-- Porco?! Que porco?!
-- Este que está nas suas costas!
Para limpar sua barra, o caipira fez que levou um
tremendo susto, bateu no ombro como se espantasse uma barata e gritou logo:
-- Credo! Tira este bicho daí!!!
Ok... todo este preâmbulo para dizer que, findas as
férias, cantei aquela música que diz que “o show já terminou, vamos voltar à
realidade” e tratei de ir ao banco pagar a conta de luz. Sou aquele tipo de
correntista controlada, que sempre tem os movimentos da conta e o saldo
aproximado na cabeça... mas sabe como é... embora não pareça, a palavra “férias”
rima com “gastos”, e aí tudo pode acontecer. Vai que a gente entra na onda da
moeda estrangeira e gasta mais do que pretendia? Ninguém está livre de pirar na
batatinha de vez em quando.E foi assim que quase tive um treco no caixa eletrônico, quando meu marido (também conhecido como “Setor Financeiro” da empresa que é o nosso casamento) ligou pra mim (também conhecida como “Setor Administrativo”) e perguntou se o depósito feito para pagar o cartão de crédito havia entrado na conta.
Saca o desenho do Tom & Jerry, quando o Tom leva um susto e os olhos dele saltam das órbitas? Foi mais ou menos o que aconteceu comigo quando vi que o depósito havia entrado e saído imediatamente, para cobrir um super rombo feito anteriormente...
Minha primeira reação foi a negação.
-- QUÉDE O MEU DINHEIRO???????
Recorri à moça do balcão de atendimento e ela me
sugeriu conferir direitinho o extrato, porque sabe como é... o computador do
banco não erra. Errar é humano.
Tá bom, eu erro. E minha matemática nunca foi
grandes coisas, mas olha... errar assim eu nunca tinha errado antes! E o que é
que o Setor Administrativo ia dizer ao Financeiro?!
Sentei, tomei cafezinho, respirei. Li e reli o
extrato. Procurei o gasto tresloucado e não encontrei. Mas então veio o
pensamento terrível, trágico, horroroso e que não aceita argumentos: o banco
não erra! E foi exatamente assim que eu me peguei na mesma situação do caipira
lá de cima, (aquele que roubou o porco)... pensei no buraco na conta e fui logo
dizendo pra mim mesma:
-- Como é que gastei o dinheiro e fiz um rombo
financeiro deste tamanho?! Não sei, não sei...
E minha vontade era gritar:
-- Tira este
porco daí!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Os pensamentos pipocavam em minha cabeça. E você
sabe como é... a “inteligência” do computador do banco se juntou ao fato de que
eu não sou lá TÃO “Santa Econômica” assim... e o resultado é que em poucos minutos
eu já suava em bicas pensando que o Setor Financeiro ia mesmo era me matar! Como
é que a gente vai discutir com o computador do banco?
Humilhada pela irresponsabilidade de um gasto
exorbitante, e sem saber em quê, procurei a gerente, atrás de uma aula para
aprender a ler aquele extrato.
A moça de terninho e salto alto me recebeu cheia de
autoridade, e antes mesmo de olhar o extrato amassado que eu tinha nas mãos,
afirmou que eu estava confusa com as contas. Mas ficou muda de repente,
enquanto eu tentava dominar a confusão mental para descobrir ONDE, QUANDO, COMO
E POR QUÊ eu havia torrado aquele dinheiro.
Senti como se uma família inteira de porcos fosse
tirada de cima das minhas costas no exato instante em que ela sorriu, cheia de
dentes, e disse que providenciaria o estorno para o mesmo dia:
-- Houve uma cobrança indevida na sua conta...
Lá fora, aquela manhã de inverno ficou tão leve sem
o porco nas minhas costas, que eu precisava comemorar. E corri para o shopping
mais próximo, é claro!
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirVocê tem toda a razão para ficar preocupada, porque me parece que nosso país está sendo assolado por uma onda de más energias impulsionando as pessoas, sejam físicas ou jurídicas para a roubalheira, a apropriação indébita, o calote.
Tal fato semelhante já aconteceu com minha mãe, uma pessoa de 78/79 anos e de repente, o banco ou funcionário(a) do banco pensou que por ela ser idosa, poderia estar um tanto esclerosada e não iria perceber. Mas percebeu e também reclamou conforme você fez e o banco teve também que estornar a retirada indevida que fez da conta dela. Portanto uma história igualzinha a sua.
Resta saber se a instituição financeira era a mesma. No caso de minha mãe isso ocorreu no Banco do Brasil, onde ela tem conta desde a década de 60, quando começou a trabalhar como professora na UFRJ, sendo portanto uma conta-salário e que hoje vem a receber proventos de sua aposentadoria nessa universidade.
Caso sua história tenha se passado na mesma instituição financeira será que podemos considerar tais fatos ocorridos com pessoas distintas como uma política desse banco em termos de estratégia para angariar recursos para a instituição financeira? Ou será que essa estratégia de ludibriar os clientes seja uma estratégia geral do mercado financeiro, pois se o banco é público ou privado, pouco importa, banco é banco e o fato de ser um banco público não o torna mais complacente com seus clientes em sua política de tratamento ou estratégia para obter lucros e cumprir metas nas regras de competição do mercado?
Seja como for, o fato é que nossa sociedade passa por uma grave crise de valores, uma grave crise de perda ou falta de valores éticos e penso que somente a retomada e a estipulação desses valores éticos poderá nos salvar e possibilitar a retomada do rumo ao desenvolvimento com nossa sociedade mais evoluída e consciente em termos de valores prioritários e pétreos.
Felicidades e boas energias.
Oi Mauro! O banco foi outro, mas acho que estas coisas acontecem em todos...
ExcluirMauro Pires de Amorim.
ExcluirPelo fato do banco ser outro, vai ver que é um comportamento padrão fazer isso com os clientes, mesmo que isso constitua um ato desonesto, improbo, pois como disse, a regra imperativa do mercado financeiro, ao qual os bancos estão inseridos é cumprir as margens de lucro estipuladas pela instituição, custe o que custar e se o(a) cliente perceber e reclamar, devolve-se o dinheiro, oferece-se um cafezinho, um aperto de mão como pedido de desculpas e aí "tudo bem", fica por isso mesmo.
Mas como você relatou, primeiramente eles tentam te convencer de que o erro não existe por parte deles, que o sistema deles é perfeito e o erro ou engano é seu, por ser apenas um ser humano diante do sistema do "Deus Informatizado". Só que o sistema "Deus Informatizado" é também a representação de outros seres humanos, os(as) que trabalham no banco e que podem muito bem pelos bastidores colocar o "Deus Informatizado" para estar agindo de forma desonesta com seus clientes de tempos em tempos.
Com isso, provavelmente seu caso e de minha mãe não são os únicos a ocorrerem nesse sentido, pois será que uma situação inversa ocorreria? Já pensou, ao invés de sacarem indevidamente dinheiro da conta do cliente, eles fizessem depósito indevido, aumentando o saldo disponível sem que se entrasse no valor de crédito disponibilizado pelo banco? Duvido!!!!! (Risos).
Por isso falei da questão dos valores éticos que precisam ser resgatados em nossa sociedade. Acredito que uma sociedade evoluída seja aquela que possuí sólidos valores éticos permeados por suas instituições, sejam estas públicas e privadas e como as instituições tal qual o "Deus Informático" são conduzidas e programadas por pessoas as instituições são a representatividade, o espelho dos valores éticos dos cidadãos de uma sociedade.
De qualquer forma, precisamos ficar de olhos sempre atentos.
Felicidades e boas energias.
Mauro Pires de Amorim.
ExcluirEsqueci de comentar que o cidadão ou a cidadã que reclama diante de qualquer sistema ou instituição considerada
"infalível", por essa infalibilidade ser atestada pelo "Deus Computador" e que insiste que o erro é do sistema da instituição, só falta também ser rotulado(a) de maluco ou maluca.
Felicidades e boas energias.
É verdade. Eles já partem do princípio de que o erro é sempre humano...
ExcluirFernanda,
ResponderExcluirGostei da historia do porco, e dei muita risada da cara de pau do ladrao ....que e pego em flagrante e se faz de bobo .....
Hoje em dia e bom conferir tudo,se voce quer saber ate os centavos que muitos deles embolsam ..... e que ninguem reclama .....como diz o ditado: "e de pouquinho em pouquinho que se faz um cento"......
Felicidades,
Gilda Bose
Mineiro e dinheiro, quase tudo a ver...e a talentosa blogueira demonstra que entende bem da questão e não da´ponto sem nó, e... muito menos deu mole pra autoritária KOJAKA KKK de terninho e salto alto.Nilton Bonder, em seu livro, A Cabala do dinheiro, afirma: "Quem não sabe lidar com o dinheiro, a comida e o ódio, retém o que não é para ser retido". Para ele, o mau uso dessas três formas de trocas pode levar à obesidade dos sentimentos.
ResponderExcluirSei, como bom minero, que muitos pensam, e o Frei Betto disse:" Mineiro é pão-duro, não abre a mão nem pra dar bom dia. Desconfiado, retira o dinheiro do banco, conta e torna a depositar. Vive pobre para morrer rico e pede emprestado para disfarçar a fartura".
Mas posso garantir que muitos não são..meu pai mesmo era chamado por todos de mão aberta.
Historicamente muitos costumes, hábitos ou tradições do interior mineiro sofreram influência marcante dos judeus sefaraditas portugueses que vieram para Minas e se estabeleceram na região, em atividades econômicas e no comércio, para fugir da Inquisição no nordeste brasileiro.Certamente aprendemos com nossos antepassados a não desperdiçar, pois seus bens tinham sido espoliados pela Inquisição e vieram para o Brasil sem nada para aqui construírem suas vidas. Daí o conceito de que o mineiro é “pão-duro”, em outras palavras, “econômico”. O mineiro “calado” aprendeu com seus ancestrais a esconder seus sentimentos e crenças para não ser vítima dos “deduradores” ou “espiões” da Inquisição. Tanto é assim, que quando alguém está fazendo perguntas demais, diz-se que ele está inquirindo muito (inquisição = ato ou efeito de inquirir).
Enfim, segundo Frei Betto, "again":Mineiro fica em cima do muro, não por imparcialidade, mas para poder ver melhor os dois lados.
Cabeça-dura, o mineiro tem o coração mole. Acredita mais no fascínio da simpatia que no poder das idéias. Fala manso para quebrar as resistências do adversário".
Santé e axé!
Marcos Lúcio
EstiMarcos... sou mineira da gema, mas graças ao bom Deus estou longe de ser pão-duro (ou broa-dura)... e por falar em judeus, gosto quando minha amiga judia de nascimento me diz que sou como os seus: espinhos por fora e mel por dentro!!! Como sempre, seu comentário vale um post!
ExcluirMauro Pires de Amorim.
ExcluirComo bom ateu e esquerdista que sou, mas que conheço um pouco dos livros sagrados, digo que, ser humano é tudo igual, só muda o endereço. Bom caráter e mau caráter tem em todo lugar. Portanto não ligo para celeumas e cismas religiosos, étnicos, culturais e muito menos para estereótipos.
Mas falando do povo judeu, digo sinceramente que tenho boas e muito queridas amigas judias, embora tenha menos amigos judeus, mas isso se dá pelo fato de eu não ser muito afeito a amizades com machos. Então aquele lance de patotinha composta por uma cambada de machos andando juntos nunca foi minha praia. Sou mais chegado num perfume de estrogênio pois futum de testosterona, a minha basta.
Portanto gratas a felizes saudações às unidades de carbono feminino que povoam nosso planeta. O aroma de vocês é sedutor. Hurra!!!!!!
Felicidades e boas energias.
Kkkkkkkkkkk!!!!!! Dei risada logo cedo!!! Foi só ler este comentário...
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ResponderExcluirMarcos Lucio, adorei seu comentario, e posso dizer que conheco e conheci muito mineiro "gente boa". que nao tem nada haver que o estereotipo acima descrito.
Felicidades,
Gilda Bose
Fico muito contente em agradar às queridas Vice-Presidenta e Diretora do C.P.F.A.S. Obrigado , Gilda e Carolina, pela generosidade dos elogios. Desejo a ambas, felicidades, alegrias e sorte, com saúde pra dar e vender, marrelógico!
ExcluirForte abraço do modesto Presidente
Adorei o Carolina... Fazia tempo...
ExcluirÓtimo texto. Mas vc não é o setor financeiro e sim o de Novos Negócios...
ResponderExcluirÓtima definição! Vou mudar meu crachá.
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