segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Infância consumida

Então a menina considerada a mais linda do mundo, a russa Kristina Pimenova, tem mais de 300 mil seguidores no Instagram e mais de 2 milhões no Facebook... e entre este povo todo, há quem diga que ela tem “pernas sexy”.

Pernas sexy aos 9 anos?

Olha... ela poderia ser bem MAIS bonita se não parecesse uma mulherzinha em miniatura; se fosse a imagem de uma criança, e só. O que de fato ela não parece, com as caras, bocas e poses que faz frente a lente do fotógrafo. Um verdadeiro deleite para os pedófilos de plantão, alguém duvida? Uma piração total destes tempos que vivemos,  nos quais a infância está com os dias contados, e cada vez mais escassos.

Minha amiga conta às risadas que viu a seguinte cena:
Na loja, a menina de não mais que quatro anos fazia birra para a avó. Queria uma bolsa. Ela cruzou os braços e sentenciou, fazendo beicinho e às lágrimas:

-- Vovó, eu não vivo sem esta bolsa! Eu PRECISO desta bolsa!!!
E eu aqui me pergunto: onde é que está a graça?

Tanto Kristina quanto a consumista que queria a bolsa (e ganhou) apontam para o fato de que a infância está mesmo erotizada, marcada pelo consumo e pelo descartável, os signos da atualidade.
A infância já não tem mais valor. Está sendo consumida pela indústria, pelos costumes moderninhos, pela pressa das crianças e até dos pais... as crianças nunca quiseram crescer tão rápido, e os adultos parecem não perceber que estão apoiando esta pressa, e achando bonitinho! Ou, na pior das hipóteses, ganhando dinheiro.

Kristina, a menina "mais bonita do mundo", tem uma legião de seguidores simplesmente por ser... "a menina mais bonita do mundo", com seu cabelo louro e seus olhos azuis, o estereótipo "capa de revista" mais batido do planeta.

Chega a ser de pasmar o quanto as pessoas precisam de um ídolo para seguir, e hoje, com as redes sociais, podem mesmo "segui-lo" por aí, num voyeurismo crônico e instalado que denota vazios profundos e tão antigos...
A indústria já fez das crianças um mercado consumidor valiosíssimo, e como os pais da atualidade, marcados pela culpa da falta de tempo, não sabem impor limites... bingo! Na televisão e no cinema a turma aprende que sexo é a coisa mais banal do mundo... em breve, aliás, o sexo há de chegar às séries de desenho animado, onde a pancadaria já chegou faz tempo. Porque se as modelos estão sexies aos 9 anos de idade...  quem é que vai duvidar?


Em breve estas placas não vão nem existir mais...
 

4 comentários:

  1. Fernanda,


    Realmente a infancia esta sendo consumida muito rapidamente ..... o que e uma pena, pois para mim, a infancia e uma das coisas mais preciosas da vida ..... Fui ao Google ver as fotos de Kristina Pimenova, da qual nao conhecia. Veja bem ela e realmente bonita, nao sei se e para ser considerada a mais bonita entre todas as criancas ......mas ai esta sendo cometido um "crime" quanto essas crianca, pois ela e bonita, linda hoje, ninguem sabe quando ela tiver seus 18 anos se a sua beleza continuara a mesma ....... eu vou citar o caso do pequeno ator(na epoca) lindo , o Kevin McCallister ... do Home Alone ....lembra? voce ja viu as fotos dele apos 14 anos ..... nao sei qual e a sua idade agora, mas sei que ele nao e mais bonito e sofre
    por causa disso (na minha opiniao). Quanto a menina de quatro anos fazer "birra", ok
    nao acho nada bonito, mas eu sempre gostei muito de bolsa .... desde que me conheco por gente ......mas meus pais nao me davam o luxo de fazer beicinho ......
    se fizesse seria pior, ai e que nao ganhava mesmo ......rsrsrsrsrs

    Felicidades,

    Gilda Bose

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  2. Gilda... cá entre nós... também tenho um fraco por bolsas!!!! kkkkkkkk

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  3. Indiscutível que a menina é belíssima.Alíás, parece ser quase norma entre as russas.Foi quando tive a sorte de visitar Moscou e São Petersburgo que constatei jamais ter visto tanta mulher bonita (rosto principalmente), alta e magra .

    A fama para a criança pode até ser boa se conduzida de forma adequada e realista pelos responsáveis. Ter uma estrutura familiar saudável é importantíssimo”, diz a psicóloga Adriana Takahashi. . “Caso a postura dos pais seja inadequada, podem ocorrer diversas formas de abuso e ameaças psicológicas, que resultam em sentimento de rejeição, por exemplo, já que teoricamente a criança não atendeu às expectativas do adulto”, afirma Adriana. Além disso, a infância fica comprometida, pois não há tempo de brincar, devido ao excesso de compromissos e atividades que lotam a agenda da criança.

    As consequências psíquicas desse abuso são irreversíveis e comprometem o desenvolvimento da personalidade dos pequenos. Conflitos internos, problemas na formação da identidade, distorção de valores e da imagem de si e do outro, angústia, ansiedade, depressão, dificuldade no relacionamento interpessoal, agressividade e passividade são apenas alguns distúrbios relatados pelos psicólogos. Histórias como as de Macaulay Culkin, Michael Jackson e Judy Garland , dentre inúmeras outras, são exemplos de como a fama e uma estrutura familiar deficiente podem afetar decisivamente o futuro das crianças, transformando-as em adultos problemáticos. “A criança não tem maturidade e discernimento para saber se o que os pais estão fazendo é bom ou ruim para o seu futuro. Cabe a eles proteger seus filhos e preservá-los da exposição exagerada”, alerta Adriana.

    A psicóloga lembra que muitas vezes os pais tentam realizar seus sonhos através dos filhos, obrigando-os a fazer coisas que não querem. “Isso é um grande erro, pois a criança fica confusa e passa a acreditar que para ter o amor de seus pais é preciso atender às expectativas deles”, diz. Há mães que exigem determinado desempenho dos filhos e até fazem ameaças. “Nesse caso, o sentimento de rejeição acompanhará a criança para sempre. Isso é o que chamo de violência psicológica, abuso de poder”, diz Adriana. Se os pais não protegerem a criança dessa exposição, cresce o risco de ela se tornar um adulto delinquente, inclusive com propensão a consumo de drogas e álcool em excesso. “A pessoa se torna inconsequente, depressiva, agressiva e frustrada por não ter tudo o que queria e culpada por não ter ‘atendido ao pedido dos pais’”, conclui a psicóloga.
    Santé e axé!
    Marcos Lúcio

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