quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O panetone da discórdia

A última candidata ao posto de faxineira daqui de casa é realmente uma peça rara: logo no primeiro dia, quando foi chegando a hora do almoço, me veio com esta:

-- A senhora pode achar meio esquisito, mas eu só como macarrão.
-- Macarrão e mais nada?!
-- É, sim senhora.
-- Mas ninguém vive de comer só macarrão!
-- EU vivo.
Tentei chamá-la à razão:
-- Você faz cocô? Uma pessoa que só come macarrão não consegue fazer cocô... tem que comer salada, legume...
Minha veia teatral veio à tona quando terminei o raciocínio:
--Você vai morreeeeeer comendo só macarrão!!!!!!!!!!
Impassível, ela disse apenas:
-- Faço cocô sim senhora.
Cá entre nós: o que leva uma pessoa a uma decisão tão radical? Comecei a entrevista:
-- Mas por que é que você só come macarrão? Desde quando? É com molho? Com manteiga? Salsicha pode?
-- Dona Fernanda, eu posso ser lá da favela, mas sei que a gente tem que lavar a alface pelos menos cinco vezes antes de comer, e com água quente, que é pra matar o bicho. Tive uma patroa que não deixava a gente lavar nada e...
Foi justamente aí, quando ela fez cara de náusea, que consegui fazê-la parar, antes que fosse tarde e eu já tivesse ouvido a história escabrosa que já estava na ponta da língua dela, prontinha pra pular em cima de mim e me agarrar pela memória.
Em resumo: molho não pode, e como ela não compra manteiga, acostumou-se a comer macarrão... com macarrão, e só. 
Cheguei a ficar com pena e sugeri a manteiga; depois me arrependi, porque ela botou meio pacote (meio mesmo, me-ta-de) no prato. Dias depois, preocupada ao ver que era meio pacote a cada prato de macarrão, tratei de explicar-lhe o que é colesterol, porque não quero ser responsável por alguém ter tido um treco no coração.
Mas esse lance de comer só macarrão me incomodava, e passou a incomodar mais ainda quando percebi que ela só almoçava se eu (EU) fizesse o almoço pra ela.
-- Sandra, já está tarde, você não vai almoçar?
-- Ah, dona Fernanda, não vou parar a faxina pra cozinhar não, porque senão me atrasa muito...
Então a idiota aqui ficava culpada, sentindo-se a própria capitã-do-mato que maltratava escravos, e corria para o fogão.
Quando contei ao meu marido que nossa diarista não comia praticamente nada, ele, garoto esperto, perguntou logo:
-- Ela é magra?
-- Não...
-- Então esse papo todo é conversa pra boi dormir. Ela tá te botando pra trabalhar pra ela.
Parei de bancar a cozinheira da diarista, e ela parou de almoçar... eu já estava sem saber o que fazer com a culpa quando descobri como era sua compensação: era com bolo, com biscoito, com sorvete  ou com qualquer guloseima que não fosse goiabada, pão com manteiga e café com leite ou biscoito maisena. Lembrei de quando eu era adolescente e não jantava, na tentativa de fazer chantagem com a minha mãe, e meu pai não se abalava dizendo que  “quem não come, ou já comeu... ou vai comer”. Estava certíssimo, porque eu já tinha mesmo enchido a pança na cozinha, antes de fingir o jejum.
Mas um dia a casa cai.
--  Sandra, você viu por aí o panetone que estava na cozinha?
E ela, na maior naturalidade do mundo:
-- Tomei café da manhã com ele.
E foram estas suas últimas palavras na condição de faxineira do meu apê. Voltei à ativa no batente com a vassoura, mas pelo menos agora... o título de comilona (assumida) da casa é só meu. E sem essa de comer só macarrão.

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23 comentários:

  1. Olá, Fernanda. Eu morava aí no Rio (somente nos fds - o resto era em São Paulo) há dois anos e tinha duas diaristas que eu posso recomendar. Ambas estão agora por volta de 62 anos e trabalham bem, não mexem em nada e têm uma cara ótima. Porém, eram mal acostumadas comigo porque eu sou solteiro, moro só, elas não cozinhavam, não tinham hora, nem pra chegar, nem para ir embora, e eu pagava R$ 100,00 (na época era acima do mercado, não sei agora). Não sei seu nível de desespero. Se lhe interessar, me avise que eu deixo um contato.

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  2. Ainda bem que era so macarrao e nao so salmao grelhado!

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  3. Fernanda, cada diarista um "causo". Assim voce acaba escrevendo um livro!

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  4. Fernanda,

    Vou contar um fato que aconteceu comigo.

    Para encurtar a estoria, pois ela e meio longa, o medico pergunta:
    A senhora ja ouviu falar em campo de concentracao? Fiquei chocada e respondi: sim.

    La tinha pessoa gorda?
    Respondi: claro que nao.

    Pois bem, e so fechar a boca, que emagrece.

    Felicidades,

    Gilda Bose

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  5. PAULO... super obrigada! Se eu precisar, te dou mesmo um toque. E olha,vou te dizer, eu, como blogueira, também acabo me sentindo amiga dos leitores assíduos. Gilda, Monica, Merdeces, Alfredo, Marcos Lúcio, Ariel, André e Mauro Pires Amorim já são da minha patota!

    GILDA... é isso mesmo: só fechar a boca emagrece!

    Ariel... casos não faltam: só falta é editora!

    Abraços a todos!

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  6. Fernanda,

    Fico feliz em fazer parte da sua patota.
    Marcos Lucio estou com saudades dos seus comentarios ......

    Felicidades a todos da patota.

    Gilda Bose

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    1. Gilda...é bom demais da conta saber que a estimada Diretora do C.P.F.A.S sentiu falta da minha caudalosa pitaquice rs. É que andei assoberbado, inclusive com visita em casa. Além disto, dois posts que falavam de futebol e daquele filme comercialíssimo , onde , logicamente , "O roteiro é uma idiotice", nas palavras da querida Vice Presidenta do nosso Clube, não permitiram que eu exibisse minha ampla, geral e irrestrita ignorância com relação a estes assuntos que jamais, em tempo algum, fizeram parte da minha vida. Meus respeitos aos apaixonados por bola e vampiro rs.

      O demasiado humano assunto deste post, o caso das empregadas, diaristas, faxineiras, arrumadeiras e tais e quais já desperta a vontade de "pitacar".

      Sem tirar o mérito ou a razão da querida e talentosa blogueira, vou conduzir a conversa...para outra vereda. Está em cartaz um espetáculo: DOMÉSTICAS... que dá conta, satisfatoriamente, desta questão, sem a pretensão descabida de encerrar o assunto.

      A peça teatral fala dos medos, as paixões, os sonhos, as frustrações e as aventuras de algumas empregadas domésticas, a partir de depoimentos coletados por todo Brasil,produzindo o relato espontâneo, de experiências de quem compartilha mundos que as ignoram. O registro de tantos desejos e frustrações, de ingenuidade e solidão, de compartimentação social e vazio individual , apenas coleta sentimentos e vivências que delineam o quadro destas atividades profissionais. A encenação retira humor de revelações às vezes patéticas, de relações entre patrões cruéis e empregadas vulneráveis e de tristes e incontornáveis emoções. Nunca piegas e condescendente, a encenação diz muito e melhor da condição das domésticas do que tratados acadêmicos e discursos hipócritas.


      Colocando uma lente de aumento, transforma em protagonistas essas personagens que muitas vezes estão invisíveis. O texto cumpre uma função social de denunciar as condições de vida dessas mulheres, que como grande parte de nossa população, nunca teve acesso às ferramentas básicas de construção de cidadania, formando o retrato de uma realidade da qual deveríamos nos envergonhar.

      É fácil "empatizar" com essas personagens, resultantes das condições de pobreza e ignorância que não lhes oferecem melhor altternativa. Mas é bom deixar claro que isso não acontece por opção, e sim por falta dela, quase sempre. Quem de nós -sem cínicos relativismos-faria um trabalho destes, em casas de estranhos, e por escolha???

      No meio da nossa sociedade existe um grupo ignorado por quase todos e formado por pessoas que, apesar de conviverem dentro de sua casa e, muitas vezes, fazerem parte de seu dia-a-dia, é como se não estivessem lá. Preparam suas refeições, cuidam de seus pertences pessoais, arrumam e limpam seus cômodos, tomam conta de seus filhos, mas muitas vezes acabam passando despercebidas por nós.
      A não ser que faltem ao trabalho.

      É raro ver e respeitar a doméstica como um ser humano que não é a gente, por mero acaso. Tratando e pagando bem , como gostaria se no lugar dela estivesse, ouvi, várias vezes,
      da minha querida faxineira, que o meu moquiço rs...é o melhor lugar onde ela trabalha e, mais: não dá vontade de ir embora. Será que ela é mentirosa?
      Abraço forte
      Marcos Lúcio

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    2. Oi Gilda,felicidades pra vc tambem,afinal faço parte da patota.
      E o Marcos Lúcio está mesmo fazendo falta,no nosso cafofo...
      Bjs.
      Monica.

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    3. Marcos Lúcio, concordo com tudo e também tenho respeito pelas domésticas. Mas olha: elas raramente ficam amigas das patroas.

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    4. Mõnica...sinto-me lisonjeado com sua simpatia e generosidade ao declarar que sente falta dos meus modestos pitacos aqui no confortável ou gostoso moquiço da Fê.
      " Merci beaucoup" e beijão procê!!!!(desculpe a rima pobre...deve ser o assunto das pobres empregadas...empregada rica é paradoxo ou ladra rs.)


      Queridannemann...jamais, em tempo algum, suporia -só kkkducando- que você,nazifascistamente, teria desrespeito ou lhe faltaria altruísmo pelas domésticas, ou por qualquer ser humano razoável.

      Minha admiração por você surgiu, justamente, pelo seu inegável talento e mais: pela evidente pegada humanitária nos seus posts.Mais do que isto, só a Rita Lee,
      que adooooooooorro, ao declarar-se defensora intransigente dos "frascos e comprimidos" rs.

      Quanto à (im)possibildade da amizade sincera entre patroas e empregadas...é questão de mão dupla. Não conheço patroa amiga, de verdade, de suas serviçais, até pelo
      fosso econômico e intelectuall inevitável entre elas, com expectativas e necessidades quase sempre diametralmente opostas. Isto é resultante da equação opressor/oprimido,ou, se preferir,
      jogo de poder ou eterna luta de classes.

      Tenho uma relação excelente-dentro do possível, respeitando limites- com minha faxineira mas, por questões sociais, culturais, educacionais,
      e de afinidades- jamais de superioridade ou inferioridade-não poderíamos ser amigos do tipo que se visitam, trocam idéias, frequentam lugares similares, com alguns gostos idem, etc.
      Berimbau ainda não pode ser gaita.
      Santé e axé!!!

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  7. Caguei pra ela

    Sergio Natureza - BA

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  8. Ô Fernanda,obrigado por me incluí na patota dos amigos!
    E vamos falar da empregada abusada,eu nunca gostei dessa história de diarista,prefiro ter a empregada durante a semana,e no domingo dá uma folga. Bjs.

    Monica.

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  9. QueriDannemann...como adoro uma pesquisa, olha o que achei.Quem dera fosse verdade.

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    Me chamo Jacqueline Ferreira,29 anos, casada em união estável de 17 anos e mãe de 4 frutos maravilhosos deste relacionamento.
    Sou a Jacky Diarista .
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  10. O diálogo com os leitores anônimo e Sérgio Natureza, é puro Surrealismo: Pedir prá quem e cagou prá quem.Ri muito, acredite.
    Abraço e bom fim de semana.

    Antonio Carlos

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  11. Sempre optei por diaristas, quer nas duas vezes em que fui casado, quer no hiato de oito anos, entre os casamentos, e ainda, desde 1998, quando terminou o último casamento. No meu Querido Ro, onde não resido desde Novembro de 2003, Minhas duas últimas colaboradoras, prestaram-me serviço por oito anos, cada uma. Ambas sairam pela mesma razão: alegia aguda á produtos de limpeza. A segunda, forçou a barra, contra minha vontade, ficando toda empolada em minha casa.
    Vivi um tempo na bahia e, há 7anos e alguns mesese, vivo na região dos Lagos, o que permite-me estar no Rio, pelo menos quatro vezes por mês, para curtir filho único, amigos e , obviamente, cultura e arte.
    Voltando ao tema. Por viver só, tanto na Bahia, quanto aqui(rRegiaõ dos Lagos), as colaboradoras desenvlvem fantasias casadoiras comigo, indo, desde sutis insinuações afetivo-sexuais, até, abordagens mais explícitas, como: mostrar, casualmente, seios, esbarrar em mim, mesmo com espaço enorme para seus deslocamentos. Penso ter resolvido a questão, trabalhando com mulheres mais velhas e casadas. Tem dado certo. A penultima, ficou aqui em casa, por quase quatro anos, e infelizmente, morreu de AVC, em sua casa. A atual, está aqui, há um ano e alguns meses, e a relação tem fluido sem sem tentativas inúteis de sedução, pois, embora exercite o óbvio respeito, tratando-as com a devida igualdade, não consigo imaginar-me em relacionamento afetivo-sexual, com pessoas de universo significativo tão distinto do meu. Isso só ocorre em telenovelas, penso eu.
    Abraço e bom domingo.

    ANTONIO Carlos

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    1. Antonio Carlos...conheço várias histórias de patrões que se casaram com suas domésticas: isso é bem mais comum do que a gente imagina, primcipalmente no caso de viúvos. Abraços!

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    2. Eu soube de um caso. E só soube, por acaso, por uma namorada, amiga da mãe de meu grande amigo. Dada a intensa e longa amizade sem que ele nunca tivesse me falado nada, fiquei achando que havia algum constrangimento em tocar no assunto. E claro, nunca falei nada com ele. Talvez por isso Antonio Carlos nunca tenha ouvido falar. Muitas vezes, não são viúvos, mas sim casados, daí o constrangimento, daí, ninguém ou poucos ficam sabendo...Estou apenas relatando o que imagino que o outro sinta, constrangimento, não estou fazendo juízo de valor.

      Se um universo já é complicado de entender, os cientistas estão prestes a enlouquecer de vez, na pista dos indícios de existência de multi-universos.

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  12. Também conheço alguns casos, poucos, fique claro. Em tods, são homens carentes e/ou, impossibilitados, física e/ou psicologicamente, de construir relaçoes de amor com pessoas de seu universo. Fui terapeuta de um homem, quando ainda estagiário, sob supervisão, claro, no período pós- Ditadura Militar. Por conta das sequelas emocionais das torturas sofridas, seu Espaço Vital, limitava~se à distância entre as duas esquinas de onde residia. Por essa razão, seu atendimento era domiciliar. Ele, Artista Plástico, Compositor, Poeta, casou-se com a Empregada de uma vizinha, em período em que sua capacidade de movimento existencial, era mais limitado, ainda, resumindo-se á curtos passeios na Vila de casas onde residia com sua mãe. Pois bem, com um ao de Terapia, livre dos pensamentos e sentimentos persecutórios que o coartavam, pouco tempo depois, separou-se, pois a união deu-se, por ser a única possível. Foi válida e importante, claro, mas foi união por motivação de necessidade e não, de crescimento. Em outras uniões desse tipo, penso ocorrer limitações similares, talvez, menos dramáticas.
    Outro abraço,

    ANTONIO CARLOS

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  13. Concordo plenamente com você: patrão se/quando?!- eu desconheço- casa com empregada...em todos os casos, "são homens carentes e/ou, impossibilitados, física e/ou psicologicamente, de construir relaçoes de amor com pessoas de seu universo".É por necessidade ou desespero risos. Se já é complexo o casamento com pessoas afins com o nosso universo sócio-cultural
    ( e ainda que parcialmente do tipo lé com lé, cré com cré), imagine o desastre do casamento lé com cré.
    Não custa lembrar: diferentemente ou como exceção, em outras sociedades, um parceiro deve ser escolhido de um grupo diferente do que o dele. Este é o caso de muitas sociedades que praticam religiões totêmicas,como a maioria das sociedades aborígenes australianas.

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