segunda-feira, 4 de julho de 2011

O vício pode ser uma escada para a luz

Qual o seu vício?

Antes de dizer que não fuma, não bebe ou não usa drogas, graças a Deus, atente para o fato de que é praticamente impossível uma vida sem vícios... ao menos para gente, digamos assim, como a gente: feita de carne, osso e muitas fraquezas.

Os vícios estão por toda parte, são uma praga. Tenho um amigo, por exemplo, cristão fervorosíssimo, que é viciado na palavra “inferno”. Em cinco minutos de conversa, ele manda meia-dúzia de “infernos” no ouvido do interlocutor. Dia desses, incomodada com o lance, perguntei se ele se dava conta da situação.

-- Eu?! Imagina se vou ficar falando uma palavra baixo-astral dessas!

Mas o vício é assim mesmo: a gente nem percebe sua existência, e é por isso que ele, ao contrário de tudo na natureza,  nasce, cresce, se reproduz e não morre.

Curar-se de um mau-hábito exige muita força de vontade e vigilância ferrenha, talvez porque o ser humano tenha realmente uma natural tendência para o erro. Imagino que, para ser compensado, tenha recebido o dom da consciência... e é aí que está toda a diferença: se é que temos um leme para levar a vida, ele é justamente a consciência. Afinal, como buscar o autoconhecimento e a autocorreção se não for através dela?

Somente a partir do seu olhar sem paixão sobre si mesmo é que você poderá enxergar onde tropeça. Quer ver só?

É praticamente impossível passarmos um diazinho, entre os sete da semana, fazendo um bom jejum de vícios, porque está por aí, por toda parte, uma variada oferta deles, e para qualquer situação: as mentirinhas “sem importância”... a fofoquinha “boba”... a crítica destrutiva... a reclamação... os palavrões, tão banalizados... a gula... o consumismo... a agressividade... e vou parando por aqui para economizar tempo e espaço.

Perdidos entre nossos gestos automáticos do cotidiano, estes comportamentos venenosos fazem tanto mal à vida quanto a nicotina e o álcool, porque também destroem amizades, amores, esperanças e oportunidades, além de semearem a discórdia, a tristeza e a solidão.

Pense bem antes de dizer, de agora em diante, que não tem vício nenhum. Eles estão colados ao comportamento humano, invisíveis e silenciosos... mas podem ser vencidos só com um pouquinho de esforço e atenção. Chego a pensar que foram criados, inclusive, para isso mesmo: um exercício a mais para os homens de boa-vontade.

10 comentários:

  1. Vou Contigo
    Sou viciado em olhar traseiros de mulheres. Minha mulher fica uma FERA!!!!

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  2. Fernanda,

    Este provavelmente, é o melhor texto que você já escreveu neste Blog.

    E olha que não é pomposo, não fala de coisas urgentes e chamativas, não clama por grandes justiças, não há grandes protestos, nem grandes propostas....

    Há sim uma pequena e grande proposta: a luta contra nossos defeitos cotidianos e repetidos, que destroem casamentos, amizades, famílias, projetos profissionais, e sobretudo, o nosso Amor e a nossa Fé.

    Lembrei-me agora daquela passagem do Cântico dos Cânticos: " Caçai as pequenas raposas que destroem a vinha "


    Eduardo-SP

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  3. Eduardo, que bom que você continua por aqui! Pensei que tivesse desistido do Alma... Obrigada pelo comentário e volte sempre! Abraços!

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  4. Olá, Fernanda! Amo o seu blog, na verdade eu lhe acompanho pelo JB! O jeito que você escreve é sensacional!
    Eu também tenho um blog, que eu fiz a pouco tempo. Se quiser me fazer uma visita, vou me sentir super honrada!
    Aí vai o link:
    http://umacariocanasuica.blogspot.com/2011/04/sabor-suico.html
    Abraço!
    Nanda

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  5. Oi, Nanda! Fiquei contentíssima com seu recado. Obrigada! Vou aparecer no seu blog, é claro. Abraços!

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  6. Meu vício é comentar blog... (Sidney)

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  7. O pecado é um vício ...O pecado é um vício ...

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  8. A gente corrige o mal-hábito trocando a letra L pela letra U.
    No mais, está perfeito o seu texto, como sempre.
    Se você quiser corrigir o texto e deletar este meu comentário, por mim tudo bem...

    André - Rio

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  9. ANDRE, obrigada pelo aviso, vou corrigir. Não preciso esconder seu comentário não, porque este tipo de erro é comum: isso não me envergonha. Obrigada, um abraço e volte sempre!

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  10. Eu volto sempre, certamente. Gosto muito dos seus textos, não é de agora...
    Eu é que fico envergonhado desta minha "alma levada", viu ? :-)
    Abraço tb. e obrigado pela pronta resposta

    André - Rio

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