sábado, 13 de dezembro de 2014

Buenos Aires musical

O Piazzolla Tango é um teatro na calle Florida que oferece um show diferente dos tradicionais tangões ao estilo "Por una cabeza": as seis duplas de dançarinos bailam ao som de uma orquestra de seis músicos que tocam o mais puro Piazzolla, artista que revolucionou a música argentina ao inovar o tango com as influências do jazz.

Ali, o apreciador da boa música e dança vai curtir um tango que não é para iniciantes. Quem quiser um show típico para turistas deve mesmo procurar outra opção, ou sairá frustrado. O teatro oferece um lauto jantar com excelente comida e vinho de primeira antes do espetáculo, que tem duração aproximada de 1 hora e meia.

Mas Buenos Aires é uma cidade musical, como se sabe, e a música está por toda parte e para todos os públicos... a seguir, uma pequena amostra do que vi, em menos de cinco minutos de caminhada, em duas esquinas vizinhas:


Um comentário:

  1. Fui definitivamente seduzido e fiquei apaixonado pelo tango, à primeira audição, há muitas décadas, ainda na adolescência.Parafraseando Belchior, sou da América do Sul e, por força deste destino, um tango argentino me vai bem melhor que um blues, claro!

    Há quase um século, o tango tomou conta de Buenos Aires. Hoje, continua a ocupar o lugar central na vida emocional dos portenhos, porque o lirismo amargurado, sublime e ardente da música faz parte da definição essencial do que significa fazer parte dessa cidade.No início, em público, dançavam apenas homens com homens. Naqueles tempos era considerada obscena a dança entre homens e mulheres abraçados, sendo este um dos aspectos do tango que o manteve circunscrito aos bordéis, onde os homens utilizavam os passos que praticavam e criavam entre si nas horas de lazer mais familiar.

    Buenos Aires consolidou sua identidade como cidade de imigrantes e, na década de 1920, o tango já era um estilo bem aceito. As danças de roda das comunidades africanas de escravos libertos deram a base rítmica vigorosa, e um instrumento de fole alemão – o bandônion – contribuiu com os lamentos tristonhos típicos do tango.
    A música também foi influenciada pelo estilo francês que tomou o mundo na virada do século 19 para o 20, em grande parte graças a um certo Charles Gardes. Ele nasceu em 1890 na França e foi levado pela mãe para Buenos Aires três anos depois. Ficou conhecido mundialmente como Carlos Gardel, a mais completa tradução do amor argentino pela canção. Cantor e compositor brilhante, Gardel fez com que o tango passasse de sua forma picante de bordel para um lamento sofrido.

    Por volta de 1910 o Tango foi levado para Paris. Existem várias versões de como isso aconteceu. A sociedade parisiense da época em que as artes viviam o modernismo ansiava por novidades e exotismos. O tango virou uma febre em Paris e, como esta belíssima e mítica cidade era o carro chefe cultural de todo o mundo civilizado (melhores tempos, certamente), logo o tango se espalhou pelo resto do mundo. A parcela moralista da sociedade condenava o tango, assim como já havia se colocado contra a valsa antes, por o considerar uma dança imoral. A própria alta sociedade Argentina o desprezava , e só passou a ser aceito nos salões de alta classe pela influência (in)direta de Paris.A década de 1950 conta com a atuação revolucionária de Astor Piazzolla que rompe com o tradicional trazendo para complementar os recursos clássicos do tango influências de Bach e Stravinsky por um lado, e por outro lado do Cool Jazz.
    Nessa época o tango passa a ser executado com alto grau de profissionalismo musical, encantando platéias mais sensíveis ou de mais bom gosto , no mundo
    inteiro.
    Santé e axé!

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