domingo, 18 de novembro de 2012

Hoje é dia de Fê X Flu

Mas qual é a graça de ver um jogo de futebol se o seu time já é o campeão quando ainda faltam três jogos pra acabar o campeonato?

Será que é mais ou menos como tirar dez na primeira prova e ir pra segunda precisando só de dois?  Quede a motivação pra estudar?
-- Ah, que estudar o quê, eu vou é ver “sessão da tarde”!
Por isso mesmo é que hoje fiz de tudo pra convencer o meu marido a não perder tempo assistindo o jogo do Fluminense contra o Cruzeiro, mas não teve jeito porque torcedor de futebol  parece que sintoniza numa onda de rádio qualquer que se espalha pela cidade, uma frequência invisível e contagiosa que domina sua mente e sua vontade, e aí o caso está perdido tanto quanto a discussão.
Meu primeiro marido, que fez até documentário sobre o América Football Club, passou os primeiros 4 meses de namoro sem ver nenhum joguinho... eu até achava esquisito, já que sabia que estava me envolvendo com um Fluminense roxo (ou, melhor dizendo, grená). Chegou janeiro, levou-me a um clássico no Maracanã, e foi quando vi o quanto um Fla-Flu é mesmo mágico. Depois virou hábito, e vi o Fluminense ganhar e perder para o Botafogo, o América, o Palmeiras, o Figueirense, o Ponte Preta e o sei lá mais quem.
Com o tempo, e a falta de cerimônia que o casamento traz, o futebol foi ficando cada vez mais íntimo de casa: era programa de rádio, mesa-redonda na TV e milhões de campeonatos, inclusive o europeu... o cúmulo do absurdo foi quando ele me convenceu a deixar de ver minha novela das oito, apelando para o meu lado crítico e dizendo que novela é coisa de gente que não lê, não pensa, não escreve e não tem nada melhor pra fazer. Depois descobri que isso aí também foi tática só pra ter mais tempo com a TV e assistir sua coleção de jogos gravados.
E tem mais: se eu reclamasse, o máximo que conseguia era um convite pra bancar a torcedora junto com ele, que me dava camiseta do Flu de presente de aniversário e gostava de viajar pra umas cidades esquisitas, que não tinham nada de turísticas...tipo Volta Redonda... e sempre tinha a coincidência de um jogo pra gente ver ao vivo... Foi em Campinas que tivemos que sair correndo antes do final porque o Flu ganhava de 4 a 1 e ficamos com medo de apanhar. E em Volta Redonda quase tostei ao sol de 40 graus no estádio Raulino de Oliveira...
O segundo marido está longe de ser um torcedor apaixonado, mas depois de passar anos (anos!) sem dar a menor para o futebol, anda botando as bandeirinhas de fora ultimamente. É um tal de interromper o filme assim bem de repente, pra ver o jogo... e eu já percebi: é sempre quando a vizinhança grita “Neeeeense!!!!” .
No último jogo, quando o time das Laranjeiras foi já consagrado campeão antes da hora, ele mandou torpedos para todos os amigos, parabenizando uns e sacaneando outros. E hoje já veio avisar que tem jogo, um jogão, uma partida inesquecível, importantíssima, imperdível... e eu já sei que nem devo entrar em campo pra tentar mudar a programação, porque perderia de goleada.
Ele se justifica:
-- Vai ser hoje a entrega da faixa, meu bem.
E eu tento me inteirar do assunto:
-- Qual é a cor da faixa?
Se você quer saber, não gosto nada de ser seca-pimenteira, mas já estou pensando que, quando o assunto é futebol e casamento, o melhor mesmo é que o time fique escondido lá na terceira divisão.



8 comentários:


  1. Hoje é dia de orgulho gay e flu faz a festa no Engenhão. Vide abaixo.


    Hummm, não sei não.


    http://www.meiahora.ig.com.br/public/uploads/printcovers/18112012.pdf

    ResponderExcluir
  2. Fernanda,

    Lá em casa eu sou atleticana e o maridão flamenguista, e como todo flamenguista carioca, doente. Tipo, assistia aos jogos do Flamengo enrolado na bandeira, ou melhor, "no manto sagrado", e por aí vai.

    No início ele me enchia o saco quando o Atlético perdia ou quando o Flamengo ganhava.

    Eu ficava na minha, pois não achava relevante ficar discutindo sobre o assunto. Sempre deixava para lá, para não render mais assunto. Mas aquilo me irritava profundamente.

    Até que um dia me rebelei e passei, não a discutir futebol, mas a dar um basta naquilo.

    Como se diz em nossa Minas Gerais: Menina, não há de ver que funcionou! Passou até a se interessar pelo GALO!!!! (só prá me agradar, é claro).

    Hoje os jogos acontecem naturalmente, sem nenhum stress.

    Elegemos outras prioridades, como assistir um bom filme.... é muito mais interessante.

    Aliás, assisti o filme "Os intocáveis", filme francês que mostra a relação entre um milionário tetraplégico e seu cuidador. Fantástico e muito emocionante. Recomendo.

    Mercedes


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mercedes, eu também prefiro um filme, mas nem sempre o meu gosto prevalece...

      Excluir
  3. É por essas e outras,que sempre recomendo aos meus filhos o seguinte:Quem não torcer pelo Flamengo vai morar com o pai.(Coisa que os dois não querem)e sendo assim,"espontaneamente"eles são Flamenguistas...

    Monica.




    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Monica,

      Essa foi ótima .... uma forma de democracia plena.

      A minha sorte é que meus dois filhos são atleticanos como eu, se não fossem, acho que exerceria a mesma democracia que voce usa.

      Mercedes

      Excluir
    2. Pois é Mercedes,a "democracia"aquí em casa reina,quando vc precisar copiar,fique a vontade... rs

      Monica.

      Excluir
  4. Fernanda,

    O comentario da Monica me fez voltar ao passado ..... achei fantastico ......embora na minha casa o clima era meio conturbado rsrsrsr, existia a democracia, digo isso porque: meu pai, torcia para o Palmeiras, minha mae, para o Santos, meu irmao mais velho para o Sao Paulo, meu outro irmao para o Corintians, minha irma era vira casaca, uma vez para o Santos , outra para o Corintians, e eu como nunca gostei, tentava dormir no colo da minha mae ......

    Gilda Bose

    ResponderExcluir

Dicas para facilitar:
- Escreva seu nome e seu comentário;
- Selecione seu perfil:----> "anônimo";
- Clique em "Postar comentário";
Obrigada!!!!!