Deixo inflar o pensamento,
E quando infla,
No meu querer estoura esta carência.
Tudo objeto de outra natureza
Que não material
(Palpável, dura, tão concreta)Como o desejo em mim,
Que é propriedade tua:
Este querer com ponta fina de metal
Que fere tanto,
De tão carnal.
(Fernanda Dannemann)
Fernanda, lindo poema. Mas só faltou fechar o parentesis. Bjs, Ana Paula
ResponderExcluirValeu, Ana Paula! Já corrigi. (Adorei que você gostou do poema!)
ExcluirComo os belos poemas, como este, são o pão para a alma, lembrei-me imediatamente deste outro, divinamente interpretado pela Simone.
ResponderExcluirPão e Poesia
Moraes Moreira
Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar
Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
fazer menino ou menina, edifício e maracá
virtude e vício, liberdade e precipício
fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar
Se a vida fosse o meu desejo
dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
e o portão do paraíso é teu abraço
quando a fábrica apitar
Numa paisagem entre o pão e a poesia
entre o quero e o não queria
entre a terra e o luar
não é na guerra, nem saudade nem futuro
é o amor no pé do muro sem ninguém policiar
É a faculdade de sonhar é uma poesia
que principia quando eu paro de pensar
pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
que te maltrata entre o almoço e o jantar
O lindo espaço entre a fruta e o caroço
quando explode é um alvoroço
que distrai o teu olhar
é a natureza onde eu pareço metade
da tua mesma vontade
escondida em outro olhar
E como o doce não esconde a tamarinda
essa beleza só finda
quando a outra começar
vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
nesse dia é feriado não precisa trabalhar
Pra não dizer que eu não falei da fantasia
que acaricia o pensamento popular
o amor que fica entre a fala e a tua boca
nem a palavra mais louca, consegue significar: felicidade
Santé e axé!
Marcos Lúcio