Às vezes, ficar doente pode ser um grande negócio: para muita gente, é uma boa maneira de esquivar-se das responsabilidades, dos riscos e da necessidade premente de agir.
Estou falando de pessoas que elegem a “patologia” como desculpa para as más escolhas que fazem e para as estradas tortuosas que tomam. E então, quando dão com os burros n’água, desculpam-se dizendo:
-- Mas é a minha doença que me faz agir assim...
E recorrem a uma série de traumas, rejeições, medos infantis sem solução, complexos de inferioridade, sofrimentos, frustrações e tudo o que houver na seara da tristeza, para justificar seus desacertos e fraquezas. No fundo, buscam a “pena” dos demais, muito mais que a solidariedade.
Lamentavelmente, elas acabam acreditando mesmo no que dizem, e podem ser tão convincentes, que nos fazem crer em sua ladainha. E então conquistam aquele “colinho” que, na realidade, só as prejudica ainda mais.
O problema, é que todas as pessoas, no planeta inteiro, têm suas histórias tristes para contar. Todo mundo já sofreu morte de pai ou mãe; todo mundo padeceu de bulling na escola, numa época em que esta palavra nem existia e a gente resolvia tudo sem ações judiciais; todos já foram humilhados, apanharam na infância, tiveram que digerir frustrações, sofreram, padeceram, tiveram medo...
A dor não pode ser desculpa para o erro, caso contrário, a humanidade inteira estaria perdida, e não haveria civilidade nem alegria.
O sofrimento é educativo: quem consegue lapidar-se vivendo só de bonança? Raríssimos. A maioria de nós, infelizmente, só se aprimora na dor. O que significa que, ao fazer de mim uma vítima, estou fechando os olhos para os ensinamentos que a vida quer me dar. Estou escolhendo não crescer; optando por continuar na imaturidade que justifica o erro.
Falta dignidade a quem tem pena de si mesmo, porque este caminho, tão fácil, só nos conduz à decadência, e pelas nossas próprias mãos.
Ver-se como doente e, portanto incapaz, é a maneira que uma pessoa tem para justificar sua paralisia, sua preguiça, sua teimosia, sua estupidez. E mais tarde, quando colher o fruto das suas escolhas, poderá culpar Deus e o mundo inteiro pela sua infelicidade, porque também é mais cômodo dizer que “Deus não quis” ou “que a vida foi dura”, ou que “meus pais não me ajudaram”, ou que “não tive oportunidades”.
Sim, é mais fácil escolher a doença. E no fim, morrer mesmo de tristeza.
Pior cego é o que não quer ver; e enxerga nuvens negras em tudo...
Ter pena de si mesmo é o primeiro degrau para o fundo do poço. (Duilio)
ResponderExcluirRecebi isso hoje e quero compartilhar depois de ler seu texto.
ResponderExcluirBeijos,
Gigi
AVISO NA PORTA DE UM CONSULTÓRIO MÉDICO (espaço terapêutico)
O resfriado ocorre quando o corpo não chora.
A garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
O plantio é livre. A colheita, obrigatória.
P.S.: Normalmente, os sintomas ocorrem três dias após o "acontecido". Descubra o que te prejudicou e coloque para fora, em
conversa com amigos ou com um profissional, que vc se cura!!!
Sua saúde e sua vida dependem de suas escolhas!!! Escolha ser feliz!!!!
GIGI... obrigada pelo texto. Adorei! Bjs!
ResponderExcluirBom é ler e refletir. Os temas deste blog são escolhidos com critério, para a gente pensar. Bons, também, são os comentários. Legal o texto da Gigi.
ResponderExcluirO mundo mudou. Antes da internet a gente lia jornal, refletia, arquivava em algum lugar obscuro do cérebro, para usar a experiência algum dia e jogava o jornal no lixo. Dia após dia. Hoje (e amnhã será melhor) é permitido um diálogo, uma interatividade. Nada mais será como antes se a gente não interagir, se julgar este diálogo, entre autor e escritor, desnecessário. Para o bloguista trabalho dobrado, para o leitor satisfação garantida.
Dai porque me estendo em comentários que, sei muito bem, muitas vezes aborrecem.
Aqui na Boca do Mato a gente costuma dizer que esse tipo de pessoa que vc descreveu é aquela que "bota gosto ruim em tudo", "azeda leite". Não há beleza, ou algo bom, em que ela não veja defeito.
Vivemos muito aquém dos nossos limites. E se colocarmos o "tapa olhos", mentalizar abaixo do normal, inventar doenças, enxergar só pedras pelo caminho, perdemos o melhor que a vida nos oferece e que nos faz felizes, verdadeiros filhos de deus no paraíso. Viveremos aquém das oportunidades. Hoje, feriado de São Pedro aqui na Boca do Mato, faz frio e o céu está azul como o da sua fotografia. A gente sabe que os cientistas dizem que na verdade o céu não é azul, que o infinito tem outra cor e que as estrelas, nem são estrelas na maioria, mas planetas sem luz. Mas isso é coisa que só tem importância pra ciência. Pra alma é bom que ele seja azul, que as estrelas sejam lindas, e que a gente deseja fazer parte, pela eternidade, de toda esta beleza. Um abraço e obrigado pelo despertar da reflexão. (Sidney)
Legais o post e os comentários da Gigi e Sidney.
ResponderExcluirVou Contigo
Acho q virei desenhista pq quebrei a perna com 6 anos e tive oscimelite(escreve-se assim?). O médico encanou errado minha perna...fiquei um ano de cama e...não chorei:comecei a rabiscar na parede.
ResponderExcluirAbração, Fernanda.
Berzé
Oi, Berzé! Que bom que você apareceu! Seja bem-vindo em sua volta ao blog! E vamos ver se aquela entrevista que seria para o JB sai aqui? Eu saí de lá e não deu tempo de publicar! Achei que você tinha ficado chateado comigo. Abraços!
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