quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A verdadeira vitória é filha do verdadeiro esforço

Dia desses, vi um programa na TV sobre um ciclista que bateu o recorde de velocidade: 267 km/h.

Eu teria achado coisa de outro mundo, não fossem as condições:

A pista era de gelo; a bicicleta era especial, o percurso foi realizado com um carro à frente, puxando uma “casinha” . Dentro dela, o ciclista pedalava totalmente livre da resistência do ar. Havia outras condições, mas bastaram estas para eu perder meu interesse e mudar o canal.

Então eu soube de três mulheres que disputam o recorde do alpinismo mundial: a que escalou mais picos o fez com ajudantes para carregar a bagagem, oxigênio extra etc... as outras, que até o momento escalaram menos, não levaram ajudantes nem balões de oxigênio.

Perdoe-me o ciclista e a tal alpinista, mas não vejo valor nenhum em seus recordes.

Aliás, casos como estes me fazem pensar na minha amiga, que pagou (e muito bem) pelo diploma de faculdade.

E em outras situações: o escritor medíocre que vira imortal da ABL porque é presidente da república; o corredor de Fórmula 1 que é campeão do mundo porque tem um carro superior; o funcionário público que entrou na empresa pela janela; o concorrente que leva o prêmio porque é o “queridinho” de alguém importante; a miss que está entupida de silicones; o plágio; o casamento de interesse, o emprego que se mantém à base de puxassaquismo... e etc... etc...

Qual o valor de um recorde ou de uma conquista feita nessas bases?

Há quem se contente em, simplesmente, acreditar nas aparências: que é o tal, é o campeão, o rei da cocada preta ou seja lá o que for. Mas no fundo, acredito que
tais “vencedores” precisam esforçar-se demais para convencer-se a respeito do próprio valor. E jamais conseguem.

Vivem no esforço permanente e secreto que, certamente, é ainda maior que aquele que não foi feito, e que poderia ter mudado todo o curso da história, mesmo que os resultados não fossem bons...o esforço para chegar a algum lugar, para fazer algo, para conquistar algo... com as próprias e reais condições. No final das contas, a consciência dessa busca pessoal é que faz a vida valer mesmo a pena.

3 comentários:

  1. Fernanda, matou a pau!!! Hoje em dia o que mais se vê é o marketing, o glamour, o que inclui qualidades superdimensionadas, currículos mentirosos, muito blá, blá, blá e pouco, muito pouco conteúdo. Tenho alguns amigos que quando começam a falar, só vem bobagens e o tal de contar vantagem ou parecer ser superior ou feliz.... a autenticidade e o esforço para atingir objetivos parecem ter ficado para trás...
    Abraços,
    Jorge

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  2. Sem dúvida alguma, queriDannemann, sem o esforço pessoal, a vítória é "fake", tipo um golaço... que, depois, sabe-se, é anulado. "A MELHOR VITÓRIA É A CONQUISTA DE SI MESMO", do sapientíssimo Platão, ainda é e, aposto, será sempre, o melhor caminho e de melhores resultados. Sem o "conheça-te a ti mesmo"_ na verdade, o fundamental auto-conhecimento ou individuação_ todo o resto é insustentável , ilusório e invibializante para o alcance do objetivo central da vida: ser feliz (apesar de).
    Abraço forte do Marcos Lúcio

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  3. sinto tristeza quando vejo jovens colando nas provas de faculdade... nesse período, entreguei uma prova antes de começar a fazê-la, pois a professora colocou um menino do ensino médio para tomar conta e os alunos não respeitaram. saí de sala e fiquei reprovada, mas com a ideia de que a faculdade valeu a pena e me formei com meu próprio mérito.
    coitado do menino que tomou conta da prova...

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