Fechei os olhos para o jeito esquisito da figura, que
nem falar falava, nem um sorrisinho de leve se dignava a dar. Era mais ou menos
assim:
-- Bom dia, Fulana!
-- Humpf.
-- Você é alérgica a algum produto de limpeza?
-- Humpf, humpf, humpf.
E até:
-- Hora do almoço!
-- Huuuuuumpf!!!!!!
Mas ela dava conta do recado, e tanto, que fiz vista
grossa pra tudo e tratei de calar a boca da minha intuição, que já estava com
dor de garganta de tanto gritar. As pessoas são diferentes, o que é que tem de
mal? O Brasil é um país livre e o cidadão pode ser o que quiser, inclusive
mal-encarado e esquisito, uai!
Então começaram o sinais... um dia minha Comigo-Ninguém-Pode apareceu seca e morta
na porta de casa... depois foi a vez da Espada-de-São-Jorge, que parecia ter perdido a briga com o dragão... ( e eu imaginei estar vendo o dragão varrendo a casa, mas varria tão bem que deixei prá lá).
Mas aí os peixinhos amanheceram boiando no aquário, e não deu mais pra relevar... corri pro telefone e chamei minha amiga mãe-de-santo, expert em assuntos esquisitos. Não teve trelelê:
Mas aí os peixinhos amanheceram boiando no aquário, e não deu mais pra relevar... corri pro telefone e chamei minha amiga mãe-de-santo, expert em assuntos esquisitos. Não teve trelelê:
-- Compra tudo de novo, e se morrer outra vez manda
a empregada nova embora.
Na loja de plantas, contei meu drama ao vendedor e
saí de lá com um kit que incluía, além da “Comigo" e da “Espada”, duas
pimenteiras e um vasinho de arruda. O homem ainda aconselhou, apontando o indicador para o céu:
-- Faz uma reza porque é sempre bom...
-- Faz uma reza porque é sempre bom...
Chegou o dia da faxina e abri a porta confiante no
meu “corpo fechado”.
-- Bom dia, Fulana!
-- Humpf!
Foi nesta tarde, quando voltei do trabalho, que
descobri que ela sabe sorrir, porque foi com um sorriso
nos lábios que contou o seguinte:
-- Estourou um cano na cozinha, alagou a casa do vizinho de
baixo, estragou um armário que ele acabou de comprar e a senhora vai ter que pagar todo o prejuízo sozinha.
Tomou mais um gole de café e arrematou a história:
-- E eu não limpei nada porque fecharam o registro e estamos sem água. Acho que a senhora vai ter que tomar banho na casa da sua sogra!
Tomou mais um gole de café e arrematou a história:
-- E eu não limpei nada porque fecharam o registro e estamos sem água. Acho que a senhora vai ter que tomar banho na casa da sua sogra!
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Trago a Cinderela do lar em três dias
Limonada na macumba telepática
Afffffffffff
ResponderExcluirMercedes
^Não é só "Affffffff", Mercedes: é "humpf" também!
ExcluirMas isso nao eh uma empregada. Eh um docinho de coco! (com acento)
ResponderExcluirDaqueles que não nascem em árvore!
ExcluirSai pra lá espírito opaco!
ResponderExcluirHumpf!
ResponderExcluirSergio Natureza - BA
Fernanda minha querida!Isso não é uma empregada,e sim um feitiço que lhe mandaram!!!
ResponderExcluirMonica.
Deus me livre! Será?!
ExcluirFernanda,
ResponderExcluirSecar avencas, ja escutei muitas historias .....agora, secar: comigo ninguem pode, e espadas de Sao jorge ......PODE PARAR... que bom, que ela nao trabalha mais na sua casa .....
Felicidades,
Gilda Bose
Gilda, não é mesmo de lascar?!
ExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirÉ parece que sua diarista "Carranca de Copacabana" está nas enrgias e posturas mentais das pessoas que tem curiosidade mórbida. Pelo que percebo, esse tipo de comportamento é um misto de prazer e admiração sádica, podendo chegar à fixação pelo enaltecimento da desgraça, principalmente se for alheia.
Basta ocorrer um acidente em local público, que junta um monte de gente para admirar quem se estoporou ou se deu mal. E não satisfeitos com isso, fazem questão de filmar e fotografar com suas câmeras de celular. Além é claro, de enviarem as imagens para os(as) conhecidos(as) e postarem nas redes sociais que participam. E como isso só não bastasse, usando o mesmo celular, tratam de relatar os detalhes mórbidos para os(as) mesmos(as) conhecidos(as). Tudo isso para mostrar as maravilhas que sabem fazer usando o celular com câmera fotográfica e filmadora e como estão tecnologicamente atualizados(as).
Sinto saudades das décadas passadas, quando a vida era menos midiática, sádica e esquizóde, pois infelizmente, nem todas as pessoas possuem senso de razoabilidade para usarem a modernidade tecnológica disponível.
Não se pode falar no celular em agência bancária, então a minha razoabilidade recomenda que se desligue o aparelho antes da entrada na mesma, até porque, a porta giratória vai acabar travando em função do celular estar ligado e aí, algum vigilante de mau-humor ou ovo virado, pode acabar te metendo bala, supondo que você está armado(a).
Igualmente não é recomendado se falar no celular durante sessões de cinema, teatro, aulas, palestras, audiências e reuniões profissionais. Com isso, minha razoabilidade igualmente recomenda desligar o aparelho antes desses eventos iniciarem-se.
Durante o sexo, idem, por questões óbvias de razoabilidade, pois caso o mundo esteja acabando e alguém mais próximo(a) quiser te avisar, eu prefiro morrer feliz.
Felicidades e boas energias.
Esta novela parece: " Procura-se uma diarista desesperadamente e que Deus me proteja!"
ResponderExcluirChuta que é macumba!
ResponderExcluirTem que ser com o peh esquerdo!
ExcluirVilma, super obrigada! Se eu precisar, te aviso! bjos
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