sábado, 3 de dezembro de 2011

O mais santo dos remédios custa baratinho e não tem contra-indicação

Demorei pra entender, mas entendi: cem anos de ioga não liberam sua respiração se você carrega o peito cheio de mágoas. É que elas pesam tanto, e ocupam tanto espaço, que o diafragma, por mais super-herói que seja, não dá conta de subir e descer... e acaba ali, espremido pela substância invisível que aos poucos entope as veias, seca as artérias, envenena os pulmões, destrói o fígado e paralisa o coração.

Desista dos calmantes, eles também não funcionam. Trazem apenas o engano do alívio imediato; enquanto nossos ossos continuam no caminho que faz deles cada vez mais tortos... e nosso olhar, ai, nosso olhar! Quanta tristeza bóia sobre os olhos de quem padece de mágoa! Quanta tristeza pela beleza da vida que não foi vista (e muitas vezes nem sequer imaginada...). Quanta tristeza pela paisagem que foi sempre a mesma, aquela cena um milhão de vezes revista, aquela cena que deu origem à mágoa!

Beba deste santo remédio, que é o perdão profundo e verdadeiro, aquele que vem da menor e mais fina artéria do seu coração; aquele que nasce autêntico (e tão forte, e tão viril) lá do fundo da sua vontade; aquele que brota tão naturalmente quanto um botão de rosa no seu jardim imaginário.

Beba até a última gota sem esperar ser compreendido ou aceito, sem esperar que o outro o perdoe também: você está livre, e isso já é sua recompensa.

Deixe que o gosto do perdão inspire suas palavras, que o ar invada esta casa triste que tem sido a sua vida, libere todos os bons sentimentos que aguardam, presos e ansiosos, por uma simples oportunidade diante da porta trancada que foi sempre a sua decisão.

E então respire leve... ganhe finalmente o mundo, descanse à sombra de sua liberdade... viva em plenitude a maior prova de amor aos outros e a si mesmo: a maravilha da absolvição.

4 comentários:

  1. É Fernanda,eu vou aproveitar a época natalina que estamos vivendo,e vou em busca desse "remédio baratinho e sem contra indicação." Vamos combinar que há algumas situações complicadas para que possamos fazer uso de tal "remédio." Bjs.

    Monica.

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  2. Concordo sim, Monica, taí um remedinho difícil de tomar... mas o importante é a gente estar sempre tentando, porque um dia ele desce goela abaixo! Beijão!

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  3. Não acredito em acaso...queriDannemann, porém, jungueanamente a sincronia taí mesmo, pra quem quer percebê-la. Hoje, amigo meu, comentou que depois de anosssssssss de mágoas, rancores e outras idiotices infantilóides, finalmente compreendeu que eu sempre tive razão ao dizer-lhe: esquece e entenda que as pessoas que o decepcionaram eram tão ou mais frágeis ou imaturas ou equivocadas que você...que levou a sério gente tão precária.

    Isto não significa que, além do perdão, você deve esquecer o quanto elas são inconsequentes. O ideal é, se a coisa foi pesada, prejudicial, perigosa e até desvantajosa...perdoar sim, mas esquecer jamais, e, então, tomar a prudente e intergalática distância da criatura, pois cesteiro que faz um cesto, costuma fazer um cento, para não darmos chance ao azar da repetição de tais despropósitos. O certo é que, se não perdoarmos, não conheceremos o sentimento mais libertador que existe, e estaremos algemados à questão e á energia negativa do malfeitor. É mais fácil carregar pedras enormes do que levar a bagagem pesadíssima do rancor, do ressentimento. O perdão é a única chave que escancara a porta da mansão da plenitude e possibilita sermos bem sucedidos, amáveis, generosos, íntegros e felizes. SEM PERDÃO _ assim como sem tesão, HÃO HÁ SOLUÇÃO.
    Abração e beijão procê.
    Marcos Lúcio

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  4. Este texto tocou profundamente a minha alma !

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