Entendo perfeitamente, queriDannemann, mas pelo diametralmente oposto, quando alguém se diz apaixonado por futebol. Você tocou na minha maior paixão:carnaval, e tenho paixões de vários tipos, sempre com relação à natureza e à arte. Como sou Patropiano, da terra do carná e futebol...embora haja discordâncias quanto à "bola", não duvido de que a gente é para o que nasce. Ato contínuo, nasci para aa folias momescas, que desde a mais tenra idade, seduziram-me avassaladoramente com seus sambas, frevos e marchinhas, exclusivamente.Tanto é que meu pai ( Deus o tenha!) era presidente de um time de futebol e de uma escola de samba no interior de Minas, percebeu meus evidentes atributos de folião pleno e colocou-me, por alguns anos, como mestre-sala mirim , abrindo o desfile da sua amada escola. Dizem as boas línguas e fotos comprovam, que era um arraso, modéstia à parte. Também ganhei vários prêmios de folião nos bailes de carnaval da cidade, e, depois, tanto adolescente, quanto no início da maioridade, continuei, em outras escolas, ora como mestre-sala, ora como passista. Organizei muitos blocos de sujos(eram assim chamados, embora todos os participantes bem limpinhos rsrs), inclusive com a bandinha indo pegar os "caricatos" que se aprontavam na casa dos meus pais. Era um verdadeiro auê... "no capricho". Mesmo no Rio, já adulto, saí por vários anos como passista, componente e até como chefe de ala. Quando as fantasias começaram a ficar gigantescas, tive de desistir pois provocavam ferimentos no corpo. Sou exagerado e sambo , pulo e rodo mais do qualquer ser humano... benza Deus!, na opinião de amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos. As más línguas dizem que Elza Soares e eu somos os mais exagerados...e não o Cazuza kkk.Hoje mesmo vou a mais um bloco e só vou parar depois do desfile das campeãs. Aliás, meu bloco está sempre na rua rsrs...com raríssimas exceções e, graças a Deus, não fico alegre só nos dias de carnaval, que poderis ser em qualquer época.
Quanto aos desfiles na Sapucaí, dois verdadeiros cortes epistemológicos marcaram para sempre (e acredito insuperáveis, ou não?!) a história do carnaval, a ponto de um deles ter sido utilizado pelo gênio Caê:"quem não seguiu o mendigo Joãosinho Beija-Flor?". Orgulhosamente, fiz parte deste acontecimento ímpar:"Ratos e Urubus ... " 1989 . Um enredo que marcou definitivamente o carnaval carioca e do Brasil . Toda a arte e genialidade de D. João Trinta , o Rei eterno do carnaval, em um desfile devastador , inesquecível, e provocador.
O outro eu assisti boquiaberto e incrédulo o que considero o maior desfile da história , com o antológico e criativíssimo enredo da Mocidade: TUPINICÓPOLIS, 1987,desenvolvido pelo ousadíssimo e irreverente FERNANDO PINTO , que inclusive foi um dos DZI CROQUETTES (outro momento ímpar na arte brasileira).O samba era lindíssimo e o desfile absolutamente impactante ou meteórico, aconteceu sob o Sol da manhã, enfim, iluminado pelo astro-rei. Puro êxtase!Deus assistiu e aplaudiu, ouso dizer.
E para quem não sabe, o carnaval de rua do Rio, voltou a ser o maior e melhor do Brasil. Os discordantes são, também, filhos de Deus, por supuesto". Abraço forte, santé e e axé! Marcos Lúcio
O verdadeiro HINO DOS SAMBAS DE ENREDO foi composto para o Carnaval de 1964 do IMPERIO SERRANO. Este imortal e antológico samba é considerado por muitos historiadores um dos dez melhores sambas de todos os tempos (no meu conceito e dos amigos, é , disparado, o melhor). O então enredo levava-nos a uma viagem pelas regiões do nosso país apresentando sua fauna, flora, cultura, povo e se imortalizou nos apêndices da cultura brasileira pela brilhante composição deste baluarte do samba, compositor de pérolas da nossa arte popular, a seguir.
Aquarela Brasileira Silas de Oliveira Vejam esta maravilha de cenário É um episódio relicário Que o artista num sonho genial Escolheu pra este carnaval E o asfalto como passarela Será a tela do Brasil em forma de aquarela Passeando pelas cercanias do Amazonas Conheci vastos seringais No Pará a ilha de Marajó E a velha cabana do Timbó. Caminhando ainda um pouco mais Deparei com lindos coqueirais Estava no Ceará,terra de Irapuã De Iracema e Tupa. Fiquei radiante de alegria Quando cheguei na Bahia Bahia de Castro Alves,do acarajé Das noites de magia do cadomblé Depois de atravessar as matas do Ipu Assisti em Pernambuco A festa do frevo e do maracatu. Brasília tem o seu destaque Na arte,na Beleza e arquitetura Feitiço de garoa pela serra São Paulo engrandece a nossa terra Do leste por todo centro-oeste Tudo é belo e tem lindo matiz O Rio do samba e das batucadas Dos malandros e mulatas De requebros febris Brasil, Essas nossas verdes matas Cachoeiras e cascatas De colorido sutil E este lindo céu azul de anil Emolduram em aquarela o meu Brasil. Lá...lá...lá... Lá...lá...lá...lá...lá...
Reproduzo no melhor blogue que conheço, por considerá-las oportunas, e por adorar carnaval, as observações do provessor Juscelino: " O carnaval tal como o conhecemos surgiu na França.
Há historiadores que defendem a ideia de que a palavra teria surgido da expressão currus navalis,ou seja, carro naval, com base nos cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barcos que marcavam o início da estação da primavera, na Grécia e em Roma.
Há um pensador russo, chamado Mikhail Bakhtin que dedicou grande parte de sua pesquisa ao estudo do grotesco e, por isso, estudou o Carnaval na Idade Média e escreveu sobre a essa festa:
“Na verdade, o carnaval ignora toda distinção entre atores e espectadores. Também ignora o palco, mesmo na sua forma embrionária. Pois o palco teria destruído o carnaval ( e inversamente, a destruição do palco teria destruído o espetáculo teatral).
Os espectadores não assistem ao carnaval, eles o vivem, uma vez que o carnaval
pela sua própria natureza existe para todo o povo. Enquanto dura o carnaval, não se conhece outra vida senão o carnaval. Impossível escapar a ela, pois o carnaval não tem nenhuma fronteira espacial. Durante a realização da festa só se pode viver de acordo com as suas leis, isto é, as leis da liberdade. O carnaval possui um caráter universal é um estado peculiar do mundo: o seu renascimento e a sua renovação, dos quais participa cada indivíduo. Essa é a própria essência do carnaval, e os que participam dos festejos sentem-no profundamente.”
Para esse filósofo, o Carnaval vira pelo avesso a organização social: quem é rei vira súdito.Os súditos é que se tornam os reis do espetáculo. É interessante que também o filósofo Nietzsche tem uma visão parecida com a de Bakhtin, quando se trata do Carnaval como um rito coletivo, no qual o folião fantasiado e mascarado se transforma num “outro”, numa espécie de efeito purificador e regulador do equilíbrio social.Seriam três dias de trégua, de superação da hipocrisia social e do medo do próprio corpo.
Mauro Pires de Amorim. Esse samba e esse carnaval, se não me falha a memória, foi o samba do campeonato do Salgueiro em 1983 ou talvez 1982. Seja qual for o ano, pois afinal, já se vão quase 30 anos dos meus praticamente 47 de vida e o que me recordo desse carnaval e consequentemente do samba, foi o fato de eu ter conhecido e iniciado o relacionamento amoroso mais intenso e gentil, que até então eu havia tido, com minha primeira amada, a quem posso realmente chamar de primeira namorada. Ótimas recordações dessa época. Muitas felicidades e boas energias.
Este samba me lembra uma brincadeira que fazia com meu filho bebezinho na época (uns cinco meses), ele ria de chorar quando eu falava o tal do bumbum baticumbum.. Saudades..........O tempo passa muito rápido ele agora, um adulto cheio de responsabilidades, mulher, tres filhos não acha graça em quase nada!
Fernanda,
ResponderExcluirRecordar e viver .......linda musica ....saudades......
Samba no pe, e com a mulata .... e impressionante ..... por mais que as outras tentem ....nao chegam aos pes.
Gilda Bose
Entendo perfeitamente, queriDannemann, mas pelo diametralmente oposto, quando alguém se diz apaixonado por futebol. Você tocou na minha maior paixão:carnaval, e tenho paixões de vários tipos, sempre com relação à natureza e à arte. Como sou Patropiano, da terra do carná e futebol...embora haja discordâncias quanto à "bola", não duvido de que a gente é para o que nasce. Ato contínuo, nasci para aa folias momescas, que desde a mais tenra idade, seduziram-me avassaladoramente com seus sambas, frevos e marchinhas, exclusivamente.Tanto é que meu pai ( Deus o tenha!) era presidente de um time de futebol e de uma escola de samba no interior de Minas, percebeu meus evidentes atributos de folião pleno e colocou-me, por alguns anos, como mestre-sala mirim , abrindo o desfile da sua amada escola. Dizem as boas línguas e fotos comprovam, que era um arraso, modéstia à parte. Também ganhei vários prêmios de folião nos bailes de carnaval da cidade, e, depois, tanto adolescente, quanto no início da maioridade, continuei, em outras escolas, ora como mestre-sala, ora como passista. Organizei muitos blocos de sujos(eram assim chamados, embora todos os participantes bem limpinhos rsrs), inclusive com a bandinha indo pegar os "caricatos" que se aprontavam na casa dos meus pais. Era um verdadeiro auê... "no capricho". Mesmo no Rio, já adulto, saí por vários anos como passista, componente e até como chefe de ala. Quando as fantasias começaram a ficar gigantescas, tive de desistir pois provocavam ferimentos no corpo. Sou exagerado e sambo , pulo e rodo mais do qualquer ser humano... benza Deus!, na opinião de amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos. As más línguas dizem que Elza Soares e eu somos os mais exagerados...e não o Cazuza kkk.Hoje mesmo vou a mais um bloco e só vou parar depois do desfile das campeãs. Aliás, meu bloco está sempre na rua rsrs...com raríssimas exceções e, graças a Deus, não fico alegre só nos dias de carnaval, que poderis ser em qualquer época.
ResponderExcluirQuanto aos desfiles na Sapucaí, dois verdadeiros cortes epistemológicos marcaram para sempre (e acredito insuperáveis, ou não?!) a história do carnaval, a ponto de um deles ter sido utilizado pelo gênio Caê:"quem não seguiu o mendigo Joãosinho Beija-Flor?". Orgulhosamente, fiz parte deste acontecimento ímpar:"Ratos e Urubus ... " 1989 . Um enredo que marcou definitivamente o carnaval carioca e do Brasil . Toda a arte e genialidade de D. João Trinta , o Rei eterno do carnaval, em um desfile devastador , inesquecível, e provocador.
O outro eu assisti boquiaberto e incrédulo o que considero o maior desfile da história , com o antológico e criativíssimo enredo da Mocidade: TUPINICÓPOLIS, 1987,desenvolvido pelo ousadíssimo e irreverente FERNANDO PINTO , que inclusive foi um dos DZI CROQUETTES (outro momento ímpar na arte brasileira).O samba era lindíssimo e o desfile absolutamente impactante ou meteórico,
aconteceu sob o Sol da manhã, enfim, iluminado pelo astro-rei. Puro êxtase!Deus assistiu e aplaudiu, ouso dizer.
E para quem não sabe, o carnaval de rua do Rio, voltou a ser o maior e melhor do Brasil.
Os discordantes são, também, filhos de Deus, por supuesto".
Abraço forte, santé e e axé!
Marcos Lúcio
O verdadeiro HINO DOS SAMBAS DE ENREDO foi composto para o Carnaval de 1964 do IMPERIO SERRANO.
ResponderExcluirEste imortal e antológico samba é considerado por muitos historiadores um dos dez melhores sambas de todos os tempos (no meu conceito e dos amigos, é , disparado, o melhor).
O então enredo levava-nos a uma viagem pelas regiões do nosso país apresentando sua fauna, flora, cultura, povo e se imortalizou nos apêndices da cultura brasileira pela brilhante composição deste baluarte do samba, compositor de pérolas da nossa arte popular, a seguir.
Aquarela Brasileira
Silas de Oliveira
Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu pra este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó.
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará,terra de Irapuã
De Iracema e Tupa.
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves,do acarajé
Das noites de magia do cadomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu.
Brasília tem o seu destaque
Na arte,na Beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo centro-oeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio do samba e das batucadas
Dos malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil,
Essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil.
Lá...lá...lá...
Lá...lá...lá...lá...lá...
Reproduzo no melhor blogue que conheço, por considerá-las oportunas, e por adorar carnaval, as observações do provessor Juscelino: " O carnaval tal como o conhecemos surgiu na França.
Há historiadores que defendem a ideia de que a palavra teria surgido da expressão currus navalis,ou seja, carro naval, com base nos cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barcos que marcavam o início da estação da primavera, na Grécia e em Roma.
Há um pensador russo, chamado Mikhail Bakhtin que dedicou grande parte de sua pesquisa ao estudo do grotesco e, por isso, estudou o Carnaval na Idade Média e escreveu sobre a essa festa:
“Na verdade, o carnaval ignora toda distinção entre atores e espectadores. Também ignora o palco, mesmo na sua forma embrionária. Pois o palco teria destruído o carnaval ( e inversamente, a destruição do palco teria destruído o espetáculo teatral).
Os espectadores não assistem ao carnaval, eles o vivem, uma vez que o carnaval
pela sua própria natureza existe para todo o povo. Enquanto dura o carnaval, não se conhece outra vida senão o carnaval. Impossível escapar a ela, pois o carnaval não tem nenhuma fronteira espacial. Durante a realização da festa só se pode viver de acordo com as suas leis, isto é, as leis da liberdade. O carnaval possui um caráter universal é um estado peculiar do mundo: o seu renascimento e a sua renovação, dos quais participa cada indivíduo. Essa é a própria essência do carnaval, e os que participam dos festejos sentem-no profundamente.”
Para esse filósofo, o Carnaval vira pelo avesso a organização social: quem é rei vira súdito.Os súditos é que se tornam os reis do espetáculo. É interessante que também o filósofo Nietzsche tem uma visão parecida com a de Bakhtin, quando se trata do Carnaval como um rito coletivo, no qual o folião fantasiado e mascarado se transforma num “outro”, numa espécie de efeito purificador e regulador do equilíbrio social.Seriam três dias de trégua, de superação da hipocrisia social e do medo do próprio corpo.
Abraço afetuoso
Danilo
EstiMarcos e Danilo... já entendi tudo: vocês são mestres (sala?) do Carnaval...
ResponderExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirEsse samba e esse carnaval, se não me falha a memória, foi o samba do campeonato do Salgueiro em 1983 ou talvez 1982.
Seja qual for o ano, pois afinal, já se vão quase 30 anos dos meus praticamente 47 de vida e o que me recordo desse carnaval e consequentemente do samba, foi o fato de eu ter conhecido e iniciado o relacionamento amoroso mais intenso e gentil, que até então eu havia tido, com minha primeira amada, a quem posso realmente chamar de primeira namorada.
Ótimas recordações dessa época. Muitas felicidades e boas energias.
Este samba me lembra uma brincadeira que fazia com meu filho bebezinho na época (uns cinco meses), ele ria de chorar quando eu falava o tal do bumbum baticumbum..
ResponderExcluirSaudades..........O tempo passa muito rápido ele agora, um adulto cheio de responsabilidades, mulher, tres filhos não acha graça em quase nada!