Ver-me selvagem, e tanto, que já ouso
Tirar a roupa e me livrar até dos pelos
Pra, como índia, me fartar do teu desvelo
Sem que haja entre nós dois nem uma linha,
Um fio só, que nos separe alma e corpo.
Abre a janela, amor, eu quero a luz
Pra que me vejas, toda, enquanto pouso,
Em cada fio, um a um, dos teus cabelos...
E abre os braços, pra que eu, como avezinha,
Possa voar sobre o teu corpo posto em cruz.
Depois de tudo, amor, abre teu peito:
Que eu, que já fui ave e já fui índia,
Só quero ser o teu amor-perfeito.
(Fernanda Dannemann)
(Fernanda Dannemann)
Uaaaaaaaaaau!!!
ResponderExcluirLindo!
ResponderExcluirFernanda,
ResponderExcluirEsta poesia me tocou ....linda ! Parabens!
Felicidades,
Gilda Bose
Obrigada!!!
ExcluirIsso é que é transformar!
ResponderExcluirMonica.
Eu sou da turma do Homem de Ferro!
ExcluirPoema de rara beleza. O SER- AMADO te amará, no mínimo, por muitas e muitas vidas.
ResponderExcluirO AMOR, de fato, é o que vale a pena. Trocado com quem o mereça, claro.
ANTONIO CARLOS
Vindas de você, que é poeta, estas palavras me alegraram a alma!
ExcluirMais um belo, inspirado e sensual cometimento (como le gusta...), queriDannemann. Parabéns!
ResponderExcluirComo não sei porque cargas d'água fiz um "linque" sincrônico com Tatuagem, do Chico, suponho oportuno repetir e compartilhar - para quem ainda não conhece ou esqueceu- esta diamantina poesia buarqueana.Bethânia interpretando isto, é inadjetivável...pra "bolar no santo" rsrs.
Tatuagem
Chico Buarque
Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...
E também pra me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...
Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...
Santé e axé!!
Marcos Lùcio
Se o poema te fez lembrar de "Tatuagem"... nem sei o que dizer, de tão feliz que fiquei!
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