quarta-feira, 1 de maio de 2013

Erro, culpa e bate-papo com Deus

Hoje três coisas aconteceram, e como não acredito em coincidências, li nas estrelas (e na sequência dos fatos) um bilhete divino. (Estou sempre tendo a sensação de bater papo com Deus, e por mais que muita gente pense que quem diz conversar com O Todo Poderoso tem é o miolo mole, continuo ouvindo a voz Dele por aí. Veja só:)...
 
O primeiro acontecimento da série foi que pisei na bola e me desentendi com um amigo que adoro. No começo me fiz de gostosona, dizendo a mim mesma que o cara é um mala e que a discussão era culpa dele. O cara até É REALMENTE um mala, mas desta vez estava inocente na situação, então não teve jeito: tive que assumir, primeiro pra mim, e depois para ele, que SIM, a culpa era minha, era TODA minha! Pedi desculpas, mas nem a absolvição que recebi aliviou a dor na consciência: é doloroso a gente magoar quem ama.

Pronto! O dia estava arruinado; um dia que tinha tudo pra ser ótimo: todo mundo com saúde, um sol danado no céu de outono, as contas pagas, o futuro adiante, eticétera e tal. E eu ali, de farol baixo e com o coração pesado por sei lá quantos quilos de culpa e de arrependimento. Lembrei do meu amigo Luis, que uma vez falou da diferença entre as duas coisas:

-- A culpa não vale nada, é só um peso-morto. O arrependimento é o aprendizado, é a decisão de não errar novamente.

E lembrei da minha amiga super-sábia, a dra. Vera:

-- A culpa é demoníaca, só nos traz ruína e dor. Aprendizado, nenhum.

Estava pensando nestas coisas quando, à noite, recebi um mail de uma amiga que não vejo há meses: não havia notícias, nem proposta de almoço ou cafezinho, nada disso! O que havia era uma mensagem pequena e que começava assim: "Errar é humano, mas reconhecer a própria fragilidade é um dom de Deus". Imediatamente concluí: taí um recado que Jesus mandou pra mim.

Eu ainda estava diante do computador, pensando naquela mensagem, quando o interfone tocou. Era entrega do correio. Depois de dias, finalmente chegou o livro que eu havia encomendado de um sebo láááááá do interior do país:


Coincidência? Eu já falei acima... não creio em coincidências. Acho que o universo conspirou para me fazer pensar a fundo na seguinte coisa: quando a gente erra, pedir perdão e ser perdoado não é o bastante. Só o firme propósito de não incidir no erro é que é capaz de nos libertar. Morô?

Leia Também:
Henry Sobel e a liberdade que existe no erro

O rabino Henry Sobel me ensinou sobre o perdão

14 comentários:

  1. Fernanda,

    Adorei seu post, e vou te dizer o porque.

    Eu estou acabando de ler um livro que se chama: The fifth agreement, a traducao em portugues seria os cinco acordos ou as cinco aceitacoes, realmente eu nao sei, o autor e Don Miguel Ruiz ....mas o que eu sei, e que ele descreve cinco pontos que sao os seguintes:

    Cuidado com o que voce fala.
    Nao pegue nada personal.
    Nao faca julgamentos
    Sempre faca o seu melhor
    Nao acredite em tudo, porem aprenda a escutar.

    Para falar a verdade, este livro para mim foi um achado.....se voce tiver a oportunidade de ler, leia. Para mim este livro sera de cabeceira ......

    Seja sempre feliz, nos todos nascemos para usufruir tudo de bom que existe no universo.

    Felicidades,Beijos

    Gilda Bose

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    1. Gilda, minha flor... agradeço as sábias palavras e vou ver se consigo encontrar este livro. Bjos e "thanks a lot"!

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  2. Concordo plenamente: "Só o firme propósito de não incidir no erro é que é capaz de nos libertar".

    Justamente o grande e moderno (ainda são os "mesmos" conflitos e reflexões...as alminhas ainda são aflitas e perdidas rsrs) Montaigne nos seus famosos e atualíssimos ENSAIOS, propõe, lúcida e filosoficamente, como VIVER PARA NÃO SE ARREPENDER. Dentre outras dicas, ele propõe abrir mão do controle, ser comum e imperfeito, fazer algo(de bom,e do bem claro!) que nunca tenha feito, SER MAIS SOCIÁVEL COM OS AMIGOS rsrs, sobreviver ao amor e às perdas, recorrer a pequenos truques,etc., pois ele acreditava que a existência nos conduz pela mão.Seu post leva a crer nisto, também...ou não???

    Santé e axé!!!
    Marcos Lúcio

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    1. Quero ler a "biografia" do Montaigne! Vc tem aí pra emprestar?

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    2. Embora eu separe a obra do autor(quase sempre), pois os grandes são "cavalos", praticamente psicografam (incumbidos), sei que o Montaigne fez quase uma "autobiografia", ao expor-se nos seminais Ensaios onde ele diz:"só o escrevi para mim mesmo...prefiro que me vejam na minha simplicidade natural, sem artifício de nenhuma espécie, porquanto é a mim mesmo que pinto".

      Na verdade, não sou muito fã de biografias...interessam-me muiiiiiito mais as obras e pensamentos e reflexões dos gênios, sem desmerecer suas origens/condições/dificuldades que transformam em arte. Se quiser os imperdíveis e sempre atualíssimos Ensaios, avise. Tem, inclusive , DO ARREPENDIMENTO, capII, do Livro Terceiro.

      Um petisco montaigniano:"mas há outros pecados inerentes à nossa profissão, ao cargo que desempenhamos, que não posso imaginar se perpetuem em nós senão com o apoio da nossa vontade e consciência.Por isso não acredito na sinceridade do arrependimento, em tais casos".

      "Et moi aussi"... rsrs.
      Santé e axé!
      Marcos Lúcio

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  3. Deus não é o do carro novo. Deus, na minha opinião é exatamente o que você descreveu. Ele é inteligente, artista, cósmico, introspectivo, conhecedor dos limites humanos e... Que nos deixa viver livres para fazermos absolutamente tudo que quisermos, apenas, continuando com o estado de consciência.

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  4. Alfredoooooooooooooooo... hoje vou comemorar "a volta do amigo/leitor pródigo". Onde é que você estava? Pois fique você sabendo que eu já estava pensando em fazer uma campanha de "Procura-se Alfredo, Mauro Pires Amorim e Ariel Galvão". Continuo com a ideia, mas pelo menos você saiu da lista. Fiquei contente. Mil beijos

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  5. Você tem certeza que a culpa não era dele mesmo?????

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  6. Desde que me entendo por gente,que tenho o hábito de bater-papo com Deus.E tenho certeza que não tenho "miolo mole."

    Monica.

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    1. De fato Mônica. O que Deus não é definitivamente é miolo mole e não se presta a favores exclusivos. Deus é parte da Sua própria grande criação e o por quê disto eu não sei. Só sei que estou vivo e descobri o quanto é bom viver, pensar, imaginar e até pagar pra viver é bom já que não tem outro jeito.

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  7. Assumir a responsabilidade por nossos erros, arrepender-se, possibilita o CRESCIMENTO. A culpa, ao contrário,paralisa-nos e só conduz á repetição dos mesmos erros. O EXISTENCIALISMO , quer o Sartraeano e outras Escolas, deixa clara essa diferença de atitude existencial.
    À propósito, o livro que você finalmente recebeu, foi um dos que sugeri, aqui, em seu Blog.
    Do mesmo autor, sugiro: NA NOITE PASSADA EU SONHEI.
    Boas leituras.

    ANTONIO CARLOS

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    1. Caro Antonio Carlos... tá vendo como tudo na vida tem seu tempo certo? Agradeço a dica e vou provicenciar! Bjão!

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  8. Fernanda: Obrigado e desculpe. Estou meio afastado do blog porque ando envolvido com uma obra aqui em casa. A obra, que não acaba nunca,... Você jamais saberá o que é uma obra. Obra é um negócio que primeiro, leva todo o seu dinheiro e depois, quando uma parede fica pronta mostra imediatamente que ao lado falta outra e vai por ai. Por isto, não se envolva com obra.
    Infelizmente nem posso dizer que está acabando porque seria mentira. Obra não acaba. Obra é interrompida e escapando com vida estarei aqui de novo mais forte. Muito bom ser lembrado e lembrar você.

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  9. Senhores,

    Tive a graça de conhecer pessoalmente o rabino Henry Sobel, quando ele gentilmente examinou alguns de meus livros.
    Sou cristão e brasileiro, portanto tolerante, e amigo de todas as raças e credos.
    E sei reconhecer pessoas especiais, talhadas para nobres missões e, sofridas provações.
    Ele é um judeu sábio vivo. Aproveitem para conhecê-lo. Recentemente conhecí alguém semelhantemente sábio do Islã, em Dubai.

    É pela graça de Deus que homens como o rabino Henry Sobel existem pois são raros os homens como ele, como na igreja cristã e na islâmica, que buscam o Equilíbrio, a Harmonia e a Verdade para a Humanidade. Ele é uma benção de Sabedoria para muitos, de outras religiões também, Homens de Boa Vontade que buscam a Paz na Terra. O mais notável é que ele é humano e também comete erros, dos quais se arrepende. É um igual, porém mais sábio, e talvez mais sofrido.

    Don Wílson

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