quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Miguel Ángel, o taxista ladrão

Vai a dica valiosíssima para o turista em Buenos Aires: nunca, never, jamais pegue um táxi daqueles que ficam parados nas esquinas dos pontos turísticos, à espera dos passageiros. Não me refiro aos pontos de táxi, é claro, mas sim àqueles senhores que ficam ali de butuca, verdadeiros predadores de incautos.

Sabidamente os táxis portenhos não gozam de boa-fama; são internacionalmente conhecidos pelo talento que têm para devolver o troco em notas falsas. Obviamente que esta turma é minoria. Morei por quase três anos em Buenos Aires e tive o desprazer de ser roubada por um taxista somente duas vezes. Meu marido, uma vez só, sendo que anos mais tarde conseguiu a proeza de entrar no carro daquele mesmo motorista que o havia roubado... e não é que o digníssimo sr. tentou lhe aplicar o mesmíssimo golpe outra vez?

Mas o caso é que desta vez cometemos o erro de entrar no "coche" do rapaz simpático chamado Miguel Ángel, veja você, e justamente para uma corrida longa. Enquanto ele bancava o Speed Racer, voando pelas avenidas com onda verde, percebi que o taxímetro voava mais depressa ainda. Meu marido, homem de bom coração, não acreditou em mim quando lhe dei um toque de que o motorista bom-papo estava nos roubando. Para disfarçar, ele nos vinha com chorumelas do tipo:

-- Sabés que trabajo en las calles desde hace 15 anos?
Ou:
-- Hay en la ciudad una feria de dibujos muy linda!

Em resumo: a corrida que deveria custar em torno de 70 pesos saiu por 130. Mas ele foi além: já com o pagamento nas mãos, pediu-nos para trocar aquela nota de cem, porque nela havia escrito um nome de mulher e um número de telefone. Alegou que sua cooperativa não aceita notas com rasuras. Agindo sem pensar, demos-lhe uma outra nota. Imediatamente meu marido desconfiou do golpe, mas aí já era tarde, pois o dinheiro já estava nas mãos dele, a nota falsa nas nossas mãos e uma discussão em andamento dentro do carro.

O caso é o seguinte: o que fazer quando se é um estrangeiro e o taxista local se aproveita disso para roubar?  Uma situação parecida nos aconteceu em Verona, na Itália, e também ali não tivemos como nos defender, porque esta é uma causa perdida para o turista, a menos que ele esteja disposto a perder um dia na delegacia e talvez até a estragar o passeio.

Para evitar aborrecimentos, o melhor é conhecer bem as notas e aprender a identificar as verdadeiras. Na Argentina, por exemplo, as de cem e de 50 possuem adesivos holográficos. Ao pagar o taxista, segure a nota e mostre-a a ele, perguntando se há algum problema; só depois que ele concordar que não, entregue-a a ele. Não dê papo a motoristas muito simpáticos, porque eles sempre usam a conversa como preâmbulo para o roubo. Também é bom evitar pagar com notas de cem, mas saiba que eles não se limitam a roubar as mais altas. Comigo aconteceu de o motorista-mágico transformar uma nota de vinte pesos em uma de dois.

Mas meu último conselho é o seguinte: caso aconteça com você o que aconteceu conosco, não estrague o dia nem a viagem por causa disso. Não deixe que um ladrão acabe com a alegria das suas férias. Todo ladrão, certamente, um dia há de encontrar um outro mais ladrão que ele mesmo, e então a justiça será feita.


Se te passarem esta, não aceita não!!!

4 comentários:

  1. A safadeza, a sacanagem e o mau-caratismo são universais e (des)humanos, infelizmente. Já fui vítima (uma vez) aqui no Rio, na Rodoviária, em priscas eras...mas fui ao posto policial que havia lá - havia anotado o nr. da placa do carro - e tudo , depois, se resolveu (eu tinha tempo, já morava aqui...não estava a passeio). Como não há tempo a perder em viagens internacionais, principalmente, ou como devemos ser utilitaristas escolhendo um melhor desfecho (onde há mais bônus do que ônus)...concordo pletoramente com o seu último conselho. Mas não deixe de comentar no hotel , etc., e com quem mais puder. CARPE DIEM!!!
    Santé e axé!

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  2. Fernanda,

    Isso aconteceu comigo, eu estava sozinha quando peguei o taxi, dei uma nota de 50 dollares, na epoca que eu fui a Argentina o peso era o mesmo valor do dollar, e ele me devolveu o troco com uma nota de 20 pesos falsa ...... ai tentei pagar a conta num restaurante .... o garcon verificou que era falsa .... ai o que fazer ...... seguir em frente e aproveitar as ferias .....como voce mesma o disse.

    Felicidades,

    Gilda Bose

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  3. Mauro Pires de Amorim.
    Enquanto isso, aqui em Copacabana, 3 turistas argentinas que incautas foram para a praia em frente ao Copacabana Palace, carregando cada qual sua pesada mochila com carteira, documentos, cartões e um monte de coisas, quando foram dar um mergulho, tiveram as 3 mochilas furtadas por 2 caras.
    Como elas perceberam e gritaram o que deveria ser gritado no Congresso Nacional. "Ladrão, ladrão!". Os caras correram e a Guarda Municipal os pegou na esquina do Calçadão da Av. Atlântica e esse furto teve final feliz para as argentinas.
    Quanto aos congressistas, se gritar "Ladrão, ladrão!". Eles vão se fazer de desentendidos, caras de pau e caso sejam pegos, se refugiarem com o preceito da Impunidade Pralamentar.
    Imunidade Parlamentar em país sério é usada para conferir autoridade lícita e legítima a membros do Executivo e Legislativo em processos que atuem como investigadores, tais como as comissões que presidem e julgam.
    Já por aqui, serve de blindagem de proteção aos fora-da-lei das altas rodas e turmas do poder e oposição, pois quanto a essa proteção e privilégio de cidadania perante a lei, todos os políticos e partidos são uníssonos, pois autocratas quanto a isso são unidos, afinal eles se sentem de uma classe superior e quanto a isso, pensam que merecem privilégios em relação ao resto da ralé que governam.
    felicidades e boas energias.

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