A minha mente é um cavalo selvagem, e montada nela é que vivo neste mundo.
Todo cuidado é pouco quando se trata deste cavalo, porque ele tem vontade própria e, se não for domado, é capaz de me conduzir a qualquer lugar, inclusive aos piores: houve um tempo em que vivi por lugares terríveis, ao lado de más companhias e num inverno glacial e sem fim. Não me dava conta de que sair dali dependia unicamente da minha própria decisão; bastava, apenas, um pouco de força de vontade.
Certa vez, eu voltava para casa caminhando por uma rua linda e cheia de árvores, quando, de repente, quase que por milagre, me dei conta do esplendor da tarde: senti o calor daquele dia, vi a luz do sol entre as folhas, as pessoas com suas roupas coloridas, o sorveteiro, os cachorrinhos, o portão da escola, as crianças, os carros passando, o mar lá adiante. Foi um susto, uma surpresa. E então olhei para dentro de mim e cheguei a sentir a umidade daquela rua escura que eu habitava, cheia de gente desesperada e sem fé na glória das manhãs. Uma rua perdida na noite, onde eu me sentia (e era, de fato) prisioneira dos meus sentimentos ruins: a autopiedade, o pessimismo, o ressentimento.
Foi naquele momento que me dei conta de que, ainda que a realidade esteja difícil, temos que tomar conta, o tempo inteiro, de por onde vai a nossa mente. Domar o cavalo selvagem e irracional que temos em nós, mas que também é forte, veloz, voluntarioso... feito só de impulso e instinto. Fazer dele um servo, não permitir que ele seja o senhor. Entendi o que quis dizer um mestre budista que conheci certa vez, quando aconselhou:
-- Vigiai!
E passei a vigiar a minha mente, a recusar os pensamentos destrutivos da mágoa, da desesperança, do medo e da angústia. Quando o cavalo entra por estas ruas, eu o conduzo pelos caminhos da alegria, tratando logo de evocar uma lembrança feliz ou uma expectativa boa. E mesmo que ele tenha relutado no começo, rapidamente se deixou domesticar, porque tudo nesta vida é uma questão de treino e de persistência.
Quando dei por mim, já habitava outro mundo, e meu cavalo seguia manso sob o meu comando, levando-me somente a lugares em que eu era feliz por estar. Hoje conheço sua força e sei lidar com ela: entendo bem sobre os seus perigos e armadilhas, afinal, sua essência é a de um animal selvagem. Mas o mais importante de tudo, é que descobri também a minha força, e entendi que nada pode ser mais veemente que a vontade de ser feliz.
Fernanda: Ando meio atrapalhado mas vai passar. Até comentários ando fazendo de modo estranho a mim e imagine aos outros.
ResponderExcluirGostaria muito que você visse o meu Blog.
http://almalavada1.blogspot.com/
Muitas vitórias pois você merece.
Oi, ALFREDO! Obrigada por seguir o Alma Lavada até aqui! Claro, quero conhecer o seu blog... mas você anda atrapalhado mesmo, porque mandou o endereço do Alma! Abraços e vitórias pra você também!!!
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