Esta semana comemoramos o Dia Internacional da Mulher, que essencialmente tem a ver com as lutas femininas por uma vida melhor e envolve questões como trabalho digno, liberdade e cidadania. Com o tempo, esta essência se perdeu como aconteceu com o Natal e a Páscoa, e sobrou o marketing. Pena.
Pena porque uma data como esta deveria nos fazer pensar sobre as questões femininas. Não só em direitos e deveres em franca expansão graças a mulheres corajosas e admiráveis, mas também no que vai dentro do coração e da cabeça da mulherada atual... como alguns estereótipos que carregamos, quase “almas postiças” que nos pesam horrores sobre as costas.
Estamos em um momento delicado da nossa ascensão social neste mundo tão masculino... um momento em que a idéia de “conquista” e de “liberdade” parece se confundir com “força” e “poder”, como se tudo isso fosse, lá no fundo, coisa de homem... então, para provar que também “podemos”, temos que nos masculinizar.
Algumas, mais perdidas do que cego em tiroteio, fazem do corpo sua bandeira de liberdade, incapazes de perceber que sair pelada ou transar com toda a torcida do Flamengo só vai mesmo é pegar mal... porque liberdade sexual não tem nada a ver com baixaria, e macho que é macho não veste a fantasia de “pegador” pra provar nada pra ninguém.
Por falar em fantasia, pode dizer que é exagero meu, mas acho o fim da picada esse negócio de mulher usar terninho. O que é o terninho, senão uma fantasia de mulher muito “macha”, que manda geral, que “bota o pau na mesa”, como diz a gíria popular? A profissional competente não precisa desses subterfúgios “masculinizadores” para garantir o respeito: sabe que basta ser séria e competente, e o resto é conseqüência.
Nos relacionamentos, quantas buscam igualdade de direitos e deveres, muitas vezes errando a mão e transformando o amor numa competição constante! Uma luta perdida, sem vencedores: elas se esquecem que homem e mulher são diferentes, não tem jeito, e são complementares, cada qual com suas funções estabelecidas pela santa natureza, tão sabiamente, aliás.
Você pode pensar que fiquei doida, mas vou além. Acho até que o exagero na ginástica pode ser um sintoma de inadequação, visto que o muque de ferro parece transformar a mulher de fora pra dentro, tirando dela a fragilidade peculiar... creio que o objetivo seja mesmo este, disfarçar a fragilidade que, doa a quem doer, é fato, mas virou motivo de vergonha para muita gente.
Na ânsia de bancar a “fodona” e de conquistar suas “metas”, em vez de buscar seus desejos, quantas não metem os pés pelas mãos e acabam jogando fora suas chances mais verdadeiras? Quantas não enxergam que ser “guerreira” nada tem a ver com declarar guerra ao mundo?
Ao pegar o caminho errado em busca do seu lugar ao sol, muitas acabam escravas de um papel duríssimo que escreveram para si mesmas, com base em mitos masculinos que só podem nos trazer dor e confusão... para sermos livres, independentes e poderosas, não precisamos enterrar nossa essência feminina nos fundos do quintal, nem tentar, em vão, imitar os homens. Caso contrário, em breve teremos que mutilar ainda mais o que há de humano em nós mesmas, num golpe mortal em nossa sensibilidade maior, e aprender que "mulher não chora". Pobres de nós!
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Muito bom! Também acho que mulher não precisa ser "macho" para ter sucesso profissional e pessoal.
ResponderExcluirDuilio
É isso aí, Fernanda, há quanto tempo não nasce uma Adrey Hepburn, uma Marcia de Windsor. Abaixo as musculosas siliconadas de voz grossa!
ResponderExcluirE de terno, ao invés de dar passo à frente, passa mensagem retrógrada, pois a vestimenta é absurdo num país tropical. Drum
ResponderExcluirFernanda,
ResponderExcluirQue bom que voce ja tem consciencia do que e ser mulher, mas infelizmente muitas ainda nao tem,e ao meu ver tem muito a ver com a familia, digo isso pois a propria familia induz as mulheres a usar o corpo, a aparencia, e nao o que ela realmente e, vslores totalmente distorcidos, pena.
Feliz daquela que conhece seu valor.
Feliz dia das mulheres.
Gilda Bose
Há pucos dias, postei no Facebook, texto de teor similar a esse blog.O que percebemos nas ruas e mídias, é um número cada vez maior de mulheres com corpos hipertrofiados, abusando da ingestão de testosterona, aliada à malhação neurótica. São do gênero feminino, mas parecem não sê-lo. Em muitas, não percebe-se qualquer traço de feminilidade. Desenvolvem pelos pelo rosto e corpo, além de vocalização máscula. sua aparência repele qualquer homem , de olhar estético-desejante, minimamente refinado. Ademais, alocar no corpo força e poder, é mecanismo inconsciente primário, de compensação da fragilidade do SER, como sabe, qualquer conhecedor dos fundamentos de Psicanálise.
ExcluirAntonio Carlos
Fernanda,lí o texto,e não tenho nada a acrescentar,concordo com tudo que vc falou.
ResponderExcluirSALVE O DIA 8 DE MARÇO!!! Bjs.
Monica.
Oportuníssimo, sob todos os aspectos, mais este excelente post seu, queriDanneann, e continaumos conformes, "comme d'habitude".
ResponderExcluirLembrei-me, de estalo, desta composição, que reproduzo em parte, a seguir:
Mulher (sexo Frágil) Erasmo Carlos
Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça
(...)
Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés
Não podemos esquecer que a pílula anticoncepcional impulsionou a liberdade feminina, desvinculando a vida sexual do risco da gravidez.. Some-se a isto o progresso tecnológico criado pelos homens...para impressioná-las (?!), que acabou criando condições para a independência feminina. Não precisaram mais se submeter aos homens, e passsram a privilegiar a liberdade de opinião e o direito de gerir o próprio destino que, convenhamos, é muito superior ao "conforto material" daquelas que, no passado, deles dependiam exclusivamente.
Depois de tanta batalha, cada vez mais emancipadas, com mais autonomia em relação aos machos, começaram a buscar, merecidamente, o próprio caminho. Desobrigando-se de muitos processos repressivos, elas estão (quando não imitam os homens...) construindo os próprios projetos de vida, aqueles fundamentais, os que satisfazem a integridade e a inteligência. Quando buscam imitá-los, nos gestos, roupas e atitudes, ainda vejo uma submissão , um inconfessado complexo de inferiodade, ou uma inveja que não passa de quase admiração. Não se pode negar o que se traz por dentro e, menos ainda, menosprezar os reais e personalíssimos e saudáveis desejos.
Prova de conquista, por mérito, empenho e direito, do real e justo espaço na sociedade é que, dentre milhares de mulheres vitoriosas em vários segmentos da sociedade, já temos, ainda bem e inclusive, uma corajosa e poderosa mulher no mais alto escalão: a presidenta Dilma Roussef, que tão pontualmente pronunciou-se a respeito da revolução das oprimidas de antanho e das vencedoras hodiernas:
"Eu tenho convicção de que o século 21 é o século das mulheres. Não para as mulheres serem, de certa forma, contra os homens, mas para as mulheres terem uma participação na vida social, política, econômica e cultural do país ao lado dos homens, tendo o respeito dos homens. Um país que respeita suas mulheres constrói uma nação desenvolvida. Por isso, é muito importante, é uma tarefa de homens e mulheres a luta contra a discriminação da mulher", concluiu Dilma.
Abraço forte e parabéns a você e a todas as mulheres corajosas, conscientes dos diireitos e deveres e que lutam pela conquista da uma vida cada vez mais digna, também para todos.
Marcos Lúcio
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirAcredito que o "despertar" das mulheres nessas duas últimas décadas, juntamente com o clima neurótico, quase esquizóide do mercado. Uma vez que, neurose exacerbada e obsessiva, vira esquizofrenia, tenha provocado exageros e radicalismos interpretativos em algumas delas que se deixam levar e iludir por esse clima.
Acredito que, em seu íntimo e na verdade, essas mulheres são sozinhas, ainda que vivam cercadas de pessoas. Quantidade, nem sempre é qualidade. Ocorrendo a perda da razoabilidade. Elas sofrem e a forma de demonstrar ou melhor, maquiar o sofrimento, é esteriotipando-se como "duronas". Efeitos da mentalidade de máquina de moer gente, em vigor na nossa sociedade.
Mahatma Gandhi possuí uma frase bem interessante que diz: "O que mais me inpressiona nos fracos é a necessidade que eles tem de humilhar os outros, somente para parecerem fortes".
Felicidades e boas energias.
Por absoluta falta de tempo, reproduzo letra desta adorável e sábia compositora, para homenagear, não só a melhor blogueira que conheço, como, também...
ResponderExcluirTodas As Mulheres Do Mundo
Rita Lee
Elas querem é poder!
Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas
Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório,velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonnas na cama, Dianas corneadas
Socialites plebéias, rainhas decadentes
Manecas alcéias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, superhomem sapatas
Irmãs La Dulce beaidetificadas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Abraço com afeto e parabéns às mulheres, principlamente quando elas colocam a dignidade acima de qualquer coisa.
Danilo
Prezada Dannemann,
ResponderExcluiré como dizem no universo da música: equalizar não é igualar. Cada timbre, tem seu papel na harmonia e resultados. Mais uma vez o aforismo "a virtude está no centro" parece buscar seu lugarzinho aqui também.
É preciso equilíbrio e ponderação para encontrar esse espaço, hoje muito mais consolidado, porém, ainda distante de representar um pleno reconhecimento do papel da mulher e suas conquistas.
Como rosas, as mulheres exigem cuidados para chegar ao seu âmago. O que remete às muitas teorias e horas debruçadas em escritos, escritos e mais escritos, para tentar decifrá-las. E essa é a magia...
Para você Danemann e para todas as Mulheres,
O dia 8 de março comemora, oficialmente, o Dia Internacional da Mulher, mas a gente sabe que todos os dias são homenagens parciais, afinal, é preciso reconhecer a força, determinação e os desdobramentos que envolvem o universo feminino para que possam vivenciar com sensibilidade e destreza as muitas demandas que o mundo impõe.
Aproveito esse dia que se destaca no calendário em meio a outros tantos (neste ano, mais 365), para homenagear a todas vocês que são muitas em uma só, que conduzindo suas vidas se dividem, multiplicando-se em várias facetas, sendo muitas vezes, professoras, enfermeiras, economistas, engenheiras, operadoras de logística, motoristas, financistas, contabilistas, advogadas, psicólogas, administradoras, amigas, esposas, companheiras, irmãs, filhas, netas, mães (em muitos sentidos também), parceiras, “pais”, blogueiras e muito mais exemplos que tornariam essa lista demasiadamente extensa.
Parabéns a todas vocês. Meu respeito e admiração.
Carlos Mello