terça-feira, 13 de agosto de 2013

Tátil

De voz, de coxas e outros objetos

Deixo inflar o pensamento,
E quando infla,

No meu querer estoura esta carência.


Tudo objeto de outra natureza

Que não material
(Palpável, dura, tão concreta)

Como o desejo em mim,

Que é propriedade tua:
Este querer com ponta fina de metal

Que fere tanto,

De tão carnal.


(Fernanda Dannemann)



3 comentários:

  1. Fernanda, lindo poema. Mas só faltou fechar o parentesis. Bjs, Ana Paula

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    1. Valeu, Ana Paula! Já corrigi. (Adorei que você gostou do poema!)

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  2. Como os belos poemas, como este, são o pão para a alma, lembrei-me imediatamente deste outro, divinamente interpretado pela Simone.

    Pão e Poesia
    Moraes Moreira

    Felicidade é uma cidade pequenina
    é uma casinha é uma colina
    qualquer lugar que se ilumina
    quando a gente quer amar

    Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
    fazer menino ou menina, edifício e maracá
    virtude e vício, liberdade e precipício
    fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar

    Se a vida fosse o meu desejo
    dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
    e o portão do paraíso é teu abraço
    quando a fábrica apitar

    Numa paisagem entre o pão e a poesia
    entre o quero e o não queria
    entre a terra e o luar
    não é na guerra, nem saudade nem futuro
    é o amor no pé do muro sem ninguém policiar

    É a faculdade de sonhar é uma poesia
    que principia quando eu paro de pensar
    pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
    que te maltrata entre o almoço e o jantar

    O lindo espaço entre a fruta e o caroço
    quando explode é um alvoroço
    que distrai o teu olhar
    é a natureza onde eu pareço metade
    da tua mesma vontade
    escondida em outro olhar

    E como o doce não esconde a tamarinda
    essa beleza só finda
    quando a outra começar
    vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
    nesse dia é feriado não precisa trabalhar

    Pra não dizer que eu não falei da fantasia
    que acaricia o pensamento popular
    o amor que fica entre a fala e a tua boca
    nem a palavra mais louca, consegue significar: felicidade
    Santé e axé!
    Marcos Lúcio

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