segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Bolsonaro e o estupro da vida em sociedade

A violência maior não está no homem que faz a política do contra: contra as mulheres, contra os homossexuais, contra os negros, contra a liberdade, e sim no fato de que há quem vote nele!

Em 2014, Jair Bolsonaro foi o deputado mais votado do Rio, com mais de 460 mil votos, e isso é um caso a se pensar. Violência não se limita a assalto a mão armada. A violência silenciosa, que finca as raízes na cabeça das pessoas e conduz ao estupro da vida pública e da vida em sociedade, esta sim é a mais virulenta. Basta olharmos a história do homem, exemplos não faltam.

Era o caso de se pensar até que ponto a democracia deve dar espaço para que ideias de ódio possam ser oficialmente disseminadas, tendo como porta-voz um político eleito pelo povo. Ou não?

4 comentários:

  1. Como sinto asco por esta figura hitlerista repugnante e/ou diabólica, farei meu o diagnóstico brilhante, a seguir, do CONRADO HÜBNER MENDES
    PROFESSOR DE DIREITO
    CONSTITUCIONAL DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE
    DE SÃO PAULO DOUTOR EM
    DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE EDIMBURGO (ESCÓCIA) E DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA USP


    O Brasil tem assistido a surtos agudos de primitivismo político(...) que não aceita, por princípio, a política democrática e as regras do jogo constitucional. Um dos exemplos deste surto (e são muitos, infelizmente),o Bolsonaro, esforça-se em corroê-las o tanto quanto pode. Não está disposto a discutir ideias e propostas à luz de fatos e evidências, mas a desqualificar sumariamente a integridade do seu adversário (e, assim, escapar do ônus de discutir propostas e fatos). Cheio de convicções, é surdo a outros pontos de vista e alérgico ao debate. Não argumenta, agride. Dúvidas seriam sinais de fraqueza, e o primitivo quer ser tudo menos um fraco. Suas incertezas ficam enrustidas no fundo da alma.

    O que "pensa" o deputado sobre tantos temas, principalmente os mais "polêmicos" é caso que beira a patologia. Ele sabe para quem está falando e por qual breviário deve rezar para se eleger. Suas frases de efeito imoral são combustível para toda sorte de recalque homofóbico, sexista, racista, elitista, policialesco, enfim, para todo o arsenal de recursos opressores estocados na cultura brasileira. A filosofia da discriminação dá voto. Invocada com raiva e fé, ainda elege e reelege.

    O parlamentar do PP é a expressão mais caricata, se não repugnante, do primitivismo. Fosse apenas um lembrete pedagógico de um país que um dia existiu, ou representasse só um reduto de filhos bastardos da ditadura, não causaria maior dor de cabeça. Mas quando notamos que ele é somente a versão mais antipática de um Brasil que ainda nos espreita da esquina, ou de uma mentalidade que continua a se manifestar nos jornais, na família e no trabalho, é sinal de que o confronto não pode ser evitado. Há muito em risco para se ficar em silêncio.

    Incomodam ao bolsonarismo os padrões de decência política, os direitos fundamentais e os compromissos de mudança social pactuados pela Constituição de 1988. Esse pacto constitucional, entretanto, é um ponto de partida inegociável e não está aberto a reconsideração. Se pensa que nem todos merecem direitos, não entendeu bem o que são direitos. Fala em direitos, mas pensa em privilégios. Se quer ser um servo da maioria, não aprendeu bem o que é democracia, mas definiu perfeitamente a tirania.

    Que o seu repertório de ideias fixas constitui uma brutalidade moral e uma aberração jurídica, isso não é mais novidade. Antes disso, porém, trata-se de um monumento de desonestidade intelectual. Ignora (ou incentiva?) , p.ex., as abundantes provas sobre a vergonhosa motivação homofóbica de centenas de crimes de ódio anualmente praticados por todo Brasil.Um dos desafios para a sobrevivência da democracia é alijar as ideias distorcidas, preconceituosas e perigosas que atacam a sua própria condição de existência.
    Santé e axé!

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  2. Cassação para o defensor da tortura e do estupro

    Até quando o parlamento brasileiro vai se deixar cobrir de vergonha com a presença entre seus quadros de um notório defensor da tortura e, agora, do estupro? Se a Câmara dos Deputados tolerar o ataque infame ("Só não te estupro porque não vale a pena") do deputado Jair Bolsonaro contra a deputada Maria do Rosário, ex-ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, estará sendo conivente com um criminoso confesso. Outra pergunta : quantos vezes mais o deputado quebrará impunemente o decoro parlamentar ? O regimento da Câmara, que estabelece regras de convivência entre os deputados, vem sendo violado seguidamente por Bolsonaro. Ou a Casa, finalmente, reage ou se deixará avacalhar por um fascista que despreza a convivência democrática.

    Sua bandeira, ao se eleger pela primeira vez, era a luta por melhores salários para a corporação e pela modernização dos equipamentos das forças armadas.

    Pouco tempo depois, já no exercício do mandato de deputado, Bolsonaro já dava mostras de que a defesa dos interesses de sua corporação estava longe de ser a prioridade de sua atuação. Nos debates das comissões e do plenário ficara claro que ali estava um parlamentar que se servira do regime democrático para atacá-lo. Saudoso dos tempos da ditadura, passou a defender as violações dos direitos humanos e os bárbaros crimes cometidos pelos militares, bem como os facínoras que sequestraram, torturaram e assassinaram os opositores do regime. Transformou-se, inclusive, sem o menor constrangimento, em defensor da tortura, crime de lesa-humanidade, conforme todas as convenções e tratados internacionais.

    Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, pretensamente indignado com o congelamento dos salários dos militares, subiu à tribuna para dizer que o maior erro do regime militar foi não ter matado FHC. Beneficiado pela permissividade covarde dos seus pares, que não sabem distinguir a necessária imunidade do parlamentar, no que tange a opinião e votos , de ataques rasteiros ao sistema democrático e a apologia de crimes previstos no Código Penal, nada lhe aconteceu.

    De lá para cá, Bolsonaro, além de ter faltado com o respeito e agredido verbalmente seus colegas incontáveis vezes, pôs decidida e radicalmente seu mandato a serviço das causas mais obscurantistas. Dentro e fora do parlamento, ele dissemina todo tipo de preconceito e ódio contra homossexuais, negros, mulheres, indígenas, quilombolas, sem-terra, sem-teto e lutadores sociais e pelos direitos humanos. Mal educado e com insanável déficit de civilidade, o deputado é incapaz de participar de qualquer debate na Câmara sem apelar para a grosseria e a agressão verbal.

    O fato de Bolsonaro, um deputado que costumava se eleger meio que na "conta do chá", ter obtido mais de 500 mil votos na última eleição só revela um fenômeno estarrecedor : parte nada desprezível do eleitorado fluminense comunga com as ideias abjetas do deputado, com seus valores e postura diante da vida. Ao pregar diuturnamente contra a política e os políticos, criminalizando a pobreza e os movimentos sociais, além de menosprezar a luta pela afirmação dos direitos humanos, a mídia brasileira contribui para uma espécie de adoecimento cívico da sociedade. E é nesse terreno fértil que vicejam fenômenos como Bolsonaro.

    Às organizações voltadas para a promoção e defesa dos direitos humanos, às entidades feministas e da sociedade civil, faço um alerta : se o caso da gravíssima ofensa de Bolsonaro à deputada Maria do Rosário ficar restrito à Câmara dos Deputados, mais uma vez, ele não será punido, embora alguns deputados e partidos de esquerda tenham reagido e estejam cobrando sua cassação. O problema é que a maioria conservadora da Casa certamente vai lhe salvar a pele. Depende, portanto, dos movimentos, das ruas e das redes sociais, a cassação de um mandato que afronta o código penal e as leis do país.

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  3. O terrivel eh que muitos desses quase meio milhao de eleitores coadunam com as "ideias" dele.

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  4. Fernanda,

    Feliz Natal !!!!!

    "Love is all we need.."

    Felicidades,

    Gilda Bose.

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