O noticiário não deixa dúvidas a respeito da violência contra crianças: este é um “mercado” em franca expansão no Brasil.
Usei a palavra “mercado” porque não têm sido poucos os casos de pais adotivos que espancam, torturam e matam crianças que escolheram acolher, e esta idéia me faz pensar que, nos casos em questão, a adoção foi um gesto macabro, uma escolha premeditada do algoz que elege a vítima. Crime hediondo que merece cadeia sem direito a fiança, dó ou piedade.
Também há os pais consangüíneos que cobrem os filhos de hematomas, traumas e horrores de morte... e o que pensar deles? É difícil não resvalar no julgamento, principalmente quando a vítima é indefesa ao extremo, seja por sua fragilidade ou pelo fato de não ter a quem pedir socorro... porque o agressor teria que defendê-la de si mesmo. Afinal, o que são os pais (ou deveriam ser?) além de os maiores defensores de seus filhos?
Para estes bárbaros, a violência contra a infância jamais terá fim, porque a criança que eles realmente querem agredir está dentro deles: é aquela que eles mesmos foram, e que também sofreu nas mãos de alguém tão doente ou cruel quanto eles o são hoje... então a violência vai passando de geração em geração e perpetuando-se na família, como uma herança de sangue.
Mas a Psicologia está aí é para isso mesmo, para curar as dores da alma que fazem de nós meros fantoches, manipulados por neuroses e ressentimentos. Não que eu acredite que para todos os agressores haja cura, porque se há os que batem por ignorância, e são sensíveis à reeducação, há também aqueles que se divertem com o sofrimento que causam... e para estes não há Psicologia que baste.
O que o agressor deveria saber, é que cabe ao ser humano buscar sua libertação, pisar e esmagar a serpente do mau impulso. Aprimorar-se a ponto de não se transformar no que ele mesmo mais teme e despreza. É para isso que o homem está neste planeta, afinal: esta é a sua missão, embora muita gente ainda duvide e prefira levar a vida na flauta da inconseqüência e do erro... um caminho bem mais fácil para os preguiçosos.
Seguir o modelo neurótico ou violento que um dia o fez sofrer, como um escravo, em nada aplacará seu pesadelo íntimo. Da mesma forma, aquela criança que ainda sofre e chora, escondida no canto mais obscuro do seu coração, precisa é ser curada, abraçada, defendida, inclusive porque já sofreu demais. Amar aquela criança-fantasma, que arrasta correntes nas suas noites de insônia, é a única forma de seguir adiante, de deixar o passado para trás, de deixar de ser um corte aberto em permanente hemorragia.
E as crianças de hoje, todas as crianças do mundo, podem ser uma parte daquela que o agressor foi, e receber todo o amor e proteção que poderiam tê-lo salvo do seu destino de tragédia.
Criança é gente: merece amor e respeito mesmo quando faz birra!
Para dar meio tapa é melhor não dar nenhum. Foi assim que criamos nossas meninas, optando por não dar nenhum e, deu certo. A mãe ainda deu uns meios tapas nas bundinhas e sofreu por isto. Hoje, elas que já se cansaram de ouvir que foram criadas sem apanhar, são: uma mãe e a outra tia da Xurupita que cresce aprontando e pintando, mas longe de ser uma destas crianças agressivas e cheias de comando, que descobriram as fraquezas dos pais, ditando normas nazistas ego cêntricas extremistas - Uma parente minha, já de 82 anos, sofre com um neto que a constrange com ofensas do tipo: sai da minha sala, etc. Não pensem que o mundo atual não está cheio desse tipo de criança. Está sim e a culpa é dos pais 'meio Nerds', ou que pensam que são e que julgam suas atitudes idênticas ao que gostariam de ver projetadas nos seus próprios filhos. O mundo atual sofre um retrocesso por conta do excesso tecnológico e da ameaça ao eco sistema e a pergunta é: O que será de nós? Essa pergunta anda na cabeça de toda criança e chega até elas em qualquer joguinho de computador.
ResponderExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirNossa sociedade é doente e a transferência das neuroses e recalques para quem está próximo é a forma mais comum de externação dessa sociopatia.
São crianças mau-tratadas e agredidas, idosos(as), animais domésticos, empregados(as) e subalternos(as), vizinhos(as) e até cidadãos(ãs) que tem o dissabor de cruzar com uma pessoa surtada e arrogante, querendo transferir, descarregar seu lixo interior nos outros, tal qual se faz num "lixão" ou depósito de lixo.
Vivemos essa verdeira guerrilha social, já que o termo guerra, por ser mais amplo do que guerrilha, denota movimentos e objetivos de estratégia mais ampla. Com isso, trata-se de casos e situações pontuais, com motivações distintas.
Ainda assim, percebo que a deteriorização da qualidade de vida, sobretudo nos grandes centros urbanos e municípios que crescem indiscriminadamente e sem planejamento social, vem servindo de mola impulsora de tais situações. Consequência da mentalidade de moer gente dominante em nossa sociedade.
Os governantes, por meio do exercício do poder estatal, deveriam, por função precípua e pétrea levarem isso em consideração. Mas o exercício do poder governamental estatal, também é almejado e obtido com o intúito de atender aos interesses da mentalidade vigente da máquina de moer gente. Nesse último caso, percebo claramente um movimento de guerra, conforme mencionei antes.
Tal qual nos filmes em série do "Exterminador do Futuro", temos que lutar por melhores condições de vida e de sanidade social, contra a mentalidade da máquina de moer gente. Por enquanto, tal máquina moedora é composta e comandada por humanos, mas futuramente, tal qual na ficção cinematográfica, a tecnologia será usada para aplicar e executar tal mentalidade e poderá chegar à conclusão de os seres humanos e demais seres vivos são inteiramente desnecessários.
Felicidades e boas energias.
Fernanda,
ResponderExcluirNada a acrescentar, voce falou tudo.
Que beleza de materia. Parabens.
Abracos
Gilda Bose