De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto,
que mesmo em face de maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto,
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive,
quem sabe a solidão, fim de quem ama,
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes)
Fernanda,
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo ......
As fotos, poema de Vinicius de Moraes ......
Parabens !!!!!
Amor ...... e tudo que todos nos precisamos, nao so o amor a dois, mas o amor universal .... Gente.....estamos na era de Aquario ......... Conscientizacao .....nao estamos mais na era de Peixes, que um sai na frente e todos correm atras sem saber o por que.
Beijos
Gilda Bose
Que bom que você gostou, Gilda! Eu também gostei, mas sou supeita pra falar, né? beijos!
ExcluirQueriDannemann...respeito profundamente esta sua escolha e acredito na sua sinceridade . Porém, como em tudo... há controvérsias e não existem verdades absolutas, bem sabemos nosotros, exceto que todos morreremos, mais cedo ou tarde. Há sempre , no mínimo, dois lados da questão.
ResponderExcluirComo já escancarei o que sinto e sei, com relação a isto, vou reproduzir parte de uma entrevista que considero lucidíssima e faço minhas estas experientes e prestigiadas palavras, até por vivenciá-las feliz e integralmente, na práxis e no presente cotidiano.Já fui casado e sentiia-me solitário... e não troco minha vida de solteiro sem jamais sentir solidão, por nada nesta vida. Casei com a possível liberdade. Cada qual com a sua felicidade, nem melhor, nem pior, apenas, singular.
Abraço apertado e beijo estalado.
EstiMarcos
NÃO precisa casar. SOZINHO é melhor. – entrevista com o psicanalista flávio gikovate.
“Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre o amor e a individuação, opte pelo segundo.”
Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate , por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas, as suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram condensadas no seu 26º livro, Uma História de Amor… com Final Feliz. Na obra, a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende a individuação, entendida não como descaso pelos outros e sim como uma maneira de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes.
“Os solteiros que estão mal são os que ainda sonham com o amor romântico. Pensam que precisam de outra pessoa para se completar. Como Vinicius de Moraes, acham que que ‘é impossível ser feliz sozinho’. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.”
Veja – O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate – Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.
Veja – Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate – Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando ou se sentem uma sensação de desamparo, aquele “vazio no estômago” por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema, eatro, etc.. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam.
EstiMarcos... sou apaixonada e adoro o casamento, mas não sou burra. Concordo com o Gikovate! A grande maioria dos casados é mesmo infeliz, eu sei, eu observo. E lamento. E é claro é possível ser feliz sozinho! Na verdade, é preciso ser feliz sozinho, gostar de si mesmo, da própria companhia... caso contrário, não dá mesmo pra ser feliz com outra pessoa. O que eu defendo, por outro lado, é a união (e não necessariamente o casamento) a uñião feliz: o compartilhar, o amar, o gostar, o estar junto, o viver junto. Isso aí eu defendo mesmo, porque o amor e a convivência saudável entre pessoas que se dedicam verdadeiramente a viver bem e com alegria... ah, meu querido EtiMarcos... isso é maravlhoso, e deixa sim a vida melhor e mais gostosa. beijão!
ExcluirQuem diria! Descobri que faco parte da minoria; faco parte dos 5%!
ExcluirFaz 31 anos que conheci a pessoa com quem casei seis meses apos e posso afirmar que casamento eh tao dificil de "acertar" como a mega sena. Prova disso eh que, a 31 anos atras, com 27 anos de idade, ja havia passado por dois conturbados casamentos.
Ao conhecer a pessoa que compartilha o dia a dia comigo nesses ultimos 11000 dias senti algo que antes nao havia e esse "algo" solidificava a cada dia, nos unindo de uma forma tal que nos levava ao casamento que ocorreu em 4/12/81.
Do amor ardente (que nos olhos meus tao puro vistes, como escreveu Camoes) nasceu um sentimento que nos mantem unidos ate hoje: vivemos um para o outro mantendo cada qual a sua personalidade, o espaco proprio, as ideias e pontos de vista. Tendo alguns atritos pois somos diferentes mas eles sao excluidos das nossas vidas, minutos apos, posto que somos tao unidos!
Eis que o poetinha termina o seu poema com: "Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure" e, ao escrever tao maravilhosas palavras, definiu o sentimento que nos une por mais de 3 decadas. Sim, nosso amor acabara um dia, o dia em que um de nos partir e deixar a saudade e, se acabar, sera por puro egoismo do que sobreviveu esperando que esse amor da pessoa que partiu continuasse apos a ida...
Fe, adorei a poesia e as fotos! o blog está ótimo parabéns!!!
ResponderExcluirmuitos beijos Tuca
Oi, Tuquinha, vc por aqui?
ExcluirOOOOOi, Tucotinha!
Excluir"Amar é querer estar perto,se longe;
ResponderExcluirE mais perto,se perto." ________Vinicius de Moraes!
Monica.
Monica, adorei! Este eu não conhecia!
ExcluirQueriDannemann...faço minhas não só as palavras do Gikovate, como as suas, especificamente nestas condições saudáveis de relação . Só conheço, praticamente, você feliz no casamento. Sei que no início, quando tudo são flores e sonhos e até devaneios... há mais casais felizes...mas o tempo costuma evidenciar os espinhos e o bicho pega rsrs, como bem frisou o psicanalista em questão (e outros/as) .
ResponderExcluirComo sou de família numerosa, além de observador, é facilmente constatável este doloroso e quase inevitável desfecho. Meus quatro irmãos, com filhos já crescidos, tiveram este destino comum: separações quase sempre traumáticas.
Os casamentos de parentes e amigos que conheço, hum...não vou comentar para não ferir suscetibilidades e, para ficar bem na fita, reafirmo: mas há raríssimas e boas exceções, como a sua.
Quem discordar dos seus argumentos de aspectos somente positivos , só pode ser idiota, afinal, coisas boas não devem ser dispensadas. Mas repito: você é uma exceção, quase um milagre, benza Deus! (e torço, de coração, para que este amor seja eterno ou o mais eterno possível) se levarmos em consideração as argutas palavras do genial Balzac:
"É possível amar e não ser feliz, é possível ser feliz e não amar, mas amar e simultaneamente ser feliz, isso seria milagre."
Como vivo em estado eterno de amor ágape e incondicional -por várias pessoas e coisas_posso garantir, parafraseando-a: quem se dedica verdadeiramente a viver bem e com alegria... ah, minha queriDannemann...e na maior liberdade possível ... isso é maravlhoso, e deixa sim a vida melhor e mais gostosa. beijão!
EstiMarcos
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Além da evidência de que muitos casamentos se fazem entre os que amam e os que se deixam amar por comodismo, carência, esperteza, etc., segundo Gikocate, a idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui.
ResponderExcluirO psicanalista Jurandir Freire Costa, professor do Instituto de Medicina Social da UFRJ, em seu seu livro, "Sem Fraudes, Nem Favor" examina a utopia erótica em várias obras e, por fim, a "gramática do amor romântico", na qual analisa o discurso ainda vigente sobre o amor.
Especialista em expor os discursos ocultos sob as normas - sociais, morais, comportamentais, psicológicas -, Freire Costa dedica-se em seus profundos estudos a mostrar que a chamada "normalidade" possui uma gênese e uma história, ou seja, não existe desde sempre e que, como veio a se tornar padrão, também pode deixar de sê-lo
. "Sem Fraude Nem Favor" demonstra o que há de histórico, relativo, condicional no ideal ainda marcado com o selo da "eternidade". Uma lista que inclui Helena de Tróia e Páris, Charlotte e Werther, Ceci e Peri, os heróis românticos do "Titanic" ,etc., parece comprovar que o amor sempre foi essa força avassaladora dos sentimentos, que nada, nem a morte, detém.
Para a decepção de muitos, ele derruba essa derradeira crença e mostra que "o amor foi inventado, como o fogo, a roda, o casamento, a medicina, o computador, a democracia, o nazismo, os deuses e as diversas imagens do universo". Qual a necessidade de criticar e demolis o último ideal que nos resta?, podem perguntar alguns. "Apesar do enorme prestígio cultural, o amor deixou de ser um puro momento de encanto para se tornar uma "obrigação". Quando é bom não dura e quando dura já não entusiasma" é uma das razões alegadas pelo autor.
O ideal do amor no qual nos fixamos, herdado do romantismo, "embalado por adiamentos, renúncias, devaneios, esperanças no futuro e 'doces momentos do passado'", tornou-se contraditório com nossa "paixão pelo efêmero". Em outras épocas, o amor não sé era outro, como estava relativamente à prova de crises de esgotamento à medida que não se reduzia à satisfação narcísica, ao gozo dos prazeres e das sensações "sem memória e sem história".
Hoje, "privados de ideais afetivamente importantes, voltamo-nos para o amor como quem espera a Arca de Noé. Só que o Dilúvio chegou antes", escreve o autor. Devemos, então, abandonar essa canoa furada? Nem essa receita está disponível. Não é obra de curandeirismo emocional. Freire mostra que podemos nos livrar de um ideal de amor caduco, mas não estamos livres da necessidade de reinventá-lo. A minha blogueira predileta parece e creio...reinventou o seu amor, não é mesmo?
Segundo a autor, o "ethos" que produziu o amor romântico é de uma família baseada na dissimetria, na opressão das crianças, na exclusão pelo preconceito sexual.
Posso estar enganado, mas hoje o que se poderia fazer é voltar a amar de uma forma tranqüila, recuperar o que Hannah Arendt chamava de amor ao mundo. É ser capaz de perceber que estamos de fato articulados com coisas muito maiores e deixar de representar o parceiro como uma subespécie entre as coisas que nos dão satisfações prazerosas. Nada de complemento e sim suplemento.
O amor hoje é vivido quase sempre como deficiência, frustração. Isso nos mantém sempre num estágio afetivo infantilizado, o de alguém que nunca cumpre o que quer para si, em vez de estar renovando os estilos de vida com os outros e nas mais variadas formas possíveis e ainda a serem inventadas. Tudo é impermanência.
Abraço afetuoso
Danilo