sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pra quebrar o clima, um poema de paixáo

Obediência
(dezembro 2006)

O dia passa, vou vivendo
(Um objeto a mais entre os da casa).

Faz sol ou chove?
O guarda-chuva, como eu, é só espera
Sem se importar que o céu desabe.
Até os copos, sobre a pia,
São meus irmãos, de tão vazios.

Cada segundo é só de tédio,
De solidão que já nem me comove,
E que nem penso mais que se acabe.

Só quebra este marasmo a pulsação, que treme o prédio:
A vizinhança foge, enquanto rio de sarcasmo,
Sem medo de ruir, porque já não sou nada;

Meu pensamento cobre a pele de arrepios
A tua voz, que busco, o teu chamar, que me rejeita.

Pra não morrer, só um remédio:
Mando que aquiete o coração,

E ele, como um cão,

Se cala e deita.

(Fernanda Dannemann)

2 comentários:

  1. Lindo poema, com certeza reflexo desta sua dor que sangra.... força aí....não desista, Envio pra você a parte desta letra abaixo do saudoso Renato Russo... fique bem Fernanda.

    Quando tudo está perdido
    Sempre existe um caminho
    Quando tudo está perdido
    Sempre existe uma luz
    Mas não me diga isso
    Hoje a tristeza
    Não é passageira
    Hoje fiquei com febre
    A tarde inteira
    E quando chegar a noite
    Cada estrela
    Parecerá uma lágrima
    Queria ser como os outros
    E rir das desgraças da vida
    Ou fingir estar sempre bem
    Ver a leveza
    Das coisas com humor
    Mas não me diga isso
    É só hoje e isso passa
    Só me deixe aqui quieto
    Isso passa
    Amanhã é um outro dia
    Não é?

    Abraços,
    Jorge

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  2. Ah! que bom!
    Eu queria tanto ler outro poema seu e ei-lo aqui para meu doce deleite. Adooooooooorei. Valeu, boa sorte e ótimas inspirações, sempre!!!
    Abraços
    Márcis

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