segunda-feira, 25 de março de 2013

Fui conhecer o Mar, mas me encantei foi com os funcionários públicos

Fui conhecer o Mar. Ou melhor, o Museu de Arte do Rio, que envolve os dois prédios tão diferentes da foto aí abaixo. E, assim como a minha amiga Renné, que dias atrás ficou pasma ao ver o tamanho da fila, a multidão lá dentro, e a cara satisfeita e curiosa de todo mundo, tive mais uma vez a certeza de que o povo gosta de arte e de cultura, mas devora a programação da TV porque esta é que é a nossa tradição. Este novo museu, cujo ingresso custa oito reais, é a comprovação de que, se houver oferta, haverá consumidor... inclusive para a produção cultural.

 
Dei uma volta pelos andares e acho que me diverti mais com o povo do que com as obras de arte. Todo mundo curtindo, todo mundo interessado, todo mundo ali... sem pressa de ir embora. Aquele ar de diversão me lembrou visitas feitas a museus do Primeiro Mundo, onde o povo vai em massa e curte o passeio de um jeito parecido ao que nós, brasileiros, estamos acostumados a curtir o shopping ou a Disney.

Recorro à Renée para traduzir melhor este encantamento: surpresa por ver gente de todo tipo e de todas as classes sociais ali misturadas, num mergulho democrático no universo nas artes, minha amiga chorou quando viu uma senhora já velhinha, amparada por uma moça, fazer o seguinte comentário:

-- Minha filha, parece uma coisa esquisita, mas quando a gente está com a cabeça cheia de problemas faz bem olhar um quadro destes. É como se desse uma pausa, e a gente descansa. É uma delícia.
Mas o mergulho artístico, para mim, não parou na Praça Mauá. Dali, segui para a Avenida Rio Branco, mais precisamente ao Centro Cultural do Supremo Tribunal Federal, onde nunca havia posto os pés.

Fui avisada por um amigo... é ali que rola atualmente uma exposição bem mais simples do que o acervo do MAR, mas que no entanto me agradou muitíssimo: fotos de funcionários públicos ao redor do mundo, tiradas por Jan Banning, um fotógrafo holandês que consegue, com suas lentes, mostrar o país inteiro em um clique de repartição pública. E mais: ele mostra o quanto os funcionários públicos são semelhantes, independente de sua origem. Parece que a imagem estereotipada da classe não é mito...

Pena que aquele prédio tão bonito por dentro, e que abriga uma exposição tão interessante quanto esta, não conte com nem mesmo uma gota do marketing e da divulgação que vem merecendo o MAR, lançado recentemente pelo governo atual. Estava praticamente vazio... e olha que a entrada é gratuita, hein?! Fico pensando em quantas preciosidades arquitetônicas e em quantas exposições encantadoras devem acontecer Rio de Janeiro e Brasil inteiro afora... sem que o público seja convidado, pelo marketing, a conhecê-las.

                                                                 India
Liberia

Bolívia
  
China
 
Rússia
 
EUA

Yemen
 
India
 
França
 
Yemen

8 comentários:

  1. Se eu tivesse que escolher um deles para me ajudar a resolver algo, escolheria o chines.

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  2. Eu divulguei essa exposição no meu blog exatamente porque, assim como tu, eu achei o tema muito curioso.

    Ainda não fui no MAR, mas quero ir. No entanto, sei lá porque, tenho mais curiosidade em visitar a Casa Daros, recém-inaugurada em Botafogo. Uma amiga foi no último final de semana e adorou.

    Abração, Fernanda!
    p.s: já conseguiu se entender com alguma diarista? (rs).

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    1. Vilma, quanto tempo! Sumiste! Vou pintar lá em Botafogo em breve e te conto. Qual o endereço do teu blog???

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  3. Museus e exposições, quase sempre, valem a visita calma, atenta e prazerosa. Ainda não fui ao MAR, o que farei, em breve.
    Já a exposição com os burocratas, mundo á fora, assisti-a e curti muito. Parece haver, mesmo, semelhanças de DNA FUNCIONAL.

    ANTONIO CARLOS

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  4. Se eu tivesse de escolher, seriam os indianos ou os iemenitas... mas se eu estivesse louco total e completamente louco, né? Inenarráveis todas estas fotos, vou querer vê-las de pertinho.

    Quanto ao comentário da velhinha "quando a gente está com a cabeça cheia de problemas faz bem olhar um quadro destes. É como se desse uma pausa, e a gente descansa. É uma delícia", na minha desimportante avaliação, é mais que perfeito. O que seria a vida sem a arte verdadeira??? Não consigo imaginar a chatice...Sinceramente, é uma das maiores razões para o prazer de estar vivo e com saúde, dentre otras cositas más, marrelógico!
    Santé e axé!

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  5. Oi, Fernanda,

    Aí vai o endereço do blog (www.informacaodeprimeira.com.br). Toda 6a (com exceção da última do mês) eu o atualizo (como semana passada fiquei sem internet ele está desatualizado há duas semanas, mas volta agora na primeira semana de abril).

    Abração!

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  6. Fernanda,

    A arte realmente faz com que o cerebro de uma pausa. Interessante que a pouco tempo atras eu vi um senhor comentando sobre o efeito da musica, ela tambem faz com que voce nao pense em nada (com certeza algumas faz voce voltar no passado)mas muitas sao como uma especie de meditacao ... achei bem interessante ...
    E quanto aos funcionarios publicos, eu gostaria de nao precisar de nenhum deles rsrsrsr.

    Felicidades,

    Gilda Bose

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