domingo, 6 de julho de 2014

Neymar quase vira filme de Eastwood

Não sou expert em futebol, mas embora a rapaziada ache normal as cotoveladas, os empurrões, os pontapés e golpes similares que os adversários se presenteiam durante as partidas, acho um absurdo que tal comportamento seja permitido no esporte.

E aí o que é acontece? Acontece uma joelhada nas costas, como esta que tirou o Neymar da Copa. E o Zuñiga vem dizer (é claro), que não foi por mal. Pois eu, desde o momento em que o Brasil fez o gol, achei que a coisa ficou violenta no gramado, e achei foi muito estranho que o colombiano tenha saído dali sem ao menos um cartão amarelo.

A história toda me remeteu ao filme "Menina de Ouro", do Clint Eastwood. Um filme lindo, tristíssimo, que me deixou de bode durante duas semanas. Na época, fiz uma pesquisa com as amigas mais chegadas e soube que elas também ficaram numa deprê desgraçada por causa da história estrelada pela (ótima e premiada) Hilary Swank, no papel de uma lutadora de box que, treinada pelo próprio Eastwood, excelente no papel, finalmente desabrocha no esporte... e então é covardemente golpeada por uma oponente... que a deixa tetraplégica.

À estas alturas da história, treinador e lutadora já conquistaram uma bela e improvável amizade, o que torna as coisas ainda mais dramáticas para eles e para nós, que estamos vendo o filme.

Voltando à vida real, a joelhada nas costas de Neymar foi uma tristeza por razões várias... não só porque o rapaz fez tudo direitinho para estar ali, participando da Copa, e também porque estava jogando bem e limpo... mas porque nós, os torcedores do mundo inteiro, tínhamos o direito de vê-lo jogar... e os brasileiros, quem sabe o direito a vencer com ele... (será que sua saída muda as reais chances do time?).

Só nos resta torcer para que as investigações comprovem que o joelho do colombiano não tenha mesmo sido movido pela força de algum propósito. E agradecer a Deus que Neymar não tenha se transformado em um roteiro de Eastwood. Embora ele seja, no final das contas, um menino de ouro, não é mesmo?



4 comentários:

  1. Perfeito, todo o mundo espera uma copa para ver os craques em campo, brilhando ou nao. A Copa ficou menor sem o Neymar. Desta vez, venceu a estupidez.

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  2. Vi o filme. A despedida, no final, a decisao do tecnico em atender a vontade dela foi uma cena bonita e triste.
    Felizmente nao eh esse o final na vida real mas, sem duvida, uma investigacao eh necessaria. A imagem esta ai. Falta saber o que passava na cabeca do colombiano... Triste ver num esporte, numa competicao, uma imagem como essa. Lastimavel. Condenavel!

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  3. Como não entendo necas de pitibiribas ou nebas de pitibirecas rsrs de futebol (nem assisto, mas sou brasófilo e claro, estou torcendo-não pela telê- de camiseta alusiva , bandeira e tudo ), assim como sou ignorante em zilhões de outras questões, faço minhas as palavras da talentosa blogueira e compartilho este texto inspiradíssimo que recebi.
    santé e axé!

    Por Renato Maurício Prado

    Neymar será como El Cid. E seu topete, nosso penacho

    Ainda dói na nossa alma a covarde joelhada de Zúñiga. Não creio na inocência do truculento colombiano. Não aceito suas desculpas. Neymar não merecia isso. Nós não merecíamos. A Copa não merecia. O futebol não merecia.

    Privar a principal competição esportiva do planeta de uma de suas estrelas mais brilhantes — e logo o craque da seleção local — foi um crime hediondo. Digno de punição mais severa que os nove jogos e quatro meses impostos ao “vampiro” Luisito Suárez. Mas duvido que “dona Fifa” faça algo.

    Que se danem, pois, o maldito Zúñiga, o escorregadio Joseph Blatter e seu fantoche Jerôme Valcke. A partir de agora, Neymar será o nosso El Cid.

    Tal e qual o bravo cavaleiro espanhol que, morto, liderou, a cavalo, os seus guerreiros na batalha contra os mouros, em Valência, a inspiração do nosso moicano nos guiará nesse final de Copa.

    Em cada passe de Oscar, a partir de agora haverá o talento do jovem craque criado na Vila Belmiro; em cada chute de Fred ou Hulk, a sua pontaria; em cada cobrança de falta de David Luiz, a sua precisão; em cada defesa de Júlio César, a sua energia; e em cada desarme de Fernandinho e Paulinho, a sua garra incansável.

    Todos seremos Neymar, de agora em diante. Do campo às arquibancadas. Das telinhas das casas e apartamentos aos telões dos restaurantes e das “Fun Fest”. Da ponta das chuteiras dos jogadores ao âmago do nosso coração.

    Não teremos medo porque, de corpo presente no estádio ou não; ele estará conosco, em espírito, no gramado. E a cada dificuldade, é do seu rosto de menino que nos lembraremos. E é nele que nos inspiraremos para buscar soluções. Criativas e geniais. Como as que ele habitualmente encontra.

    Nélson Rodrigues costumava dizer que, quando orgulhoso, o brasileiro se sentia como um dragão da independência, de espora e penacho. Pois digo agora que, desde o diagnóstico da fratura na coluna de Neymar, todos passamos a ter um número 10 às costas e com ele desfilamos, imponentes, de topete moicano e cabelo descolorido na alma. E é assim que iremos à luta.









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  4. Fernanda,

    Adorei seu post!
    Fiquei indignada pelo que aconteceu com o Neymar, football que e um esporte bonito de assistir, quando e jogado limpo com seus dibles e criatividade ......
    Faco das palavras do Marcos Lucio, as minhas ... e a dorei tambem as palavras de Nelson Rodrigues e do Renato Mauricio Prado ....Bravo !!!!

    Felicidades,

    Gilda Bose

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