A violência maior não está no homem que faz a política do contra: contra as mulheres, contra os homossexuais, contra os negros, contra a liberdade, e sim no fato de que há quem vote nele!
Em 2014, Jair Bolsonaro foi o deputado mais votado do Rio, com mais de 460 mil votos, e isso é um caso a se pensar. Violência não se limita a assalto a mão armada. A violência silenciosa, que finca as raízes na cabeça das pessoas e conduz ao estupro da vida pública e da vida em sociedade, esta sim é a mais virulenta. Basta olharmos a história do homem, exemplos não faltam.
Era o caso de se pensar até que ponto a democracia deve dar espaço para que ideias de ódio possam ser oficialmente disseminadas, tendo como porta-voz um político eleito pelo povo. Ou não?
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
sábado, 13 de dezembro de 2014
Buenos Aires musical
O Piazzolla Tango é um teatro na calle Florida que oferece um show diferente dos tradicionais tangões ao estilo "Por una cabeza": as seis duplas de dançarinos bailam ao som de uma orquestra de seis músicos que tocam o mais puro Piazzolla, artista que revolucionou a música argentina ao inovar o tango com as influências do jazz.
Ali, o apreciador da boa música e dança vai curtir um tango que não é para iniciantes. Quem quiser um show típico para turistas deve mesmo procurar outra opção, ou sairá frustrado. O teatro oferece um lauto jantar com excelente comida e vinho de primeira antes do espetáculo, que tem duração aproximada de 1 hora e meia.
Mas Buenos Aires é uma cidade musical, como se sabe, e a música está por toda parte e para todos os públicos... a seguir, uma pequena amostra do que vi, em menos de cinco minutos de caminhada, em duas esquinas vizinhas:
Ali, o apreciador da boa música e dança vai curtir um tango que não é para iniciantes. Quem quiser um show típico para turistas deve mesmo procurar outra opção, ou sairá frustrado. O teatro oferece um lauto jantar com excelente comida e vinho de primeira antes do espetáculo, que tem duração aproximada de 1 hora e meia.
Mas Buenos Aires é uma cidade musical, como se sabe, e a música está por toda parte e para todos os públicos... a seguir, uma pequena amostra do que vi, em menos de cinco minutos de caminhada, em duas esquinas vizinhas:
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Sou Racing, mas na vitória do River virei a casaca
A festa do River Plate, ao vencer a Copa Sul-Americana por 2 a 0 ao derrotar o colombiano Atlético Nacional, foi contagiante. As autoridades fecharam a Avenida Corrientes e os torcedores se concentraram no Obelisco da Avenida Nove de Julho. Já era mais de meia-noite e o povo não parava de chegar, com uma alegria digna de Copa do Mundo. Impossível não se deixar levar...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Arte moderna em Buenos Aires
Descobri um novo museu na cidade, o Museu de Arte Moderna!
Relativamente novo, ainda falta montar um café e uma lojinha, coisas que na minha opinião são fundamentais! Mas o prédio tem o charme de parecer, ele mesmo, uma peça de arte... olha a escada, que ao vivo lembra a espinha de um dinossauro:
Alguns museus valem não só pelas obras que exibem, mas também pela sua arquitetura e conjunto. Um bom exemplo é o Guggenheim de Nova Iorque, em círculos, projetado para facilitar a vida dos visitantes e valorizar as exposições. Não é o caso deste aqui, mas mesmo assim ele é um colírio para os olhos, porque as salas são coloridas e também valorizam as mostras. Olha só:
O museu fica pertinho da Feira de Santelmo, que acontece aos domingos. Marque aí no seu caderninho e faça dois passeios que valem a pena em um dia só.
Relativamente novo, ainda falta montar um café e uma lojinha, coisas que na minha opinião são fundamentais! Mas o prédio tem o charme de parecer, ele mesmo, uma peça de arte... olha a escada, que ao vivo lembra a espinha de um dinossauro:
Alguns museus valem não só pelas obras que exibem, mas também pela sua arquitetura e conjunto. Um bom exemplo é o Guggenheim de Nova Iorque, em círculos, projetado para facilitar a vida dos visitantes e valorizar as exposições. Não é o caso deste aqui, mas mesmo assim ele é um colírio para os olhos, porque as salas são coloridas e também valorizam as mostras. Olha só:
O museu fica pertinho da Feira de Santelmo, que acontece aos domingos. Marque aí no seu caderninho e faça dois passeios que valem a pena em um dia só.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Buenos Aires tropical
No verão, Buenos Aires é totalmente diferente
daquela dos dias de frio!
Passeando por Palermo e Recoleta, a Ipanema portenha, a gente se pergunta onde é que está a tal da crise argentina. O povo continua lindo, leve e solto... todo mundo com sacolas de boutiques caras na mão... tomando Quilmes com os amigos e batendo aqueeeeele papo legal! Os restaurantes continuam cheios e animados, os carrões desfilam pelas ruas arborizadas e os jardins seguem gramados e floridos...
As moças deixam os casacões negros no armário e
botam as perninhas de fora, com saias e shorts que a cada ano vêm ficando cada
vez mais curtos...
A cidade fica toda colorida...
Os bares lotados...
O calor por aqui é de matar, e como não há praia, a
gente tem mesmo que apelar para os heróis da temporada: Gota Máxima e
Cucurucho:
Ou para a bebida gelada de café, verdadeira
sobremesa, o Frapuccino (eu prefiro o velho e bom cafezinho):
Os piadistas gostam de dizer que os argentinos
pensam que são ingleses, mas o fato é que Buenos Aires embarcou na ideia alemã
de espalhar bancos de diferentes tipos pela cidade, então o pedestre nunca se
cansa de andar por aí, porque tem sempre onde se sentar...
Outra coisa que me surpreendeu nesta estação é que
eles aderiram à ciclovia!
E há por aqui bicicletas muuuuuito estilosas...
Por falar em estilo, as lojas da cidade estão cada
vez mais lindas, e redecorar a casa é sempre uma tentação... pena que não cabe
muita coisa na mala! Com a moeda argentina baixa e inflacionada, é uma oportunidade
para quem pode trocar dólares ou reais em uma casa de câmbio confiável, pois o
dólar no paralelo vale 30% a mais que no câmbio oficial. Os argentinos, que
antes se ofendiam com um pedido de pechincha, agora aceitam baixar até 30% do
preço marcado em vitrine no caso de pagamento à vista. Assim, não vale a pena
pagar nada com cartão de crédito, nem mesmo diária de hotel.
Passeando por Palermo e Recoleta, a Ipanema portenha, a gente se pergunta onde é que está a tal da crise argentina. O povo continua lindo, leve e solto... todo mundo com sacolas de boutiques caras na mão... tomando Quilmes com os amigos e batendo aqueeeeele papo legal! Os restaurantes continuam cheios e animados, os carrões desfilam pelas ruas arborizadas e os jardins seguem gramados e floridos...
Aí a gente vai ao outro lado da cidade dar uma volta
na tradicional Calle Florida, algo como o Saara carioca, mas melhor, e reduto
dos turistas (que creem estar no lugar ideal para as compras) e dos comerciantes
de bugingangas. Ali há de tudo um pouco: de Zara a lojas de 1,99... e a música
de fundo é algo como:
“Fabrica de cuero!”, “Cambio! Casa de Cambio!”, “Show
de tango!”, “Paseos Turísticos!” etc...
Em termos de propaganda no ouvido do turista, pior
que a Calle Florida só mesmo um lugar em Pernambuco chamado Porto de Galinhas,
onde estive uma vez e mal consegui caminhar por conta do enxame de ambulantes.
Mas em Buenos Aires lembrei da piada que diz que o
país está em “recessão” quando SEU VIZINHO perde o emprego, e está em “crise”
quando VOCÊ perde o emprego. Pois bem: em Palermo e Recoleta parece que o país
está em recessão, e não em crise. Os sinais de crise que vi por aqui foram os
mendigos pelas ruas do Centro e da Avenida Santa Fé, a alta do dólar paralelo e
o sumiço de várias lojas que existiam até ano passado. Três fortes indícios,
ainda que a cidade esteja com cafés e restaurantes cheios, que haja turistas
por todo lado e as lojas e feiras da cidade continuem vendendo.
Agora vou fazer como eles e tomar uma Quilmes, porque o calor tá "daqueles"! Amanhã
tem mais. Buenas!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Alma portenha
Sou mineira da gema, mas o Rio é a cidade onde
escolhi viver. No entanto, todas as vezes que volto a Buenos Aires, tenho a
sensação de estar voltando para casa. É como se as ruas da cidade, os prédios,
os odores, a musicalidade da língua e até as peculiaridades do portenho fossem
muito familiares, bem mais até do que o esperado pelo tempo que já passei aqui.
Curiosamente, meu amor por Buenos Aires nasceu bem
antes de eu de fato conhecê-la. Eu ainda não havia aprendido a ler quando me
apaixonei pelo tango que meus pais ouviam em casa (e dançavam, de modo muito
criativo, nas gincanas da nossa escola e nas festas do clube da cidade). Depois
vieram os bolerões, que me fizeram amar o idioma. Aos 17 anos me matriculei
num curso de espanhol e sonhei estudar na capital portenha, devaneio total
àquela época.
Incrivelmente, eis que a vida, muitos anos depois, acabou me trazendo mesmo a esta cidade tão
bonita, onde vivi por tempo suficiente para que o amor brotasse verdadeiro, um
amor talvez nascido até em tempos imemoriais... veja você que aprendi o idioma tão rápido, e o
domino tão bem, que costumo dizer que não aprendi, mas me lembrei!
Turistas apaixonados, como eu (que amam viajar)
necessitam priorizar a escolha dos destinos, principalmente se, como eu, vivem em
países de Terceiro Mundo, não são ricos e já estão na meia-idade. Neste caso,
eleger as férias para um regresso significa uma escolha muito especial...
Buenos Aires, para mim, é como passar férias em
casa; aquela casa que a gente já teve um dia, mas não tem mais... que ainda existe nas nossas melhores
lembranças, e que guardamos no melhor lugar do coração... aquela casa que colorimos
com os lápis da alegria, da aventura, da paixão e da juventude... e para onde,
ainda que o tempo voe, podemos voltar de vez em quando, porque ela não ficou
estática no passado, mas continua viva e à nossa espera, sob aquele velho céu
azul de sempre, em algum lugar deste mundo!
sábado, 6 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Infância consumida
Então a menina considerada a mais linda do mundo, a
russa Kristina Pimenova, tem mais de 300 mil seguidores no Instagram e mais de
2 milhões no Facebook... e entre este povo todo, há quem diga que ela tem
“pernas sexy”.
Pernas sexy aos 9 anos?
Olha... ela poderia ser bem MAIS bonita se não parecesse uma mulherzinha em miniatura; se fosse a imagem de uma criança, e só. O que de fato ela não parece, com as caras, bocas e poses que faz frente a lente do fotógrafo. Um verdadeiro deleite para os pedófilos de plantão, alguém duvida? Uma piração total destes tempos que vivemos, nos quais a infância está com os dias contados, e cada vez mais escassos.
Pernas sexy aos 9 anos?
Olha... ela poderia ser bem MAIS bonita se não parecesse uma mulherzinha em miniatura; se fosse a imagem de uma criança, e só. O que de fato ela não parece, com as caras, bocas e poses que faz frente a lente do fotógrafo. Um verdadeiro deleite para os pedófilos de plantão, alguém duvida? Uma piração total destes tempos que vivemos, nos quais a infância está com os dias contados, e cada vez mais escassos.
Minha amiga conta às risadas que viu a seguinte
cena:
Na loja, a menina de não mais que quatro anos fazia
birra para a avó. Queria uma bolsa. Ela cruzou os braços e sentenciou, fazendo
beicinho e às lágrimas:
-- Vovó, eu não vivo sem esta bolsa! Eu PRECISO
desta bolsa!!!
E eu aqui me pergunto: onde é que está a graça?
Tanto Kristina quanto a consumista que queria a
bolsa (e ganhou) apontam para o fato de que a infância está mesmo erotizada,
marcada pelo consumo e pelo descartável, os signos da atualidade.
A infância já não tem mais valor. Está sendo consumida pela indústria, pelos costumes moderninhos, pela pressa das crianças e até dos pais... as crianças nunca
quiseram crescer tão rápido, e os adultos parecem não perceber que estão apoiando esta pressa, e achando bonitinho! Ou, na pior das
hipóteses, ganhando dinheiro.
Kristina, a menina "mais bonita do mundo", tem uma
legião de seguidores simplesmente por ser... "a menina mais bonita do mundo", com seu cabelo louro e seus olhos azuis, o estereótipo "capa de revista" mais batido do planeta.
Chega a ser de pasmar o quanto as pessoas precisam de um ídolo para seguir, e hoje, com as redes sociais, podem mesmo "segui-lo" por aí, num voyeurismo crônico e instalado que denota vazios profundos e tão antigos...
A indústria já fez das crianças um mercado
consumidor valiosíssimo, e como os pais da atualidade, marcados pela culpa da
falta de tempo, não sabem impor limites... bingo! Na televisão e no cinema a
turma aprende que sexo é a coisa mais banal do mundo... em breve, aliás, o sexo
há de chegar às séries de desenho animado, onde a pancadaria já chegou faz
tempo. Porque se as modelos estão sexies aos 9 anos de idade... quem é que vai duvidar? Chega a ser de pasmar o quanto as pessoas precisam de um ídolo para seguir, e hoje, com as redes sociais, podem mesmo "segui-lo" por aí, num voyeurismo crônico e instalado que denota vazios profundos e tão antigos...
Em breve estas placas não vão nem existir mais... |
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