quarta-feira, 26 de junho de 2013
terça-feira, 25 de junho de 2013
"E agora, José?"
Na fila do banco, puxo assunto com a moça que, depois eu soube, tem 23 anos e é orgulho puro:
-- Minha mãe me disse que se a polícia me pegasse eu ia ficar com a ficha suja... e que ela não ia me salvar no hospital nem na delegacia. Não fui na segunda-feira porque tinha prova na terça, mas na quinta eu fui. Fui e levei gás na cara!
-- Doeu muito?
-- Não, eu estava de máscara. Os vândalos que estavam por perto quebravam tudo. Fiquei com um medo danado. A polícia desceu o cacete em todo mundo e dois amigos meus, que estavam só prostestando, foram pra delegacia. Na hora do quebra-quebra senti um medo danado, pensei que fosse me dar mal e cheguei a me arrepender. Lembrei da minha mãe falando pra eu não ir... Mas agora que eu tô de férias, se continuar tendo passeata eu vou, é claro. Quer saber? Cansei de ser chamada de alienada. Sou de uma juventude politizada! Tá vendo, a passagem baixou! Nós vencemos!
Pensei em perguntar se ela tinha alguma ideia de como esta conta será paga, mas desisti no momento em que ela quase bateu o pé no chão, arrematando a conversa:
-- Alienada nada!
-- Minha mãe me disse que se a polícia me pegasse eu ia ficar com a ficha suja... e que ela não ia me salvar no hospital nem na delegacia. Não fui na segunda-feira porque tinha prova na terça, mas na quinta eu fui. Fui e levei gás na cara!
-- Doeu muito?
-- Não, eu estava de máscara. Os vândalos que estavam por perto quebravam tudo. Fiquei com um medo danado. A polícia desceu o cacete em todo mundo e dois amigos meus, que estavam só prostestando, foram pra delegacia. Na hora do quebra-quebra senti um medo danado, pensei que fosse me dar mal e cheguei a me arrepender. Lembrei da minha mãe falando pra eu não ir... Mas agora que eu tô de férias, se continuar tendo passeata eu vou, é claro. Quer saber? Cansei de ser chamada de alienada. Sou de uma juventude politizada! Tá vendo, a passagem baixou! Nós vencemos!
Pensei em perguntar se ela tinha alguma ideia de como esta conta será paga, mas desisti no momento em que ela quase bateu o pé no chão, arrematando a conversa:
-- Alienada nada!
domingo, 23 de junho de 2013
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Ensaio sobre as Manifestações
Até hoje à tarde, enquanto eu caminhava absolutamente
sozinha na rua, e me dei conta do risco, as manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos dias eram coisa que eu lia
no jornal. Mas foi hoje que eu também pela primeira vez ouvi o som que o
revólver faz, no momento do disparo: a manifestação chegou à minha vizinhança, onde
conversei com as empregadas domésticas, os porteiros e os funcionários do
comércio, todos se preparando para dormir na rua caso não houvesse como voltar
pra casa. Uns apavorados, outros fazendo piada, como é típico do brasileiro...
Foi hoje também, que depois de quase dez anos sem
ver o Jornal Nacional, que sintonizei na Globo pra acompanhar a cobertura das
manifestações. E dá-lhe quebra-pau, no melhor estilo dos noticiários de TV. Nem
jantei...
É quase inacreditável a força do povo nas ruas, mas então
pensei no gosto de quarta-feira de cinzas que senti quando meu bairro, às duas da
tarde de uma sexta-feira ensolarada, se pareceu mais com uma cidade-fantasma:
todas as portas fechadas, tudo deserto por causa do medo generalizado que o
vandalismo espalhou.
Meu marido tirou a moto da garagem para fugir dos
engarrafamentos. A faxineira não veio. O médico desmarcou a consulta porque
voltou mais cedo pra casa. Parentes nos bairros vizinhos ligam pra avisar: “fica
em casa!”. Amigos contam situações de pânico pela cidade: corre-corre, pedras
voando pelo ar, balas de borracha, gritos... por todas estas coisas, ando com
certa sensação de aprisionamento.
Enquanto isso, vejo a Dilma na TV, prometendo ouvir
o povo. O movimento Passe Livre já bateu em retirada. E amanhã eu vou sair
pra ver as depredações na vizinhança, imaginando onde é que tudo isso vai dar.
Parece até livro do José Saramago.
O clima na cidade hoje me fez pensar na obra-prima de Munch...
O clima na cidade hoje me fez pensar na obra-prima de Munch...
terça-feira, 18 de junho de 2013
Para Beth
As manifestações estouram país afora, mundo afora, e
eu acordo sobressaltada de um sono leve. É angústia, assim, no meio da noite,
uma angústia de morte, como se ao redor da casa um anjo batesse as asas e avisasse: “É
hoje”.
Meu coração se aperta quando penso em minha amiga
querida, a mais querida de todas, que amarga no bairro ao lado uma agonia sem
fim. Minha garganta seca e rezo uma Ave-Maria na esperança de que o cansaço me
vença, mas não.
É já de manhã, são seis horas, e a angústia colore o
céu tropical. O dia passa, dou um telefonema, dois, mas não hei de falar com
ela. O fio de voz não alcança a mágica dos celulares. Eu sei,
eu sei, vai me chegar o dia em que a notícia virá, na voz de alguém: “Ela
morreu”, e eu nem sei se ficarei feliz por ela ou infeliz por mim, talvez as
duas coisas, adivinho, mas o alívio nosso haverá de ser o vencedor.
Já é de noite, tarde, inclusive, vejo as notícias
pela televisão. O mundo ferve, as passeatas fervem, a juventude vai às ruas, os
jornalistas correm nervosos como formigas em meio à multidão. Eu vejo tudo isso
como se não fosse deste mundo, e não o sou de fato: alheia a tudo venho
passando pelos dias, numa preparação da alma para esta falta, esta ausência,
este lugar vazio que há de me chegar.
O telefone toca e a notícia me bate nos ouvidos como
a sentença de um juiz no dia que nasceu marcado: aquela angústia desde a
madrugada trazia mesmo um odor de morte entre as asas. “Lembra da Beth? Morreu...”.
Penso em minha amiga, quase noventa anos bem-vividos, e que persiste em dores no bairro
aqui vizinho. E na Beth, quarenta anos e nem amiga era, apenas mútua antipatia. A vida é doida, é doida, eu penso, e fico
triste, uma tristeza funda e genuína. E vejo que até o desafeto é uma forma de amor.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
A besta-fera que não cede o lugar no metrô
O absurdo é assim: a grávida, de pé no metrô,
passa mal e ninguém lhe oferece o lugar. O cúmulo é ela
pedir a um rapaz que lhe ceda o assento e ele consentir, mas já avisando que,
quando ela melhorar, quer seu assento de volta. Meu Deeeeeeeeeeus! Mas a que ponto chegamos?
Já contei e conto de novo: lembro do escritor
Fernando Sabino me dizendo que o máximo que a mulher conseguiu com o a
Revolução Sexual foi o direito de ficar de pé no ônibus... uma metáfora à qual
ele recorria para falar sobre mulheres que se masculinizaram e homens que perderam o cavalheirismo e a educação no momento em que o sexo frágil decidiu ganhar dinheiro com
o suor do próprio rosto. Acho que até o filósofo Sabino ficaria de queixo-caído
quando ouvisse a história do metrô: se já é feio a rapaziada sentada no transporte coletivo enquanto as moças vão todas de pé, o que dizer de um homem sentado que se recusa a dar o lugar a uma gestante?
Muitos homens ainda não entenderam que independência
financeira não fez da mulher um machinho (aliás, como dizia o Sabino, até
algumas mulheres não entenderam isso). Ter
autonomia financeira e emocional (porque uma independe da outra) não dispensa o
tratamento gentil: erra o homem que normatiza os sexos e erra a mulher que
aceita a normatização. Eles pensam que se elas racham a conta do
restaurante e da casa, também podem carregar as sacolas pesadas do mercado e
ficar de pé no metrô. E elas aceitam como se fosse vergonha reclamar; talvez
porque muitas vezes se portem mesmo como homens, como se ser mulher fosse coisa
menor. Ô confusão!
Mas o caso é que nem mesmo uma passageira apareceu para se solidarizar com a tal gestante e ceder o assento... mais uma prova de que o mundo virou uma selva de
bestas-feras onde a sobrevivência fica cada vez mais perigosa e, as relações sociais,
mais difíceis. Veja você que até em "Kill Bill", aquele filme do Tarantino que espirra sangue da tela no espectador, as duas matadoras superprofissionais não se matam porque uma delas confessa estar grávida... imagino que, além do Sabino, o Taranta também ia ficar pasmo com a história do metrô.
Mas na nossa sociedade desenvolvida, é assim: para nos defendermos do medo generalizado, recorremos à agressão; “defender-se”, aliás, é o verbo gravado nos nossos cromossomos: estamos sempre em estado de vigília para a defesa, e não raro ela é o próprio ataque. Vivemos um eterno perigo iminente, ainda que ele nos chegue na forma de uma moça grávida que passa mal ali bem ao nosso lado no metrô, e que fingimos não perceber... mas ela, inconveniente, nos incomoda ao pedir ajuda, nos invade, nos prejudica, nos faz viajar de pé!
Mas na nossa sociedade desenvolvida, é assim: para nos defendermos do medo generalizado, recorremos à agressão; “defender-se”, aliás, é o verbo gravado nos nossos cromossomos: estamos sempre em estado de vigília para a defesa, e não raro ela é o próprio ataque. Vivemos um eterno perigo iminente, ainda que ele nos chegue na forma de uma moça grávida que passa mal ali bem ao nosso lado no metrô, e que fingimos não perceber... mas ela, inconveniente, nos incomoda ao pedir ajuda, nos invade, nos prejudica, nos faz viajar de pé!
E é assim, desconfortavelmente de pé, que teremos
que seguir viagem enquanto sonhamos com tudo o que o consumismo, nosso deus, é
capaz de nos fazer desejar... para que possamos forjar uma imagem cheia de
estilo e interessante aos olhos dos demais... mesmo que, por dentro, a gente
seja, simplesmente... um serzinho egoísta, sem-educação ou empatia, e completamente despido de compaixão. Quer coisa mais brega, que grife nenhuma consegue disfarçar?
Se estiver grávida, a heroína de "Kill Bill" também merece o seu lugar no assento do metrô...
sexta-feira, 14 de junho de 2013
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Namoro com a vida também é bom!
Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
terça-feira, 11 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O amor é a casa pra onde a gente sempre volta
O tempo passa... viver é isso e não tem jeito. Mas quanta emoção boa fica pelo caminho, e quantas pessoas nos marcam tão definitivamente que, depois delas, tudo muda dentro da gente... não importa que se vão, que sumam no mundo ou entre as nuvens, porque já nos tatuaram com o que tinham de singular, já nos tocaram a alma e tornaram-se inesquecíveis, tótens de alegria nas nossas manhãs e nas nossas lembranças.
Feliz de quem tem um irmão, um pai, uma mãe, um amigo de carne, osso e afinidade pra se recordar, por mais que os caminhos se abram em mil diferenças.
É que o amor é a casa pra onde a gente sempre volta.
Feliz de quem tem um irmão, um pai, uma mãe, um amigo de carne, osso e afinidade pra se recordar, por mais que os caminhos se abram em mil diferenças.
É que o amor é a casa pra onde a gente sempre volta.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
O modus operandi do ego, este coitado
O filme é exageradamente lento e prima pela
interpretação dos atores. Agrada o intelecto ao abordar a hipocrisia de
maneira quase poética: a professora que se mata na sala de aula e,
apesar do gesto perverso, vai para além dos limites da crítica... uma vez
morta, merece o perdão sem fronteiras; o professor que não é
professor no sentido prático da coisa, pois não tem diploma... que nasceu
mestre e o é em cada célula do corpo, mas isso não importa. Ele não é professor. Ponto
final.
A hipocrisia é uma coisa estranha, e tão
íntima de nós. Válvula no coração da
cultura dos homens, é também uma gordura que nos mela as mãos sem que nos demos
conta.
Mesmo aos amantes da verdade é difícil escapar deste
caractere inscrito nos genes da nossa raça: a hipocrisia dói, é horrorosa, mas
todos recorremos a ela em algum momento da vida, nem que seja por educação
ou por caridade. Tire da tal “mentira branca” a roupa, a maquiagem, o laquê dos
cabelos, e estará de frente com a velha e triste hipocrisia.
A hipocrisia é social e faz de nós os seres sociáveis da Criação.
A hipocrisia é social e faz de nós os seres sociáveis da Criação.
E então a gente corre pra igreja, paga
dízimo, faz caridade, doa os órgãos, jura que perdoa os inimigos, abraça o celibato, faz até
exorcismo... a gente vira aquela pessoa admirável e cheia de sabedoria, tão legal e gente-fina, respeitável e digníssima pessoa... mas o mal continua ali, dentro da gente, na forma de um narcisismo
de raízes tão profundas que não há milagre que resolva... o exorcismo tem
que ser interno, mas como?, se a gente não se enxerga e muito menos enxerga a
besta-fera que nos devora, com uma fome de mil bocas e um milhão de dentes?
É o ego, este carente, este autoestima zero, este
buraco sem fundo que nos escraviza e nos marca o rosto com as rugas: aqueles
vincos ao redor da boca e dos olhos, vincos de quem não ri de verdade, de quem passa a vida competindo porque, lá no fundo, se
acha um merda, e aí não tem jeito, o jeito é fazer da hipocrisia o modus operandi de viver.
"Vigiai, vigiai!" , berra o santo que também nos
habita o coração. Mas nós, de tão imperfeitos que somos, já nem temos ouvidos para
ouvir.
sábado, 1 de junho de 2013
O papo do Rio Acima veio parar no Alma...
O que o Marcos Lucio comentou lá no outro blog foi tão forte que reverberou aqui:
“ ´Não se interessar por nada´ como licença poética, descanso ou alívio, e para sentir-se 'livre', é, eventualmente, de suma importância. Dizem que até Deus descansou ao sétimo dia, rsrs.
Tenho como o melhor da vida, depois da santa saúde, a seminal liberdade.
Porém, 'o preço da liberdade é a eterna vigilância'.
Concordo com o Napoleão Bonaparte: 'A maior batalha que eu travo é contra mim mesmo'.
Ato contínuo, creio que, para a verdadeira liberdade, necessitamos nos voltar para nós mesmos, vigiando nossos pensamentos. Porque são eles que comandam nossas vidas e podem gerar sentimentos que funcionam tal qual prisão, como a raiva, o ciúme, o medo, a inveja, a tristeza, a angústia, e que podem nos levar a atitudes nocivas...ou de transferência e projeção, e saimos culpando tudo e todos por nossos desacertos.
Assim, se as coisas não estiverem indo bem, e nos sentirmos presos de alguma forma, paremos e observemos nossas atitudes, sentimentos e pensamentos. Quem quer ser realmente livre deve estar sempre vigilante, mas não somente atento a jornais, tv, enfim, ao resto do mundo, como muitos pensam. Quem quer gozar a verdadeira liberdade deve tomar cuidado com os próprios pensamentos. Esse é o preço. Há mentes livres na prisão e mentes presas nas praças e jardins.
Muitos tolos supõem que alienando-se politicamente estarão livres.
'Política não é partido (político). Partido é uma das formas de fazer política. Faz-se política na família, na igreja, no trabalho, na escola e também na gestão pública. Desse ponto de vista, é preciso se interessar por política para não cair numa postura individualista, tolamente exclusiva', pontua Mario Sergio Cortella.
Quem melhor esquadrinhou esta questão, na minha desimportante conceituação, foi Bertolt Brecht:
'O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o políticovigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais'.
“ ´Não se interessar por nada´ como licença poética, descanso ou alívio, e para sentir-se 'livre', é, eventualmente, de suma importância. Dizem que até Deus descansou ao sétimo dia, rsrs.
Tenho como o melhor da vida, depois da santa saúde, a seminal liberdade.
Porém, 'o preço da liberdade é a eterna vigilância'.
Concordo com o Napoleão Bonaparte: 'A maior batalha que eu travo é contra mim mesmo'.
Ato contínuo, creio que, para a verdadeira liberdade, necessitamos nos voltar para nós mesmos, vigiando nossos pensamentos. Porque são eles que comandam nossas vidas e podem gerar sentimentos que funcionam tal qual prisão, como a raiva, o ciúme, o medo, a inveja, a tristeza, a angústia, e que podem nos levar a atitudes nocivas...ou de transferência e projeção, e saimos culpando tudo e todos por nossos desacertos.
Assim, se as coisas não estiverem indo bem, e nos sentirmos presos de alguma forma, paremos e observemos nossas atitudes, sentimentos e pensamentos. Quem quer ser realmente livre deve estar sempre vigilante, mas não somente atento a jornais, tv, enfim, ao resto do mundo, como muitos pensam. Quem quer gozar a verdadeira liberdade deve tomar cuidado com os próprios pensamentos. Esse é o preço. Há mentes livres na prisão e mentes presas nas praças e jardins.
Muitos tolos supõem que alienando-se politicamente estarão livres.
'Política não é partido (político). Partido é uma das formas de fazer política. Faz-se política na família, na igreja, no trabalho, na escola e também na gestão pública. Desse ponto de vista, é preciso se interessar por política para não cair numa postura individualista, tolamente exclusiva', pontua Mario Sergio Cortella.
Quem melhor esquadrinhou esta questão, na minha desimportante conceituação, foi Bertolt Brecht:
'O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o políticovigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais'.
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