Pois é queriDannemann...você foi citar justamente alguém que admiro taaaaanto, pois comungo das afinidades existenciais, identifico-me com a solteirice, quase noivado, etc. Farei dois posts, desculpe o aluguel rsrs.
Em suas obras, o filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard lançou os fundamentos do existencialismo a corrente que depois receberia a contribuição de Heidegger e Sartre, e fez vasto uso de pseudônimos para uma finalidade muito especial: eles representam, não ele próprio, mas personagens com pontos de vista e atitudes próprias. Estabelece uma dialética entre esses personagens, ou seja, entre dois ou mais pseudônimos seus. Deste modo, um livro assinado com um pseudônimo responde a outro livro, assinado com outro pseudônimo. O Pseudônimo Johannes Climacus trata do dilema entre a dúvida e a fé. Vigilius Haufniensis ocupa-se dos aspectos psicológicos do pecado e da ansiedade. Johannes de Silentio e Constantin Constantius ocupam-se da ética, a partir dos aspectos envolvidos no relacionamento de Kierkegaard com Regine Olsen. Anti-Climacus é o cristão ideal, etc.
O seu propósito não era o anonimato mas desvincular sua personalidade dos assuntos polêmicos de que tratava
Maturidade. Kierkegaard viveu solteiro e um dos grandes acontecimento de sua vida foi justamente romper um noivado, ao mesmo tempo que a grandeza de sua obra nasceu praticamente das racionalizações filosóficas e românticas formuladas por ele para justificar para si mesmo e para a sociedade sua renúncia. Ele conheceu em 1837, Regine Olsen (1822-1904), em casa de amigos que fora visitar. Ela pertencia a uma família abastada de Copenhague e tinha 14 anos, idade núbil para as moças daquela época, e Kierkegaard não tinha como rejeitá-la, face ao interesse que despertou na jovem. Viu-se levado ao noivado três anos depois, em 1840, um evento com grande repercussão devido à grande projeção social de sua família e da família de sua noiva. Quando não suportou mais a situação, Kierkegaard rompeu o noivado subitamente e embarcou para a Alemanha. Porém, procurou fazer que todos pensassem que ele fora rejeitado por Regina, a fim de que, segundo ele, a reputação da noiva nada sofresse. Marcos Lúcio
Ahhhhhhhh...quem dera.Mas sou absolutamente apaixonado pelo tema e por alguns dos seminais filósofos. Entenda bem: pelos seus pensamentos e/ou questões existenciais.O cadinho que sei ,quase nada diante da vastidão do universo filosófico, é puro autodidatismo...curiosidade mesmo.Então a frase correta seria: ele saca, tira, ou suga da filosofia, o que pode e quando consegue.
Se existe algo que ajudou a segurar minha onda (tsunâmica rsrs)foi, e é, indubitavelmente, ela que facilitou minha busca pela vida interior (conheça-te a ti mesmo) e que jamais estará pronta, imperfeitos que somos.Através da eterna vigilância e dos inúmeros e constantes esforços, tornei-me ou pretendo tornar-me o meu melhor Personal soul...gostou???. Por isto mesmo que já disse: além de ser banal que nem pardal rsrs...não sou pouca porcaria...sou penico cheio e como evoluí um bocadinho mais, rodeado de moscas varejeiras rsrs. Santé e axé! M.L.
Continuando e compartilhando,para apimentar, com um dos seus textos brilhante e polêmico...
Nenhum Amor é Menos Ridículo que Outro
Temos, pois, que ao amor corresponde o amável, e que este é inexplicável. Concebe-se a coisa, mas dela não se pode dar razão; assim também é que de maneira incompreensível o amor se apodera da sua presa. Se, de tempos a tempos, os homens caíssem por terra e morressem subitamente, ou entrassem em convulsões violentas mas inexplicáveis, quem é que não sofreria a angústia? No entanto, é assim que o amor intervém na vida, com a diferença de que ninguém receia por isso, visto que os amantes encaram tal acontecimento como se esperassem a suprema felicidade. Ninguém receia por isso, toda a gente ri afinal, porque o trágico e o cómico estão em perpétua correspondência. Conversais hoje com um homem; parece-vos que ele se encontra em estado normal; mas amanhã ouvi-lo-eis falar uma linguagem metafórica, vê-lo-eis exprimir-se com gestos muito singulares: é sabido, está apaixonado. Se o amor tivesse por expressão equivalente «amar qualquer pessoa, a primeira que se encontra», compreender-se-ia a impossibilidade de apresentar melhor definição; mas já que a fórmula é muito diferente, «amar uma só pessoa, a única no mundo», parece que tal acto de diferenciação deve provir de motivos profundos. Sim, deve necessariamente implicar uma dialética de razões, e quem não as quisesse ouvir ou não as quisesse expor, ganharia mais em desculpar-se com a inoportuna extensão do discurso do que em alegar a falência total de explicações. Ora a verdade é que o amante não pode explicar nada, não sabe explicar nada. Viu centenas de mulheres; deixou talvez passar muitos anos sem experimentar o amor; e um dia, de repente, vê a sua mulher, a única, a Catarina. Isto é ridículo. Sim, é cómico que tão grande força que há-de transformar e embelezar a vida inteira - o amor - nem sequer seja como o grão de mostarda donde deverá surgir uma grande árvore, que seja menos do que isso, que, em última análise, se reduza a um quase nada. Sim, é cómico que do amor não se possa apresentar um só critério prévio, por exemplo a idade em que se produz tal fenómeno, que da escolha da única mulher no mundo não se possa dar a mínima razão, que se haja escrito que «Adão não elegeu Eva, porque não teve possibilidade de a distinguir entre as mulheres». Não será igualmente cómica a explicação apresentada pelos amantes? Ou melhor, essa explicação não servirá para acentuar ainda mais o aspecto cómico? Os amantes dizem que o amor os cega, e depois de dizerem isso é que tentam iluminar o fenómeno. Se um homem entrasse numa câmara escura para ir lá buscar um objecto qualquer, e se respondesse «não vale a pena, a coisa não tem importãncia», a quem lhe dissesse que procuraria melhor se levasse consigo uma luz, eu compreenderia muito bem a atitude desse homem. Mas se esse mesmo homem me chamasse à parte para em grande mistério me confiar que ia buscar uma coisa importantíssima, e que por isso mesmo tinha de a procurar às cegas - como poderia a minha pobre cabeça de mortal seguir a subtileza de tão desconcertante linguagem! Evidentemente que não lhe riria na cara, para não ofender; mas, assim que ele voltasse as costas, não poderia mais conter a vontade de rir.
(...) Se me entrego à hilaridade, estou muito longe de querer ofender alguém. Desprezo, porém, esses loucos, persuadidos de que o amor deles está tão completamente justificado que podem de bom grado mofar dos outros amantes; pois, uma vez que o amor se furta a qualquer explicação, todos os amantes se tornam igualmente ridículos. Santé e axé! Marcos Lúcio
O olhar fixado no passado é o alimento das neuroses, transformando a existência numa eterna compulsão para repetição. A mente saudável, penso, é construída pela dialética temporal Passado- presente- futuro.
Olhar o passado para mim, e relembrar o que eu sou, na mais pura concepcao, e lembrar as raizes ..... o passado tambem e importante para que no presente nao se cometa os mesmos erros .... quanto ao futuro, aprendi que se o meu presente for bom, o meu futuro tambem o sera .....
Marcos Lucio,
Como sempre acrescentando como ninguem em seus comentarios, Parabens! Para mim, paixao e cega, e o amor e livre (nao se pode prender ninguem, a pessoa fica do lado se quiser), e e por essa razao que e raro .......
Gilda, concordo: o passado é um bom professor e não nos deixa esquecer quem somos. A gente só tem que tomar cuidado para não ficar saudosista... aí é que está o perigo, né?
ResponderExcluirPois é queriDannemann...você foi citar justamente alguém que admiro taaaaanto, pois comungo das afinidades existenciais, identifico-me com a solteirice, quase noivado, etc. Farei dois posts, desculpe o aluguel rsrs.
Em suas obras, o filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard lançou os fundamentos do existencialismo a corrente que depois receberia a contribuição de Heidegger e Sartre, e fez vasto uso de pseudônimos para uma finalidade muito especial: eles representam, não ele próprio, mas personagens com pontos de vista e atitudes próprias. Estabelece uma dialética entre esses personagens, ou seja, entre dois ou mais pseudônimos seus. Deste modo, um livro assinado com um pseudônimo responde a outro livro, assinado com outro pseudônimo. O Pseudônimo Johannes Climacus trata do dilema entre a dúvida e a fé. Vigilius Haufniensis ocupa-se dos aspectos psicológicos do pecado e da ansiedade. Johannes de Silentio e Constantin Constantius ocupam-se da ética, a partir dos aspectos envolvidos no relacionamento de Kierkegaard com Regine Olsen. Anti-Climacus é o cristão ideal, etc.
O seu propósito não era o anonimato mas desvincular sua personalidade dos assuntos polêmicos de que tratava
Maturidade. Kierkegaard viveu solteiro e um dos grandes acontecimento de sua vida foi justamente romper um noivado, ao mesmo tempo que a grandeza de sua obra nasceu praticamente das racionalizações filosóficas e românticas formuladas por ele para justificar para si mesmo e para a sociedade sua renúncia. Ele conheceu em 1837, Regine Olsen (1822-1904), em casa de amigos que fora visitar. Ela pertencia a uma família abastada de Copenhague e tinha 14 anos, idade núbil para as moças daquela época, e Kierkegaard não tinha como rejeitá-la, face ao interesse que despertou na jovem. Viu-se levado ao noivado três anos depois, em 1840, um evento com grande repercussão devido à grande projeção social de sua família e da família de sua noiva. Quando não suportou mais a situação, Kierkegaard rompeu o noivado subitamente e embarcou para a Alemanha. Porém, procurou fazer que todos pensassem que ele fora rejeitado por Regina, a fim de que, segundo ele, a reputação da noiva nada sofresse.
Marcos Lúcio
O Pitaqueiro, além de tudo, saca tudo de filosofia!
ExcluirAhhhhhhhh...quem dera.Mas sou absolutamente apaixonado pelo tema e por alguns dos seminais filósofos. Entenda bem: pelos seus pensamentos e/ou questões existenciais.O cadinho que sei ,quase nada diante da vastidão do universo filosófico, é puro autodidatismo...curiosidade mesmo.Então a frase correta seria: ele saca, tira, ou suga da filosofia, o que pode e quando consegue.
ExcluirSe existe algo que ajudou a segurar minha onda (tsunâmica rsrs)foi, e é, indubitavelmente, ela que facilitou minha busca pela vida interior (conheça-te a ti mesmo) e que jamais estará pronta, imperfeitos que somos.Através da eterna vigilância e dos inúmeros e constantes esforços, tornei-me ou pretendo tornar-me o meu melhor Personal soul...gostou???. Por isto mesmo que já disse: além de ser banal que nem pardal rsrs...não sou pouca porcaria...sou penico cheio e como evoluí um bocadinho mais, rodeado de moscas varejeiras rsrs.
Santé e axé!
M.L.
Personal soul é sensacional! E dei risadas com a sua evolução: rodeado de varejeiras é o máximo! Quá! Quá! Quá!!!
ExcluirContinuando e compartilhando,para apimentar, com um dos seus textos brilhante e polêmico...
ResponderExcluirNenhum Amor é Menos Ridículo que Outro
Temos, pois, que ao amor corresponde o amável, e que este é inexplicável. Concebe-se a coisa, mas dela não se pode dar razão; assim também é que de maneira incompreensível o amor se apodera da sua presa. Se, de tempos a tempos, os homens caíssem por terra e morressem subitamente, ou entrassem em convulsões violentas mas inexplicáveis, quem é que não sofreria a angústia? No entanto, é assim que o amor intervém na vida, com a diferença de que ninguém receia por isso, visto que os amantes encaram tal acontecimento como se esperassem a suprema felicidade. Ninguém receia por isso, toda a gente ri afinal, porque o trágico e o cómico estão em perpétua correspondência. Conversais hoje com um homem; parece-vos que ele se encontra em estado normal; mas amanhã ouvi-lo-eis falar uma linguagem metafórica, vê-lo-eis exprimir-se com gestos muito singulares: é sabido, está apaixonado. Se o amor tivesse por expressão equivalente «amar qualquer pessoa, a primeira que se encontra», compreender-se-ia a impossibilidade de apresentar melhor definição; mas já que a fórmula é muito diferente, «amar uma só pessoa, a única no mundo», parece que tal acto de diferenciação deve provir de motivos profundos.
Sim, deve necessariamente implicar uma dialética de razões, e quem não as quisesse ouvir ou não as quisesse expor, ganharia mais em desculpar-se com a inoportuna extensão do discurso do que em alegar a falência total de explicações. Ora a verdade é que o amante não pode explicar nada, não sabe explicar nada. Viu centenas de mulheres; deixou talvez passar muitos anos sem experimentar o amor; e um dia, de repente, vê a sua mulher, a única, a Catarina.
Isto é ridículo. Sim, é cómico que tão grande força que há-de transformar e embelezar a vida inteira - o amor - nem sequer seja como o grão de mostarda donde deverá surgir uma grande árvore, que seja menos do que isso, que, em última análise, se reduza a um quase nada. Sim, é cómico que do amor não se possa apresentar um só critério prévio, por exemplo a idade em que se produz tal fenómeno, que da escolha da única mulher no mundo não se possa dar a mínima razão, que se haja escrito que «Adão não elegeu Eva, porque não teve possibilidade de a distinguir entre as mulheres».
Não será igualmente cómica a explicação apresentada pelos amantes? Ou melhor, essa explicação não servirá para acentuar ainda mais o aspecto cómico? Os amantes dizem que o amor os cega, e depois de dizerem isso é que tentam iluminar o fenómeno. Se um homem entrasse numa câmara escura para ir lá buscar um objecto qualquer, e se respondesse «não vale a pena, a coisa não tem importãncia», a quem lhe dissesse que procuraria melhor se levasse consigo uma luz, eu compreenderia muito bem a atitude desse homem. Mas se esse mesmo homem me chamasse à parte para em grande mistério me confiar que ia buscar uma coisa importantíssima, e que por isso mesmo tinha de a procurar às cegas - como poderia a minha pobre cabeça de mortal seguir a subtileza de tão desconcertante linguagem! Evidentemente que não lhe riria na cara, para não ofender; mas, assim que ele voltasse as costas, não poderia mais conter a vontade de rir.
(...) Se me entrego à hilaridade, estou muito longe de querer ofender alguém. Desprezo, porém, esses loucos, persuadidos de que o amor deles está tão completamente justificado que podem de bom grado mofar dos outros amantes; pois, uma vez que o amor se furta a qualquer explicação, todos os amantes se tornam igualmente ridículos.
Santé e axé!
Marcos Lúcio
O olhar fixado no passado é o alimento das neuroses, transformando a existência numa eterna compulsão para repetição. A mente saudável, penso, é construída pela dialética temporal Passado- presente- futuro.
ResponderExcluirANTONIO CARLOS
Concordo: minha opção é evitar olhar para trás. Vou escrever sobre isso qualquer hora.
ExcluirFernanda,
ResponderExcluirOlhar o passado para mim, e relembrar o que eu sou, na mais pura concepcao, e lembrar as raizes ..... o passado tambem e importante para que no presente nao se cometa os mesmos erros .... quanto ao futuro, aprendi que se o meu presente for bom, o meu futuro tambem o sera .....
Marcos Lucio,
Como sempre acrescentando como ninguem em seus comentarios, Parabens!
Para mim, paixao e cega, e o amor e livre (nao se pode prender ninguem, a pessoa fica do lado se quiser), e e por essa razao que e raro .......
Forte abraco para os dois.
Felicidades,
Gilda Bose
Gilda, concordo: o passado é um bom professor e não nos deixa esquecer quem somos. A gente só tem que tomar cuidado para não ficar saudosista... aí é que está o perigo, né?
ExcluirMais uma vez obrigado pelas generosas e simpáticas palavras, estimada Gilda.
ExcluirE Dona Mônica mandou muito bem e poetizou, de fato.
Abraço caloroso para ambas
M.L.
Para apagar os momentos infelizes do passado,eu sigo garimpando a felicidade no presente...
ResponderExcluirMonica.
Gente!!!! A Monica é poeta!!!!!!!!!
ExcluirFernanda,
ResponderExcluirE isso ai, tem que se ter cuidado com o saudosismo ...ai voce so vive no passado mesmo .... e isso e muito triste....
Monica !!! agora poetisa !!! Que beleza !!!
Felicidades,
Gilda Bose
Calma vcs duas aí,foi só um contágio do Marcos Lúcio. rs
ExcluirMonica.
Uaaaaaaau! Que foto hein...
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