sábado, 24 de agosto de 2013

Candy crush e as guloseimas-zumbis

Quando eu era mocinha, lá nos idos das Minas Gerais, minha “mamã” sempre dizia pra tomar cuidado com as companhias e não andar com as “meninas fáceis”, aquelas que beijavam todos os rapazes e às vezes até iam além. Pra você ver como é a vida... nestes novos tempos da dieta e da reeducação alimentar, concluo que as más companhias que podem me levar para o mau caminho são as amigas gulosas, que não fazem regime e vivem me convidando pra almoçar. O problema é que estas são justamente as que eu gosto mais...

Mas o lance é que não há pratão no mundo que valha a alegria de caber nas suas roupas; de botar aquele vestido justo e ficar elegante... de ver as gordurinhas desaparecerem, como se tivessem pedido o divórcio. E um divórcio litigioso, porque não tem nem conversa!
Por falar em roupas, ando pensando seriamente em telefonar para as amigas para quem andei distribuindo peças do meu armário, no tempo do peso extra, e pedir tudo de volta. Sabe aquele vestido antiiiiiiigo que tinha virado peça de museu no meu armário, onde ficou por anos porque eu não tinha coragem de me desfazer dele, na veleidade de que um dia eu ia emagrecer pra usar de novo? Pois é: usei ontem!

E o que fazer com as peças que minha costureira alargou? Vou ter que diminuir tudo; mas minha sensatez me diz para esperar pra ver se as gordurinhas não são pródigas, iguais aos parentes daquela minha amiga que está doente.
O fato é este: a dieta deixa de ser um sofrimento quando a gente entende que o processo é mais ou menos como um joguinho de computador: basta pegar os macetes e “mecanizar” as ações e reações, que a gente começa a ganhar (neste caso, perder peso). Claro, está longe de ser divertido um jogo que se chama “Fazer Regime”, mas aí o negócio é apelar para a criatividade: eu, por exemplo, que nunca fui afeita a joguinhos eletrônicos, agora estou viciada em um tal de “Candy Crush”. Olha ele aí:



 
 
Outra medida importante é não dar mais as caras na cozinha nem no supermercado. E tem mais: tenho sempre uma banana na bolsa, para o caso de uma queda de pressão. De vez em quando dou uma cafungada na dita cuja, pra matar as saudades; aliás cheirar a comida é uma boa maneira de lidar com esta situação. Dia destes fui tomar um café e dei uma cheirada na trufa que veio junto. Cheirei, cheirei... e deixei a bichinha no prato. O pior mesmo é quando alguém aparece com um saco de biscoitos e oferece:

-- Vai um amanteigado?
-- Cruuuuzes, vade retro!
Tenho também carregado na bolsa uma caixinha com castanhas e polenguinhos. Confesso que quase esganei a amiga que aceitou comer duas amêndoas quando, por educação, ofereci.

E agora é assim: eu ofereço, e quando a pessoa diz "não, obrigada", eu respondo "obrigada você".

Não tenho passado fome, é bem verdade. Mas o que fazer com a vontade desesperada de comer doces? Como estou na área da Psicologia, já entendi tudinho: a gente tem que "recalcar", como disse o Freud. O problema é que o que a gente recalca sempre dá um jeito de voltar, em geral na forma de sonhos. No meu caso, na forma de pesadelos nos quais guloseimas-zumbis correm atrás de mim... e toca a fugir de bolos, brigadeiros, queijadinhas e pudins... que, na realidade, é o que tenho feito o dia inteiro.
Nas sessões de Psicanálise, meu principal assunto tem sido “será que um dia vou comer de novo um pão com manteiga ou um bolo de laranja recém-saído do forno?”. É um tremendo processo de luto!
Para preencher tamanha falta, o jeito é correr para o cheesecake diet, um tipo pelo qual sempre tive desprezo e, hoje, é a minha nova paixão, com quem tenho encontros fortuitos todas as tardes. Não vou contar pra  ninguém, é claro, mas o cheesecake tem sido o salvador da pátria, digo, da dieta. Sem ele seria impossível.
Mas a verdade é que nenhuma destas dificuldades é maior que a satisfação de subir na balança da minha amiga médica e ver que o sacrifício está funcionando, e muito, aliás! Ontem mesmo deixei escapar que ia sair do consultório diretamente para os braços do meu cheesecake... e minha amiga avisou logo:

-- Cuidado, hein? Quem perde rápido também ganha rápido!
E fiquei pensando que dieta é mesmo igual a joguinho de computador: quando a gente começa a ganhar, os níveis vão ficando cada vez mais difíceis... e voltar à estaca zero é uma enooooooorme probabilidade.

9 comentários:

  1. Gostei da tatica do "cheira banana". Ja coloquei um joelho de porco na mochila.

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  2. Se quiser , corrija... de: "Quer perde rápido...", para: quem perde rápido, embora tooooodos(as) tenham entendido, né?

    ALVÍSSARAS, ALELUIAS, NOTA 10 COM LOUVOR... E PARABÉNS CAROLINA!!! Fico contentíssimo com vitórias e conquistas - sobremaneira as suadas rsrs - de pessoas queridas como você.

    Tudo tem ônus e bônus ou, na (sua) agora linguagem psi...um lado sombra e um lado luz. Você, sensatamente fez a escolha mais adequada, afinal de contas, não há um "serumano" (se existir, deve ser unzinho só rs, como exceção)com razoável autoestima que discorde desta evidência solar:"Mas o lance é que não há pratão no mundo que valha a alegria de caber nas suas roupas; de botar aquele vestido justo e ficar elegante... de ver as gordurinhas desaparecerem e, ainda mais: "Mas a verdade é que nenhuma destas dificuldades é maior que a satisfação de subir na balança da minha amiga médica e ver que o sacrifício está funcionando, e muito, aliás!".

    Você está perdendo o anel da gula/"gordice"rs ... para não perder o dedo enxuto da alimentação ou aparência harmoniosa e saudável. Seu espelho "bisotê" agradece.

    Não se esqueça de agradecer ao TODOPODEROSO a rápida resposta do corpo, graças ao seu metabolismo otimizado. Miiiiiita gente com os mesmos sacrifícios leva muiiiiiiiiito mais tempo para perder os indesejados e enxundiosos rs quilos extras, é fato. Nada contra os rechonchudos, principalmente os que se dizem contentes com as sobras , dobras, adiposidades, pneus e banhas . Admiro ainda mais(embora sinta dificuldade de entender) os que se dizem FELIZES E CHEIOS DE FOFURAS RS...Tudo na vida, inclusive ela, tem limite ou prazo de validade.

    Comemore sua(s) vitórias)s) e conquista(s) sempre!!!
    Santé e axé!!!
    Marcos Lúcio

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    1. Meu fofo, vou comemorar com você na próxima sexta, no mesmo bat-local e à mesma bat-hora... se você puder, é claro! Vamos brindar com café e stevia!

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    2. Oui, oui...d'accord...ma chérie...et à tout à l'heure.
      Abraçaços
      M.L.

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  3. Será que precisa isso tudo amiga? De qq forma o relato de sua experiência é sensacional. Dei muitas risadas! Boa sorte! Bjs

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    1. Andrea, minha flor, estou cada vez mais leve por fora e por dentro! Por enquanto o cheesecakde tá dando conta do meu recado, estamos "in love" e o mundo segue azul... que bom que te fiz rir. Aguarde para muito brevemente notícias mais detalhadas...

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  4. Mauro Pires de Amorim.
    Percebo que você está passando um perrengue com essa dieta, mas como você mesmo disse, quem perde peso rápido demais, seguindo um regime alimentar de cortes um tanto fanáticos, radicais, incorre na maior probabilidade de jogar a dieta para o alto e cair na tentação, caindo de boca em tudo do que ficou privado.
    O melhor mesmo é uma reeducação alimentar, adquirindo-se consciência de seu biorítimo para poder selecionar a alimentação a ser ingerida de acordo com as necessidades de gastos calóricos, proteicos, vitamínicos, sais minerais, carboidratos e açúcares, numa dosagem equilibrada, com algumas reservas, claro, para suas necessidades habituais.
    Conforme o termo mesmo diz, reeducação alimentar não é nada que se faça da noite para o dia. Nosso cérebro leva algum tempo para assimilar essa consciência e não reclamar tanto da falta de outros sabores de substâncias que serão mais raras ou até evitadas.
    É justamente essa falta que o cérebro sente da perda desses prazeres de substâncias alimentares que faz com que ele envie mensagens instigando impulsos para a ingestão e sentido da substância e paladar associado ao antigo conceito de prazer alimentar e isso pode influir sobre o estado de bem-estar físico e psicológico da pessoa.
    Há anos passados, lembro-me de uma propaganda do chocolate "Batom", onde uma criança constantemente ouvia uma voz que lhe dizia: "Coma Batom, coma Batom", justamente fazendo o papel do cérebro instigando-a comer aquele determinado chocolate da propaganda. Portanto emblematicamente a situação é por aí.
    Muita força nessa sua nova luta em busca de uma reeducação alimentar para uma vida mais saudável e sinceros desejos de felicidades e boas energias.

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  5. Obrigada pelo apoio moral, Mauro. Mas vem cá me dizer uma coisa: dizem as más-línguas que você me chamou de "barril" no blog do nosso amigo Miglia. Nem fui lá conferir porque achei que era mentira da oposição (o Miglia adora mulher gorda e é contra qualquer tipo de restrição alimentar). Conto com a sua compreensão no sentido de que andei rechonchuda, mas barril... jamaaaaaaais!!!! Agora você vai lá no blog amigo dar um fora no fofoqueiro!

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