma sombra tímida de Deus.
"Também há as naus que não chegam
mesmo sem ter naufragado:
não porque nunca tivessem
quem as guiasse no mar
ou não tivessem velame
ou leme ou âncora ou vento
ou porque se embebedassem
ou rotas se despregassem,
mas simplesmente porque
já estavam podres no tronco
da árvore de que as tiraram".
Fernanda,estou aquí no aguardo de mais um ano,e neste decorrer,vou continuar acompanhando o ALMA LAVADA.
ResponderExcluirComo já falei aquí,o terreiro é muito gostoso pra gente largar assim,sem quê nem mais...
UM FELIZ 2012 PARA VOCÊ QUERIDA!!!
Monica.
Monica, que bom que você continuará por aqui... este blog, sem você, não seria a mesma coisa, pode ter certeza! Feliz 2012 pra você também! beijão!
ResponderExcluirEstou contentíssimo por ter tocado na emoção da melhor blogueira que conheço e, claro, agradecido por ser referência neste_como sempre oportuno_ post. Também contente, porque, na verdade, este belíssimo poema recebi-o em mensagem de "fimdeano", juntamente com o texto da Renata Penna, através do melhor amigo que tenho e que você já sabe...o quase onipresente ou "entidade" viva no seu "terreiro de luzes"... rs... o ML.Interessante que o poema teve quase o mesmo efeito em mim. Descobri nele uma potência estranha, habilidosa em causar tanta euforia e prazer quanto espanto e desconforto. Considero que o recém descoberto Jorge de Lima_genial_ apresenta um processo similar ao da colagem. Cria em seus poemas_andei lend outros fantásticos, inclusive o da Nega Fulô_ cenas plásticas em que os elementos, personagens e objetos interagem entre si, gerando um certo estranhamento, que instiga a sensibilidade do leitor...por isto pegou de surpresa a talentosíssima e charmosa Fernanda Carolina, não é mesmo?
ResponderExcluirPara rechear e iluminar seu Ano Novo, escolhi este outro, que suponho, será do seu agrado, também.
Boas vibraçoes e energias, com muita saúde e sorte em 2012 e nos próximos anos que, certamete, virão.
Abraço forte e afeto
Danilo.
Poema escolhido
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à lua
Quando a sobra da noite enegrece o poente.
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões de rua!
Resolvi, FCqueriDannemann, que a primeira digitação do ano de dois mil e DOZE, seria sobre a DOSE certa de beleza e reflexão que a verdadeira poesia pode proporcionar. Faço meus os seus argutos comentários sobre a finesse desta superior criação humana (salve Fernando Pessoa e demais gênios desta quase bênção ou forma de oração em versos...porém ao alcance exclusivo de raríssimos escolhidos pela Lira).
ResponderExcluirComo a poesia é vida destilada, ou seiva para o coração...considero oportuna e feliz esta observação poética e luminosa do Reinaldo Jardim:
"Todo poeta é um anjo...mas um anjo ensandecido.
Todo poema é um arranjo entre o real e o sofrido: esconde em sua entranha...bálsamo e peito ferido.
É um campo minado, o Poema.
Pise com cuidado esse chão de palavras".
Se preferir o Garcia Lorca, fica assim, então:
"Poesia é o impossível feito possível. Harpa que tem, em vez de cordas, corações e chamas".
Boas vibraões e energias + caloroso abraço.