quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A mulher que tem vagina, mas não tem valor

Estou longe de ser uma feminista de carteirinha, daquelas que defendem com unhas e dentes o direito a rachar as contas com o namorado... mas se tem uma coisa que acho baixo-nível, são as piadas machistas. Mais triste que isso é ver que as próprias mulheres dão risada para aqueles que as contam, e é assim que vestem carapuças de dona Encrenca, de loura-burra ou de objeto sexual: batendo palminhas.

Estas piadas são, não raro, transformadas em shows de TV e de teatro e rendem muita grana contadas por homens carismáticos e que dominam a arte de seduzir uma plateia. E já que estes senhores são talentosos, por que será que tomam o caminho mais fácil da piada agressiva, que menospreza a figura feminina?
Será por preguiça de pensar um roteiro novo, um assunto diferente? Ou por incapacidade intelectual mesmo?
 O pior é ver onde chega a desinformação das moças ali presentes. A falta de autoestima, a ignorância a respeito de si mesmas, de seu valor. A falta de consciência de que, ao rir da mulher estereotipada da piada, elas estão aceitando o estereótipo e concordando com ele, e mais: estão rindo de todas as mulheres e inclusive de si mesmas.
O que me surpreende é ver que o tempo passa, os costumes se transformam, a mulherada deita e rola numa liberdade cujo preço nem imagina qual foi... mas não enxerga que ser livre é muito mais que fazer carreira ou transar com quem quiser: ser livre é ser respeitada, e isso aí é conquista para todos os dias.
Os homens, inclusive os machistas, colhem as benesses de terem parceiras independentes e que se dão “ao direito” de rachar a conta do motel... que se matam de trabalhar dentro e fora de casa, que estão dispostas a dividir toda a alegria e toda a dor de uma vida em comum, e que ainda dão o corpo, a esperança e o coração a um marido que nem sempre lhes dá valor... e por quê?
Porque mesmo que sonhem ardentemente com um companheiro que as respeite pelo que são... elas não sabem como alcançar isso. E tudo porque não aprenderam sobre seu próprio valor.
 

34 comentários:

  1. Fernanda,

    Que beleza de texto.
    Tambem nao sou feminista, porem sou mulher, e como tal gosto de ser respeitada. As vezes tambem acho que sou de outro planeta, pois lendo o seu artigo nao me lembro de estar em roda de amigos que contessem piadas que desvalorizassem as mulher. E por falar em piadas, so gosto daquelas que me fazem rir.....

    Adorei a frase: "ser livre e ser respeitada, e isso ai e uma conquista para todos os dias". tai uma frase para se guardar, bjs.

    Felicidades,

    Gilda Bose

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  2. Boa noite.

    Parabéns pelo texto e pela franqueza quanto a sua postura em relação ao ativismo. Como um amigo meu sempre diz: "se depender das redes sociais, todo mundo é solidario, gosta de animais, crianças, prega a sustentabilidade, é íntegro, condena a corrupção, dirige de forma correta no transito, se alimenta de amor, ..." Em resposta a pergunta: "Será por preguiça de pensar um roteiro novo, um assunto diferente? Ou por incapacidade intelectual mesmo?" Na minha opinião, é preguiça. A fórmula funciona e agrada a maioria, e é o que basta. O que remete ao desfecho de seu post. É complicado...

    abraço e parabéns pelo blog

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    1. Oi, Marcelo, obrigada! É bom saber que existem homens que não acham graça no machismo. Volte sempre! Abraços.

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  3. Sem a pretensão de apresentação de monografia, dissertação de Mestrado ou defesa de tese de Doutorado, melhor situadas na Academia, penso que a árdua conquista da mulher de ser percebida como diferente igualdade com o homem, apresenta os paradoxos elencados em seu ótimo texto. A mulher hodierna, genercamente considerada, confunde liberdade com promiscuidade. Muitas, replicam, o que, de pior, nós, os homens, temos como características, tipo: autoritarismo, desvalorização do parceiro, desejo insano de poder, minimização da importância de vinculos éticos com a profissão e amor.
    Sem posar de Vestal de integridade e respeito ao gênero feminino, tenho ogeriza por piadas sexistas, consirando todos existentes.
    Creio fazer o dever de casa direitinho, pois eu e minhas duas ex-mulheres somos amigos de verdade, sendo ambas, amigas entre si. Creio que tal realidade só é possível, quando as relações foram construídas com respeito recíproco. Findaram as relações de paixão e desejo, mas a consideração e o respeito, continuaram incólumes. Posso lhe garantir que o mesmo ocorre com as namoradas significativas, até o presente. A razão é muito simples: Amo de verdade, o SER mulher, que torna minha vida mito mais linda e vibrante, quando tenho uma, ao meu lado,parafraseando o grande aequiteto, que deixou-nos, hoje,

    Em homenagem a CAÊ; ABRAÇAÇO.

    ANTONIO CARLOS

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    1. Elas não só não entendem o que é liberdade, como não têm ideia sobre o que é respeito. Parafraseando Jorge Benjor... QUE PENA!

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  4. Quando vi este estapafúrdio video, pela primeira vez, fiquei mais pasmado por ter recebido de uma amiga-com boas referências intelectivas- e sem nenhum comentário.Ao mesmo tempo em que entendo que é preciso ter bom humor, (dizem que sou bem humorado) não se deve utilizar da fragilidade de nenhuma população- ou das "minorias" discriminadas- para vender um produto. Isto não é condizente com o preceito constitucional da dignidade humana.Devemos nos colocar no lugar do outro.

    Este video, masculinista e sexista, camufla uma misoginia, se não estou enganado, colocando mulheres em posições despreziveis, subordinadas e objetificadas, em que pese ela existir e ser praticada , também, por mulheres. Parece que a origem deste "desprezo" está na Bíblia, que culpabilizou a pecadora Eva.

    Para não ser deselegante ou ser mal interpretado, e através do que li no blog da Lola, vou colocar mais molho na sensata e oportuna argumentação/defesa deste ótimo post (pra variar, ainda bem!).
    Diz ela: "um tal de Rafinha Bastos no seu show faz piadas sobre estupro e afirma que "homem que estupra mulher feia não merece cadeia, merece um abraço". Eu digo “um tal” porque mal sei quem é ele.
    Nunca vi CQC.Chegamos a um ponto em que quase sempre que alguém bate no peito pra dizer que é politicamente incorreto, você pode se preparar porque lá vem asneira contra qualquer grupo que costuma ser discriminado. O problema não é um grupo ser discriminado, entende? O problema é alguém te achar uma besta quadrada por você fazer piada com um grupo que costuma ser discriminado!

    Rafinhas e afins têm fãs justamente porque falam esses preconceitos na cara dura. E porque o mundo está mais idiotizado/infantilizado. Aliás, seus fãs não se acham preconceituosos. Eles chamam esses preconceitos que seus ídolos disparam, de “verdades”. Mas o que tem de verdade em dizer que uma mulher feia tem sorte por ser estuprada? Acham que estupro é sexo e não violência, é isso? Acham que alguém pode ser sortuda por ser vítima de um crime terrível? Acham que só mulheres bonitas costumam ser estupradas? Ah, então a verdade é uma só: não sabem absolutamente nada sobre estupro! Estupro é só uma abstração pra eles, uma realidade tão distante que eles podem rir à vontade! Se eles conhecessem alguma pessoa que foi estuprada, provavelmente seria difícil rir dessas “verdades”. Sintoma claro de ignorância ou falta de sensibilidade.

    Eu acho ótimo estarmos vivendo numa época em que boa parte das pessoas sensatas, solidárias, bem informadas, fica indignada com piadas contra minorias, que só eternizam o preconceito e mais nada.

    Sim, muitas vezes o humor é transgressor. Mas o que esse pessoal que ataca minorias com piada precisa entender é que eles não estão transgredindo nada. Seus tataravôs já eram racistas, gente. Pode ter certeza que , estupidamente, já comparavam negros com macacos. Aposto como eles já faziam gracinhas sobre a sorte que uma moça feia teve em ser estuprada. Vocês não são moderninhos, não são ousados, não são criativos. Vocês estão apenas seguindo uma tradição.São conservadores, caretas e reacionários, isto sim! E, se naquela época já não era engraçado, posto que desrespeitoso, imagina agora? Deplorável!

    Rebeldia é querer mudar o mundo, começando pela forma que falamos e agimos. Não há nada de novo ou de rebelde em eternizar velhos preconceitos, Rafinha.
    Sugestão minha: quer ser transgressor? Faça piadas com negros e poste no Youtube...e aguarde uma boa e merecida transgressão.
    Santé e axé!
    Marcos Lúcio

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    1. É muito fácil rir das minorias. Difícil é discordar da maioria.

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    2. Uma amiga - com grande e necessária auto-estima- mandou-me estas palavras pedindo que eu desse uma "corrigida", com se eu fora capaz disto...mas esforço-me. Então, toma:
      "Tanto se lutou pela liberdade de expressão, pessoas morreram e foram torturadas, para que idiotas de terno tivessem o direito de oprimir as minorias ainda mais. Tenho o maior orgulho de dizer que sempre O-DI-EI CQC, e que devo ter assistido umas 2 vezes sem querer. Super sem-graça, matérias estúpidas, piadas homofóbicas e misóginas, desrespeito. Não fica muito atrás de Pânico na TV, que é outra anomalia do sistema.Aliás, parei de ver tv, que considero uma bosta. Tenho ocupado meu tempo com tantas coisas maravilhosas, até mesmo caminhadas pela orla, e, principalmente ótimas e relevantes leituras, que nem me lembro que aquele monst(v)rinho existe, risos.

      Esse Rafinha é um idiota posando de "sincero" como muitos já fizeram e vão fazer. E é o mais influente? Por isso que o Brasil não vai pra frente

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    3. Para mim, além de ser facílimo discordar da maioria, queriDannemann, não tenho alternativa, desde a adolescência. Sempre que o povo tá indo para um lado, pode saber que já estou em outro, ou voltando. Nossos gostos não se aproximam. Nem moda segui ou sigo.Nem celular possuo. Sempre gostei muiiiiito do que poucos gostam e (quase) nada do que muitos gostam. E sem nenhum esforço ou qualquer tipo de preconceito; é natural e conceitualmente.Dizem que sou exigente, mas penso que priorizo excelências ou relevâncias e tá bom pra mim, deste "jeitomanera". Menos que isto, não preciso e não me satisfaz e qualquer prazer não me diverte, ao contrário.

      A simplicidade com originalidade e criatividade, e sofisticação, como um Dorival Caymmi, p.ex., encanta-me.Se não houver sutileza, ou inteligência ou bom gosto, não adianta...fico brocha kkkk. Nasci ovelha negra ou rês desgarrada da multidão boiada caminhando a esmo e ainda que provassem que o populacho estivesse certo, ainda diria: sejam felizes e vão indo... que eu não vou kkk.

      Só em duas questões fecho com a maioria: dinheiro e saúde (pelo menos é o que todo mundo diz que adora). O resto, sempre depende e quase nunca estamos no mesmo furdunço rs.

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  5. Monica Dias-Jundiaí-SP7 de dezembro de 2012 às 01:42

    Eu acho graça de piada e considero você exagerada. Além disso, as mulheres falam mal dos homens o tempo inteiro e os meios de comunicação tambem. Você chora à toa. Quero lhe informar também que mulher tem vagina, o título do post é inadequado. Você queria o que? Quem mulher tivesse pênis? Outra coisa: você é feminista. Toda mulher que fala que não é feminista é porque é feminista. Você quer mais o que? As mulheres são livres há muito tempo. Isto é choro porque no fundo a mulher quer poder. Muito poder, mandar, dar ordens na rua como dá em casa. Mulher quer poder e dinheiro, e por isso chora e depois dissimula. Mais um texto de mulher chorona. Acho que você não tem humor. Não fique chateada, mas é o que penso.

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    1. Bom dia, Monica! Em primeiro lugar, seja bem-vinda ao blog! É a primeira vez que você se manifesta, e espero vê-la por aqui novamente. Agora eu é que peço: nao fique chateada, mas vou discordar de você em vários pontos. O primeiro é que o título do post está correto. "A mulher QUE tem vagina, mas não tem valor" refere-se a um tipo determinado de mulher, e não a todas. Entende? Lamentável que as mulheres falem mal dos homens o temço todo e os meios de comunicação também. E isso justifica o machismo? Não, eu detestaria ter um penis, não concordo com Freud e digo novamente que não sou feminista: se fosse, não teria problemas em assumir. Mas o fato de não ser feminista não faz de mim uma mulher que aceite o desrespeito e que ria de piadas sexistas junto com homens machistas. Não sei o que você quer da vida, segundo suas palavras, parece-me que é poder e dinheiro, mas eu quero mesmo é ser feliz, e pra isso o que eu mais preciso é de respeito... claro que também precisamos de dinheiro, mas apenas o suficiente, sem ostentação. Mas... poder? Poder de dar ordens enquanto dissimula? Mas Monica... como é que você defende estes argumentos, diz que eu sou chorona, não tenho humor e sou feminista? Não sei a sua idade, não sei como você se vê no mundo... mas sabe? Você é que machista! Dinheiro, poder, dissimulação e humor para piadas machistas? Nem precisa de pênis! Digo de novo: não fique chateada, mas é isso que suas palavras me fizeram pensar. Um abraço e volte sempre!

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  6. Gostei do texto mas o video foi muito melhor.

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  7. De modo geral piadas sao fatos inusitados, situacoes ridiculas (senao impossiveis) cujo final poe alguem numa situacao ridicula, numa posicao comica, de uma maneira distinta; diferente.
    Com o tempo, o "politicamente correto" serviu para limitar isso. A comparacao de uma raca com macacos, que fazia parte do cotidiano do "humor" da minha juventude la pelos anos 60 hoje nao esta presente: creia ou nao, o ser humano (as vezes) evolui!
    A mulher foi colocada em segundo plano pela sociedade desde a sua formacao. O macho sustentava e protegia a familia enquanto a femea cuidava da prole e do lugar. Essa "comoda" situacao machista perdurou por seculos e ainda hoje, em alguns lugares, a mulher vale menos do que uma cabra ou um camelo. Veja o Afganistao onde meninas sao vendidas para os seus "maridos" que passam a ter direito de vida ou morte sobre elas. Que pode castigar jogando acido na cara daquela que seria a sua cara-metade...
    Ao oeste de greenwich as mulheres entraram no seculo 20 sem poder votar, sem poder trabalhar fora a nao ser em trabalhos menores, recebendo migalhas, sendo exploradas e humilhadas. Apanhando sem poder denunciar, sofrendo sem poder contrariar...
    O tempo passou a ter mudancas mais rapidas e hoje podemos apreciar que mudancas ocorreram e estao ocorrendo de forma rapida e a mulher, finalmente, esta proxima a igualdade com o homem em todos os campos e isso nada mais eh do que o que deveria ter sido sempre!
    Existe o "homem burro" e a "mulher burra". No caso, sobre o que voce escreveu, a "mulher burra", sem duvida, eh aquela que "...deita e rola numa liberdade cujo preço nem imagina qual foi...". Esse tipo de comportamento vai de oposto a tudo que a mulher conseguiu arduamente pois se isso eh sinonimo de liberdade tambem pode ser considerado insensatez. O ser humano nao necessita se impor para ganhar o seu espaco. Basta ocupa-lo!

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  8. O Alex Castro fez uma Carta aberta aos humoristas.Reproduzo partes dela, em 2 posts:

    Para o humor poder existir, são necessários uma série de pressupostos culturais coletivos, compartilhados pelo humorista e seu público que, convenhamos, muitas vezes são sim machistas, homofóbicos, racistas.

    Se não compartilhassem esse “conhecimento”, a piada não faria sentido.

    O machismo mata

    Dez mulheres são assassinadas por dia no Brasil, colocando-o no 12º lugar no ranking mundial de homicídios contra a mulher. Uma em cada cinco já sofreu violência de parte de um homem, em 80% dos casos o seu próprio parceiro. Em 2011, o ABC paulista teve um estupro por dia. Em São Paulo, uma mulher é agredida a cada sete minutos .

    Riu? É, mas não tem graça. Imagine que essa mulher poderia ser sua mãe.

    Ocorre porque existe uma cultura machista no Brasil, onde são vistas com menos valor, rotuladas como santas ou putas, onde viver abertamente sua sexualidade é considerado repreensível, e com impacto direto sobre a honra de seu companheiro.

    Se você faz piadas com esta cultura masculinista, que objetificam e estigmatizam, então você possibilita e reforça essa cultura assassina.

    Você é cúmplice.


    O racismo mata

    Entre 2002 e 2007, o número de homicídios cujas vítimas eram jovens negros aumentou 49%. De cada 100 mil habitantes, morrem por homicídio 30,3 brancos e 68,5 negros. A probabilidade de ser vítima de homicídio é 12 vezes maior para adolescentes homens e, dentro desse grupo, quatro vezes maior para jovens negros. De cada três jovens assassinados, dois são negros. A população negra teve 73% de vítimas de homicídio a mais do que a população branca.

    Acontece porque existe uma cultura racista no Brasil, onde os negros são vistos como menores, hiperssexualizados como “negões pauzudos” ou “mulatas rebolantes”, eonde é sempre o preguiçoso ou o malandro.

    Se você faz piadas (cuidado que agora a lei os protege, não é que estejam mais respeitados e a sociedade mais evoluída)que confirmam os lugares-comuns , que o denigrem o e o comparam a animais, que o associam à pobreza, ao crime, à ignorância e a tudo o que há de mais baixo na escala social, então você possibilita e reforça essa cultura assassina.

    Você é cúmplice.


    A homofobia mata

    Em 2010, foram mortos 260 homossexuais no Brasil, exclusivamente pelo fato de terem esta natureza especial, um aumento de 113% desde 2007 (122). Nos EUA, com 100 milhões a mais de habitantes, foram mortos 14. Um homossexual brasileiro tem 785% mais chances de morrer vítima de violência que um norte-americano. Isto sem contar as outras violências que não discriminam héteros de homos.As coisas parecem estar piorando: só nos primeiros dois meses de 2012, foram 80 assassinatos confirmados. Mantido esse padrão, teremos 500 homossexuais assassinados até o final de 2012. Nenhum país do mundo mata tantos homossexuais quanto o Brasil. Campeão, nesta barbárie.

    Para isto existe uma cultura homofóbica no Brasil, onde eles são vistos como tendo menos valor, hiperssexualizados como máquinas de foder sempre prontos para o sexo casual, é sempre retratado como ridículo, efeminado, exagerado, folclórico, onde a tentativa de ensinar às crianças que homossexualidade é normal é rotulada de “kit gay”, onde a tentativa de dar direitos iguais aos homossexuais é rotulada de “ditadura gay”, onde a pregação de ques são pecadores que vão pro inferno é protegida pela “liberdade de expressão” religiosa, pasme! Só que a maioria dos homossexuais é discreta, gosta de ser e parecer masculino,sem contar os que não saem do armário e até casam com mulheres (um pouco bissexuais, vá lá).

    Se você faz piadas que confirmam os lugares-comuns dessa cultura homofóbica, que estigmatizam e ridicularizam , que o utilizam l como xingamento como se ser homossexual fosse intrinsecamente ruim, que o associam ao pecado e à devassidão,(o homem heterossexual é mais promíscuo, quando pode ou quer, porque ele pode "tudo", é o garanhão) ao ridículo e ao nojento, então você possibilita e reforça essa cultura assassina.

    Você é cúmplice.

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  9. Continuando...

    Não reclame da “patrulha”

    Torcer o nariz para as piadas racistas, homofóbicas ou machistas de um comediante não é “patrulha”.
    É o público exercendo pacificamente sua liberdade de expressão de considerar babaca um comediante que faça piadas medíocres.
    Esses pobres humoristas “perseguidos” que reclamam da “patrulha politicamente correta” não estão defendendo a liberdade de expressão: liberdade de expressão de verdade é o cara poder fazer piada sobre mulher estuprada e nós podermos criticá-lo por isso.

    Na verdade, a liberdade que querem esses paladinos do “politicamente incorreto” é a liberdade de falar os maiores absurdos sem nunca serem criticados.
    Falar besteira, qualquer criança fala.
    Dizer que uma piada é racista, ou sexista, e argumentar nessa direção, não é censurá-la, é exercer seu direito de crítica.

    Façam pouco dos agressores e não dos agredidos . Se é pra sacanear alguém, sacaneie os poderosos, e não os subalternos.


    Não existe piada inofensiva: se alguém gargalhou é porque alguém se fudeu.
    A questão é: quem se fode nessa piada?
    Se é a vítima, o subalterno, a minoria, a mulher, o gay, o negro, etc, então essa piada é parte do problema. Ela confirma, apóia, sustenta a ideologia dominante. Ela está à serviço do machismo, do racismo, da homofobia.

    Quando um gay é agredido com uma lâmpada na Av Paulista, os roteiristas do Zorra Total não podem levantar as mãos e se declarar inocentes. E nem quem assiste e ri.
    Mas não é necessário vocês humoristas se autocensurarem ou se tornarem vendedores de seguros. Por que não fazer piadas de gays… onde são os homofóbicos que se fodem? Piadas de estupro… onde quem se fode são os estupradores?

    Vocês, humoristas, são livres para fazer piadas sobre o que quiserem. Mas também são cidadãos dotados de consciência. Os números da violência contra a mulher são impressionantes. Somos o país que mais mata gays somente por serem como nasceram. Nossos jovens negros são vítimas da maioria desproporcional dos homicídios.

    A escolha é nossa, tanto humoristas quanto consumidores : queremos ser parte da solução ou parte do problema? Queremos estar do lado de quem mata ou estender a mão à quem está morrendo?
    Essa discussão não é abstrata. Não estamos falando sobre princípios filosóficos. Tem gente morrendo AGORA.

    O humor ajuda a perpetuar ou a denunciar preconceitos sempre estúpidos. A escolha é de vocês.

    É muito mais difícil fazer humor sem usar esses estereótipos que confirmam e fortalecem estas culturas assassinas do nosso país.

    Será que conseguem, ao mesmo tempo, ser engraçados e não ser cúmplice dos assassinatos de mulheres, negros, homossexuais?
    Sei que não é fácil. Se fosse fácil, eu não estaria pedindo, não estaria propondo o desafio.
    Mas é tão tristemente necessário.

    Porque os humoristas alemães que faziam piadas de judeu em 1935 não são inocentes de Auschwitz não.
    Fazer rir é relativamente fácil. Difícil é fazer rir sem ser babaca. Agradar a maioria é ser medíocre, pois a média é a mediocridade.

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  10. Fernanda,é a velha história do "time que está ganhando não se mexe." Se estes senhores talentosos,arrancam aplausos da plateia,com essas piadas grosseiras e sem graça,eles jamais pensarão em colocar um novo roteiro,ou mudar o assunto... E dessa forma nós mulheres vamos ficando ridicularizadas. Bjs.

    Monica.

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    1. É isso aí, Monica, infelizmente muitas não entendem isso e colaboram com a situação. Bjo!

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  11. Fernanda, apenas cheguei a uma única conclusão: você ficou sem resposta e sua resposta é como se você solussasse ou estivesse no deserto e se beber muita água pode morrer. Perdi meu tempo. As pessoas que mais me ensinaram foram homens, as mais generosas também, Aliás, um dia me perguntei para o que as mulheres servem, se não conseguem viver em paz com seus filhos e maridos e namorados. A conclusão é a seguinte: você não conhece nada sobre as mulheres, gente que nuca cede e jamais pede desculpas, mesmo se Deus vier julgá-las. Moro em Jundiaí, boa cidade, tem tudo, mas fique sabendo todas brigas e fofocas no meu emprego são causadas por mulhere. Adoro os homens, e quando saio, o que é raro, com mulheres, o papo é uma merda e a vontade de fazer as coisas acabam, porque mesmo essas idiotas ficam com o passar do tem dizeno o que eu estou cansada de saber - bom é sair com homens,porque são divertidos e inteligents. Quer saber de uma coisa: mulher é um saco quando não perversa. Não sou sapatão, apenas não sou idiota. Sem ofensa a você. Abraço.
    Teno 59 anos, sou casada e minhas filhas adoram conviver com os homens. Eles não enchem o saco e não reclamam de nada. Homem só gosta de duas coisas minha filha, porque eles são simples e por isso inteligents: comida boa na mesa e consideração.

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    1. Monica... é realmente triste, mas acontece: muitas mulheres sentem desprezo por suas iguais, e também por isso o mundo é como é. Olha, eu também adoro homem! Mas adoro ser mulher e tenho muito respeito e admiração pelo gênero feminino, embora entenda que algumas mulheres ainda não encontraram o que de mais bonito há em sua essência, e por isso tornaram-se machistas enraivecidas. Há também as que não dispõem de exemplos de mulheres valorosas em sua infância e adolescência, e aí não têm um bom modelo a seguir e admirar. Sim, eu sei que nem tudo são flores no universo feminino, e que há mulheres horrorosas por aí, aproveitadoras e incapazes de se conectar com o seu poder criador e transformador do mundo: são as perversas ou as ignorantes. Aqui mesmo no blog já critiquei várias vezes esta postura, e continuarei criticando, da mesma maneira que critiquei aquelas que riem das piadas machistas (postura que, ao meu ver, perpetua toda esta situação que você mesma repudia). Mas ter consciência de que há mulheres perigosas e raivosas no mundo não me faz botar todos os gatos no mesmo balaio, generalizando e crendo que "mulher é um saco" e que os homens é que são o que há de bom na Criação. Tive a sorte de contar com exemplos de mulheres fantásticas em minha história, e continuo encontrando-as vida afora: e é nelas que me miro. Mas é claro que também já vi as mulheres terríveis, que destróem tudo por onde passam e se condenam à solidão e à infelicidade: destas aí eu mantenho distância, embora entenda o quanto estão perdidas.
      Quanto aos homens, não aacho que eles sejam tão ruidementares a ponto de gostar só de comida boa na mesa e de consideração. Creio que eles também apreciam uma mulher inteligente e de autoestima forte, que inclusive seja capaz de discordar deles. Mais uma vez agradeço suas visitas e sua participação aqui no blog, isso é muito importante! Espero vê-la aqui novamente, onde será sempre bem-vinda mesmo que nossas opiniões sejam divergentes! Abraço!

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    2. Falou e disse, a ainda que mulher fosse o horror que a jundiaiense alardeia - e tomara que ela não seja assim, muito menos as filhas e não podem imaginar que são as únicas melhores- tenho a sorte de conhecer honrosas exceções, tanto na família quanto, quanto no trabalho e nas grandes amigas que possuo.Concordo , logicamente, com a blogueira.

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    3. Monica, vou te apresentar homens fofoqueiros, de péssimo caráter, chatos, mediocres, cabotinos. Você é' extremamente preconceituosa. Há mulheres sensacionais e a Fernanda, que conheço há 15 anos, é uma delas.

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    4. Po Marcelo! Quem te disse que eu quero que voce me apresente a ela???

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  12. O bom da vida é poder voar o próprio Boing e ter ao lado a escolta de uns caças.

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  13. Hipótese primariamente Fereudiana: O desenvolvimento da identidade feminina, construída, inicialmente, com a identificação com a figura materna, parece-me ter sido negativa, no caso da leitora Monica. Torcer, para que suas filhas construam sua identidade , pela identificação, por negação, dos valores maternos. Esse tipo de identificação, é comum em filhos do gênero masculino, que foram, juntoás mães, vítimas de pai machista, dependente de álcool e outras drogas, sendo agredido, física e psicologicamente, por ele.
    Bom domingo.
    ANTONIO CARLOS

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  14. É bom ler texto assim, e os comentários também.
    Sergio.

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  15. Oi Fernanda,

    Com um nome como o meu, voce já pode imaginar quantas piadinhas (de mau gosto) eu já ouvi.

    No início ficava irritadíssima, mas depois aprendi a levar na esportiva, por que eu dava minhas respostas com tanta ironia, que os piadistas ficavam sem graça e aí, eu LAVAVA A MINHA ALMA, com um ar triunfante e superior.

    Um Senador, que se achava, me disse uma vez: Ainda vou dar uma volta nessa mercedes.
    Resposta imediata e fulminante: Senador,prá dar uma volta nessa mercedes, tem que ralar muito. Não é para qualquer um e não basta querer e nem ter carteira de motorista. o cara sumiu!!!!! :))))

    Meu ex-chefe, conversando com um amigo (tão machão quanto ele) disse: olha só a mercedes que sobrou prá mim ......
    Resposta: posso não ser nenhuma brastemp, mas não deixo de ser uma mercedes.

    Mas o mais engraçado, foi meu outro ex-chefe.

    Estávamos em campanha eleitoral, e fizemos uma reunião no gabinete num domingo. Esplanada dos Ministérios totalmente vazia. Ele sabia que eu detestava, e sempres respondia, piadinha subestimenado as mulheres.

    Pois é, nesse domingo, fui à Câmara no meu carro, ele no dele com o outro assessor.

    Ao chegarmos no elevador, ele começou a tentar me irritar dizendo que a mulher tem que esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque. E eu calada.

    Que era um absurdo a mulher ser independente, que tinha que ficar amarrada no tronco .... e eu calada.

    Quando o assessor falou: Mercedes, não acredito que voce vai ficar calada (porque eu nunca ficava).

    Eu respondi com a maior tranquilidade que a hora da minha vingança iria chegar e eu não ia perder a oportunidade de jeito nenhum.

    Fizemos o planejamento da campanha e fomos embora.

    Peguei meu carro e saí. Quando dei a volta, vi o Deputado balançando os dois braços para chamar minha atenção.

    Voltei para ver o que estava acontecendo, parei ao lado do carro dele, ele branco e o assessor vermelho.

    Aí eu falei: Uai, o que está acontecendo?

    E o Deputado, todo sem graça, disse que o carro dele não estava pegando.

    Uai, então o senhor quer carona ou quer que eu conserte seu carro? perguntei.

    É, fazer o que né? Não tem nenhum taxi.

    Dei a carona, mas tripudiei demais da conta.

    É Deputado......., o que seria dos homens se as mulheres tiverem que ficar esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque? O mundo ia acabar.

    E falei muito. LAVEI A MINHA ALMA de novo.

    A vingança é um prato que se come frio, disse a ele.

    Nunca mais ele falou nada.

    Um abraço,

    Mercedes

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    Respostas
    1. Mercedes, eu tenho desprezo por homens machistas, e já me dei mal com um chefe que conversava comigo olhando meu decote. Perguntei se ele podia olhar nos meus olhos e sabe o que aconteceu? Fui transferida no dia seguinte... para um lugar péssimo! Eu fui e nem reclamei. Pelo menos não dei o braço a torcer. Olha, adorei suas histórias, e realmente imagino o quanto de piada machista você já deve ter aturado... bjão!

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    2. Fernanda,

      Eu sabia que eles não poderiam me transferir, pois eu era a Chefe de Gabinete.

      Não que eu me aproveitasse do cargo para dar as devidas respostas, pois as daria de qualquer jeito.

      Beijo

      Mercedes

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