terça-feira, 26 de junho de 2012

Não diga que desta água não beberá!

Eu não gostava de Abba, principalmente daquela música que diz "Can you hear the drums Fernandoooooo?", e que vez por outra algum cafona cantava, querendo me agradar, naturalmente mudando o gênero do personagem principal.

Pois se eu já detestava a música, que dirá a adaptação... Sempre trocava a estação quando o rádio tocava o dito grupo, mas como quase tudo na vida pode ser remediado, eis que apareceu aquele filme fraco que sei lá por que a Maryl Streep achou por bem estrelar, o "Mamma Mia!", e não é que me peguei dançando na poltrona? E dançando com quem? Com o Abba.

Impressionante como as opiniões podem mesmo virar pelo avesso, assim de repente na cabeça da gente! Então não diga que "desta água não beberá", porque certamente acabará tomando a garrafa inteira e pedindo outra dose. Sabe que uma vez caí de amores justamente por um cara que considerava o campeão invicto da categoria "nada a ver"? E tive que engolir a gozação de minhas amigas, o que, confesso, não foi nada fácil... vai ver que foi por isso que fiquei com gastrite crônica!

E a primeira vez que fui a Nova Iorque, jurando que aquele lance de compras não ia me pegar, porque eu queria mesmo era o circuito dos museus? Gente, voltei com a coluna torta de tanto carregar sacola! E as amigas continuavam rindo...

-- EEEEEEuuuuuuuuuu, cantar no Karaoquê?!

Mas só quem estava lá é que sabe como foi difícil me fazer largar o microfone...

No entanto, o maior vexame devido à mudança radical de comportamento foi a primeira vez em que andei de avião: era adolescente e me sentia tão chique que até levei chapéu, pra entrar no clima das estrelas de Hollywood. Na viagem de ida, consegui manter a pose e não bancar a deslumbrada: imagina se eu ia dar na pinta...

Na volta foi que a coisa desandou, porque tivemos que ser rearranjados em outro voo e não haveria lugares marcados. Só lembro das gargalhadas que eu dava enquanto apostava corrida com meu primo Léo, que também queria garantir sua janelinha, e via o chapéu indo pelos ares na pista...

Já sentada, suspirando de alívio com a janela garantida, quase morri de vergonha quando entrou uma moça do grupo, muito elegante, segurando a minha bagagem de mão:

-- Fernanda, você estava com tanta pressa que deixou sua mala pra trás...

Hoje eu dou risada de tudo isso, mas não esqueço o constrangimento vivido a cada vez que uma testemunha do meu preconceito aparecia para cobrar a convicção antiga:

-- Vocêêêê??????????? Quem diria...

Por estas e outras é que, hoje em dia, eu não digo "nunca!" ou "jamais!" pra mais nada... ainda mais quando penso que quase cometi a loucura de comprar uma bolsa Louis Vuitton recentemente... e logo eu, que acho esse negócio de grife uma cafonice sem fim! Eu, hein?! Deus me livre!



5 comentários:

  1. Fernanda,

    E verdade, bastou falar nunca ou jamais pra as coisas acontecerem .....

    Eu tambem nunca fui muito fa do ABBA .... a uns anos atras vi um show deles atraves de um dvd e gostei muito, isso sem falar no filme Mamma Mia, que eu adorei..... a locacao - uma ilha na Grecia (belissima),os atores de primeira, a historia divertida, enfim tudo valorizou mais ainda as musicas do ABBA.

    Mamma Mia foi lancado primeiro na Broadway 1999, e apos o seu sucesso eles fizeram o filme em 2008.

    Adorei o seu video.

    Beijos

    Gilda Bose

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  2. Assista Mamma Mia e voce saira encantada. Eu REALMENTE nao sou chegado a um teatro. Sou um tanto ativo e ficar sentado mais de 30 minutos para mim eh um martirio. No aniversario da dignissima parceira de tantas decadas fui no ticketmaster e pimba! Comprei dois tickets no centro, na 3a. fila (para nao ter que ficar babando) e, surpresa, adorei! Fiquei sentadinho apreciando cada detalhe da peca, das musicas, dos cenarios. Vale a pena!
    Sim, jovem: "nunca" e "jamais" - depois que ficamos um pouco mais sensatos - transformam-se em "pode ser" e "provavelmente".
    Perde-se um chapeu mas jamais a cabeca. Essa, apenas muda a medida que entendemos um pouco mais o que esta ao nosso redor.

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  3. Que bom rever posições, opiniões e, até mesmo, maneiras de viver ou de repetir padrões normativos, não é mesmo, queriDannemann? Como tive , ainda bastante jovem, a feliz intuição/necessidade/curiosidade de querer saber porque meus gostos e desejos não coincidiam com o senso comum, terminei por criar convicções íntimas, ou seja, tudo era questionado, refletido e, mais: interessava-me que fosse relevante e que tivesse respaldo ou boas referências bibliográficas, com senso crítico. Não queria saber de opiniões. So interessavam-me (e ainda é assim) os conceitos acadêmicos e de prestígio, de preferência. Nem moda eu segui/sigo.O propósito de ir contra a corrente _sempre que possível_é com intuito de chegar às nascentes e nada mais.

    Naquela sincera entrevista que concedi a você _ como não somos os melhores juízes de nós mesmos_, fica claro, através dos depoimentos dos amigos novos e antigos, que mantenho coerência, porque consegui conceituar ou fundamentar minhas questões. Portanto, fica difícil mudar de gostos e conceitos, pelo menos até que surjam outros melhores, ou mais utilitaristas ou mais satisfatórios... o que ainda não é o caso. Mexer em time que está ganhando e para ficar pior ou igual, não é comigo, em hipótese alguma."É só um ou mais um jeito de corpo, não precisa ninguém acompanhar"

    Destaquei a opinião de um dos comentaristas, o Theo, que afirmou:
    "POIS TE CONHEÇO ...HÀ EXATOS 29 ANOS e posso garantir que jamais conheci em toda minha vida alguém tão coerente quanto você. Alguém que vive realmente as ideias em que acredita".

    Como nada é perfeito, ainda bem, lembrei da única coisa (deve ter mais...) que alguns amigos da velha guarda kkkk, pegam no meu pé. Pelo "simples" fato de ter afirmado, intuitivamente, e ainda na adolescência, que jamais iria me casar, nem com a, nem com bê, nem com cê, cometi , anossssss mais tarde, a insânia de fazê-lo. E, pior: fiquei quase 10 anos entre mais baixos do que altos kkkk. Logicamente depois que desfiz este equívoco cármico, jamais tornei e nem tornarei a fazê-lo e afirmo, há mais de 20 anos e sem medo: desta água casamenteira não beberei jamais kkkkkk. De outras águas, se houver sede e forem de fontes cristalinas kkkk, ainda estou em aberto.

    Evidentemente que desejo toda sorte do mundo aos bem casados (raros, infelizmente).Dou "morrapoio", tenho profunda admiração-quase espanto- e muito respeito por estas exceções.
    Abraço forte!
    Marcos Lúcio

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  4. Se passa na tv uma propaganda com ela,eu anulo o volume,se tem um show com outros artistas,e no qual ela está,no momento que ela vai cantar,eu troco de canal.É um lance de antipatia gratuita,que eu tenho por uma cantora brasileira.
    Minha mãe certamente diria,que isso é desafeto de outras encarnações.Ps:Não vou beber água da garrafa,e muito menos pedir outra dose... rs

    Monica.

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  5. Um dia disse a um certo rapaz que NUNCA , JAMAIS,
    "ficaria" com ele ,pois é , estamos casados há dezoito
    anos !!! Ditado certíssimo ,NUNCA DIGA QUE DESTA ÁGUA
    NÃO BEBERÁ !

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