-- E você, como é que tem andado? Tá tudo bem? O
casamento, o trabalho... tudo jóia?
À esta altura de sua condição, eu não
esperava por qualquer interesse que não fosse um bocadinho de alívio, mas esta sua pergunta lembrou-me que é na provação que as pessoas são mesmo o que são.
Neste ponto da conversa, chamo aqui o povo muito chique daquele filme emblemático, "O anjo exterminador", de Luis Buñuel, que tem uma situação muito reveladora e que é mais ou menos assim: granfinos jantam juntos, todos muito metidos a elegantes, e eis que, por alguma razão que o diretor e o roteirista nunca explicaram, ninguém consegue sair da casa. E é aí, na falta de charme do confinamento, que os nobres botam os dentes, o egocentrismo e a brutalidade pra fora: o ser humano em sua forma animal.
Neste ponto da conversa, chamo aqui o povo muito chique daquele filme emblemático, "O anjo exterminador", de Luis Buñuel, que tem uma situação muito reveladora e que é mais ou menos assim: granfinos jantam juntos, todos muito metidos a elegantes, e eis que, por alguma razão que o diretor e o roteirista nunca explicaram, ninguém consegue sair da casa. E é aí, na falta de charme do confinamento, que os nobres botam os dentes, o egocentrismo e a brutalidade pra fora: o ser humano em sua forma animal.
Minha amiga Isabel e "O anjo exterminador" são, para mim, como símbolos do antagonismo que vivenciamos nas relações. De um lado o afeto verdadeiro, aquele que motiva alguém a fazer uma pegunta muito simples, porém sincera, e que a gente quase não ouve por aí nas rodas e nos cafés:
-- E você?
Do outro lado, aquilo que se convencionou chamar "amizade" hoje em dia, estes tempos tecnológicos e ágeis da Internet e das relações superficiais: o desvalor do outro, que
tornou-se tão patológico quanto o exagerado valor de si mesmo. E é assim que
todos tornam-se cada vez mais sozinhos neste mundão sem
fronteiras, reféns de uma vaidade que
só existe para matar a própria fome.
O “estar só” no mundo é o que sobra. A carência absoluta
de gente que se sabe tão desesperadamente só, e que padece uma fome sem remédio
de atenção, de importância, de reverência, de lugar ao sol... é a cultura do eu, na qual a solidão é o motor que faz girar a
roda do infortúnio.
A cena curta, mesmo em espanhol, dá uma ideia da situação...
E você, Fernanda, como está?
ResponderExcluirA primeira, das quatro vezes á que assisti esse emblemático filme sobre as várias naturezas humanas em situações-limite, foi para trabalho acadêmico. De fato, nessas situações, desvelam-se verdades de nós, que dificilmente, emergeriam em situações rotineiras de nosso modus vivendi.
ResponderExcluirA morte iminente e inexorável, creio que seja o momento em que a totalidade do SER pulse mais clara e pujante. A morte não negocia com PERSONAS. Pelo contrário, inunda de luz reveladora, SOMBRAS mais recônditas desse SER que esvai-se. Como representar com e para a MORTE?
No mundo da instantâneidade e fugacidade das relações, virtuais ou não, apenas Personas têm espaço de representação. Amizades autênticas? raro artigo relacional. Dor e prazer são autênticas, como cédulas de três reais. O interesse genuíno pelo outro, consequentemente, obedece a essa GRAMÁTICA DA VIDA em relação.
Acredito que sua amiga seja um SER de LUZ. Expressar interesse em saber de você, quando ela e a MORTE estão próximas, quase um SER, apenas, só mesmo para iluminados. Sua passagem para o plano espiritual, certamente, será tranquila.
ANTONIO CARLOS
Profundas as suas palavras, e ótima a explicação sobre o que acontece no filme. A gente sempre se acha tão civilizado e gente fina, né? Mas no fundo nunca sabemos do que somos capazes... Quanto à minha amiga tão querida, também acredito que ela seja um ser de muita luz. Gostaria de parasse de sofrer.
ExcluirE como eu não estou só,aliás estive literalmente no meio da multidão do Galo da Madrugada! É isso mesmo Fernanda,vim conhecer o carnaval de Recife,e acredite,eu nunca ví povo tão alegre,tão elétrico,quanto o Pernambucano.
ResponderExcluirFica aqui o meu convite,para a galera do Alma Lavada,(inclusive a dona do Blog) venham conhecer o frevo de pernambuco! Vcs vão AMAR!
Bjs a todos.
Monica.
Monica, menina!!! Foi transmissão de pensamento! Estava aqui pensando em você agorinha: "onde será que está a Monica, que sumiue esta semana???. E aí voce aparece com notícias de Recife! Aproveita aí, moleeeeeeque... e depois conta mais detalhes de como foi. Beijão e cuidado com os excessos carnavalescos!!!
ExcluirNão se preocupe Fernanda,pois não vou cometer nem um excesso,até porque,os filhotes estão tentando me controlar a todo momento.
ExcluirFuuuuuuui!
Monica.