domingo, 19 de junho de 2011

Felicidade é chutar o balde

Há momentos na vida em que a alegria só é possível quando a gente chuta o balde. Já aconteceu com você? Acontece com todo mundo, o que varia é apenas o tempo que levamos para chegar a este momento mágico da transição. Mágico sim, porque, dependendo do balde que a gente chuta, as coisas nunca mais serão como antes.

Soube de um cidadão que, depois de ver “Beleza Americana”, chutou o balde do casamento. Inspirado pela coragem do herói do filme, deu um basta na infelicidade conjugal e foi cantar em outra freguesia. Não sei o fim da história: se ele conseguiu ser feliz com a nova vida ou se, acovardado diante dos desafios do futuro, preferiu fazer o caminho de volta. Mas a questão não é essa.

A questão, agora, é aquele momento em que a gente não dá conta de segurar a peteca. Aquele instante derradeiro em que, como uma panela cheia, nossa cabeça deixa o leite transbordar.

Chamo aqui outro filme, “Um dia de fúria”, que fala exatamente disso através de um homem calminho que, um dia, explode. O fim é previsível, porque neste mundo em que vivemos a civilidade exige a auto-vigilância e, muitas vezes, a aceitação de absurdos. Dou risada da metáfora vivida por Michael Douglas, o protagonista, porque ele mostra aquele lado meio doido que todos nós temos dentro de nós, amordaçado... mas que, às vezes, foge e faz mil maluquices por aí.

Não estou defendendo a irresponsabilidade, porque sou doida mas não sou maluca. O que defendo, é o direito que temos à aventura da mudança, porque sem isso a vida não tem nenhuma cor, que dirá alguma graça.

Um emprego que você joga pelos ares; um chato que você risca do seu caderninho; alguma odiosa obrigação que você simplesmente deleta das suas prioridades; uma viagem sonhada que, de repente, você resolve fazer; uma declaração de amor que, inesperadamente, vence a timidez; umas boas verdades que, de um salto, saem pela sua boca; um presente caro que você decide se dar; um dia de folga que você rouba do calendário, só para ser feliz... e até mesmo uma dieta pouco calórica que vira fumaça...

Olhe para dentro de si mesmo e vai levar um susto com a quantidade de baldes, cheinhos, que estão aí, à espera de um pontapé “daqueles”! E mande a culpa para as cucuias!

Chutei o balde da dieta e mandei brasa no macarrão... mas fui pega em flagrante!

Um comentário:

  1. Fernanda: Ajude as crianças.Acabei de ver o Faustão.
    Pegadinhas
    Foi num carnaval que aconteceu. Eu tinha uns cinco anos mais ou menos e na companhia de uns tios, fui levado à praça da cidade em que morávamos e lá acontecia uma festa de carnaval. Num determinado momento da festa, uma máscara grande, tipo de carranca veio na minha direção e com a intenção de assustar uma criança, exatamente como fazem com as crianças de hoje, para criarem vídeos de pegadinhas.
    O tal carnaval aconteceu a pelo menos 55 anos atrás e o terror daquele momento, até hoje ainda povoa minha memória e seguramente posso dizer que está acontecendo uma violência contra a infância, absolutamente desnecessária e, com a cumplicidade de pais seduzidos por espaços inúteis na mídia, que absorve tal violência.

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