quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A arte de dar a volta por cima

De todas as artes possíveis na vida, a que mais me sensibiliza é, de longe, a de dar a volta por cima... e seguir adiante, feliz e contente, sem fazer de si mesmo uma vitima dos acontecimentos.

É sobre isso que trata o filme “O artista”, que mesmo sem a ajuda do som e das cores, e sem a mágica da computação gráfica, faz a gente viajar no sorriso canastrão do personagem principal... e que sorriso, que sorriso aquele homem tem!

O filme conta a história de um ator em decadência, mas é de todos nós que ele fala... daqueles nossos momentos em que tudo parece perdido e a gente já bebeu toda a água do fundo do poço... e um tiro na boca pode até parecer solução diante de tanta desesperança. Quem é que nunca passou por isso? Quem não passou... vai passar, não tem jeito.

Mas o filme também fala do orgulho, aquele péssimo conselheiro que sempre insistimos em ouvir antes de cometer uma grande burrada. E fala de amizade, o lampejo divino que faz de qualquer criatura uma centelha de Deus. E é claro, fala de amor, porque nem só de orgulho e amizade vive o homem!

Ao retratar questões tão humanas, e com uma graça ingênua diante do espetáculo estressante que virou o cinema, “O artista” nos leva a rir dos personagens e de nós mesmos, que acabamos nos identificando com eles: seja a mocinha que quer vencer, o galã vaidoso, o cachorro fiel, o empresário que só pensa em dinheiro, o motorista que joga nas onze e “ataca” de mordomo... todos nós somos um pouco de tudo isso... e apesar de qualquer revés, sempre ganhamos o Oscar no final.


6 comentários:

  1. Também adorei o filme, mas, mudando de assunto, o que é personal coach, que está ai no seu perfil?

    ResponderExcluir
  2. Um velho amigo meu, quando me viu após 15 anos, acenou-me ainda de longe e disse: __ Fiquei doido! Não estou mais batendo bem. Naquele instante meu ser procurou adequar-se e assim respondi, também de longe: Então que seja la pras suas negas, pois pra mim você tá é bom. O tempo que se seguiu, foi de certo acerto, onde procurei encaixar o louco nos padrões do louco e o amigo de tanto tempo, no tempo, apoiando-me no tempo para tirá-lo da loucura declarada e que não fora encontrada por mim, pelo menos, naqueles breves momentos daquela visita de parada no meio de uma viagem, em que as horas pela frente, justificariam uma despedida que teimava em não se dar, desvendando o que não era louco, no louco do meu amigo. A minha melhor conclusão de pois que deixei meu amigo, dirigindo e pensando, foi de que de médico e de louco, todos nós temos é muito.

    ResponderExcluir
  3. O Marcelo também falou desse filme, Ta anotado e vou vê-lo. Como não gosto de cinema, vou esperar em DVD. valeu a dica.
    Sergio.

    ResponderExcluir
  4. Adoraria pensar que " apesar de qualquer revés, sempre ganhamos o Oscar no final". Infelizmente muitos "oscarizáveis" no dia-a-dia fraquejam ou entregam os pontos.Mas, certamente, saber dar a volta por cima é a arte maior para quem exercita a arte de viver.Tive, queriDannemann, o privelégio e o enorme prazer de assistir e fiquei matutando: como pode um filme preto e branco, mudo, em plena era do império 3D, ser uma obra-prima?. Quanta genialidade e ousadia de Hazanavicius, a de levar o cinema de volta às origens, quando astros e estrelas não emitiam sons, quando as falas, pancadas e rajadas de bala ecoavam apenas no caminho entre a visão e a imaginação. O atrevimento recompensa, pois O Artista não é apenas um OVNI em meio à produção atual, é uma carta de amor ao cinema, este ser intangível constituído de imaginário, fascínio, medo, paixões, desamores, ação, entre outros tantos elementos que se desprendem da tela para nos modificar. Pois se o cinema não nos modifica, bom cinema não é. Saí do filme com a certeza de que ele jamais sairá de mim.

    E não é que os franceses deram mais um olé nos prepotentes americanos no quesito cinematográfico? Em 1895 os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição de um filme na primeira sala de cinema do mundo, claro, na França. Agora, mais de cem anos depois, eles voltam a abalar o Tio Sam, com sua queridinha Hollywood, lançando um longa despretensioso, com um orçamento baixo, mas que está vindo com tudo como azarão na disputa do Oscar 2012..
    Fazendo uma homenagem aos filmes mudos que conquistavam as platéias no auge das produções cinematográficas americanas da década de 20, o diretor Michel Hazanavicius – sim, ele é francês –com direção majestosa, resolveu apostar todas as suas fichas produzindo um filme igual aos da época, ou seja, sem cor, sem som. Apenas com uma trilha sonora e cartelas com diálogos resumidos. E, contrariando muitos conhecidos que achavam que ele estava louco, Michel os fez moderem suas línguas afiadas ao se depararem com (um dos) o melhor(es) filmes do ano , com direto a tudo que um bom telespectador deseja ver: ação, lágrimas, risos, inteligência e uma chance de se perder em outro mundo, inclusive com um final artisticamente feliz. Hazanavicius criou algo único e inesquecível(para mim, quase inacreditável!).

    Dujardin e Bérénice(caindo de charme) - duas avassaladoras presenças em cena, fazem a diferença e provam que atores não são tão descartáveis quanto o avanço tecnológico pode sugerir.O cão Uggie, que rouba a cena , foi o vencedor do primeiro "Golden Collar" (Coleira de Ouro), premiação criada para reconhecer a excelência canina em Hollywood. Ele também recebeu a "Palm Dog" ("Palma Canina") no Festival de Cannes do ano passado, uma brincadeira com o principal prêmio do evento, a Palma de Ouro. O "Golden Collar" distribuiu prêmios em cinco categorias, incluindo melhor cão em um filme estrangeiro, melhor cão em série de televisão, melhor cão em reality show e melhor cão em filme feito direto para DVD.

    Com certeza muitos executivos estão "queimando a mufunfa" dentro dos estúdios, buscando no fundo da gaveta aquela placa empoeirada , onde se lê: “Menos é mais”. Tenho o cinema francês como o meu predileto, quase sempre, (também o vinho, especialmente o champanhe, o culinária, a literatura, os queijos, os perfumes, a pintura, a filosofia, o chique, o charme, o detalhe, etc.), mas este, especialmente, é um dos dez filmes da minha já longeva rsrs...existência, também pela sua pegada demasiado humana e absolutamente contrária ao massacranntre , predador, animalesco e decadente neoliberalismo (a crise de 1929, "como agora", está lá).Nesta envolvente e magnética projeção, não há concorrência, ao contrário, impera a solidariedade, o bom senso, além do bom gosto... coisas tão jejunas nestes tempos tão mediocrizados/americanizados.

    Abraço e bom carná (botando ou não o bloco na rua)
    Marcos Lúcio

    ResponderExcluir
  5. EstiMarcos... Paris é uma festa, eu sei, mas prefiro a Itália: a comida, os queijos, o cinema, a paisagem, a língua e, claro, os rapazes, que são uma coooooisa! beijão!

    ResponderExcluir
  6. A primeira vez que ouvi falar desse filme foi na premiação do Oscar. Achei interessante o fato de ser um filme mudo e em preto e branco em pleno século 21! Tecnicamente é genial, uma vez que a volta ao passado está em alta no mundo da moda. E por que não usar isso no cinema também? É fantástico!
    Mas... eu ainda não vi o filme. Mas pelo o que você relatou deve ser muito bom mesmo! Essa coisa de que no fundo todos somos um pouco de cada coisa. Vai ver que é por isso que é tão difícil nos definirmos, porque ninguém é uma coisa só. Somos vários tipos de pessoa, em um só corpo!

    ResponderExcluir

Dicas para facilitar:
- Escreva seu nome e seu comentário;
- Selecione seu perfil:----> "anônimo";
- Clique em "Postar comentário";
Obrigada!!!!!