domingo, 20 de julho de 2014
Inexorável
Se eu morro, fica tudo aí.
O teu desprezo, a calúnia de alguém;
O meu desejo (o céu azul do mar além);
O meio-dia e a sirene da escola,
A construção defronte à casa,
A lagartixa, em vai e vem...
Fica tudo aí:
os filhos que não tive
as contas que não paguei
os livros que não li
a louça que não lavei
Se eu morro,
tudo fica.
Só eu choro
Porque passei.
(Fernanda Dannemann)
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Fernanda,
ResponderExcluirAdorei ! O que voce escreveu e a pura verdade ..... pois sinto o mesmo .....mas o que se ha de fazer, a vida e assim ........passageira ......como uma bela, intrigante, dolorosa, alegre, fantastica viagem ......
Beijos
Feliidades,
Gilda Bose
A melhor de todas as viagens!
ExcluirMais um belo e realista cometimento da talentosa blogueira. Um tapa de luva de pelica na fuça de quem é "Sissi" ou se acha rs.Creio mesmo que ninguém seja especial ou insubstituível, quanto ingênua ou arrogantemente supõe e faço minhas as sapientíssimas palavras do grande Nilton Bonder, extraídas do seu excelente livro, que considero leitura mais do que obrigatória, utilitarista : O SAGRADO.
ResponderExcluirSanté e axé!
A VERDADEIRA LEI DO UNIVERSO
O mais importante de todos os segredos dos segredos diz respeito ao nosso próprio ser.
O inculto diria que somos apenas mais um ser entre um número incalculável de seres espalhados num universo infinito. Nossa magnitude, nosso tempo, nossos sentidos, nosso poder, nossa sabedoria e tudo mais são insignificantes.
O antropocentrismo – o homem como eixo do universo – coroado pelo individualismo – a minha pessoa no centro do humano – é a plataforma mais delirante pela qual enxergamos a realidade.(...)
Assim sendo, o sucesso seria imposto pelo próprio ser humano a despeito do meio ambiente. O rico fica mais rico porque detém esse segredo; o pobre fica mais pobre porque carece desse segredo. O fiel a qualquer sistema de segredos é abençoado enquanto o infiel é amaldiçoado; para um, a salvação e para outro, a danação. (...)
O segredo do segredo, no entanto, retorna ao lugar do inculto e pega emprestada sua visão.
O ser humano e seu pensamento realmente não são onipotentes, muito pelo contrário, grande é sua vulnerabilidade e sua ignorância. Porém, o ser humano que conhece a pequenez de si e de sua vontade é um gigante. É sem dúvida impressionante a grandeza de um ser que pensa e que consegue não se colocar no topo de nenhuma cadeia ou pirâmide. Há nobreza no pensamento que não se enreda em autovalorização e autoglorificação e se submete a uma incessante auditoria para não se corromper por seus próprios desejos.
Não somos especiais e esse é o segredo do segredo. (...)
Não é pouca coisa ser dotado de inteligência e consciência e não se asfixiar no próprio ego.
Nesse lugar tão digno e apropriado o ser humano redescobre o fato de “não ser especial” como uma conquista gloriosa e libertadora. Com essa consciência, podemos falar com o universo, com Deus. É este “eu” feito de delírios produzidos por segredos que ofusca a possibilidade de se ver Deus e de se perceber a realidade com mais lucidez.
(...) Saber que nosso pensamento pode produzir o delírio proposto pelo segredo e que podemos ter maestria sobre nossas alucinações revela nosso verdadeiro tamanho.
Não ser nem mais nem menos é uma potência inigualável.
Ninguém é mais poderoso do que aquele que se é plenamente, não permitindo que sua insegurança lhe impeça de ocupar seus espaços e que sua arrogância fantasie jurisdições que não lhe competem.
Só o humilde sabe pedir. Só o humilde conhece a nobreza de saber adequar a si e seus desejos ao mundo que o rodeia. Seu território prioritário de controle está em si mesmo.(...)
Adorrrrrro o Rabino! E to lendo este livro!!!!
ExcluirLiiiiiiiiiiiiiiiindo!
ResponderExcluirFique tranquila, vc não vai chorar.
ResponderExcluirSerá que o comentário já foi?
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