Passear sem destino por Roma nos revela surpresas impensàveis, e isso nada tem a ver com ruinas milenares, mas sim com o fato de que a gente vè de tudo e descobre, por exemplo, que nem todas as italianas sào um primor de bom-gosto. Dà sò uma olhada nisso...
Serà dublè do Johnny Depp no filme da fantàstica fàbrica de chocolates?
Sente sò a anàgua combinando com a bolsa que descansa no chào...
Em compensaçào, vocè vai tomar uns tragos num bar em San Giovanni in Laterano, point da noite romana, e pode dar de cara com um italianào tipico, daqueles com cara de mafioso, igualzinho ao Robert De Niro:
Por falar em bom-gosto, se subir a ladeira da Visconde de Pirajà dos romanos, conhecida como Via Veneto...
Chegarà ao meu museu predileto, o Galleria Borghese, onde estào as esculturas mais lindas que jà vi... e que nào sào de Michelangelo, mas de Bernini...
Em "Apolo e Dafne", o artista conseguiu, milagrosamente, reproduzir, no rosto dela, a expressào de quem passa pela morte subita e inesperada, como se levasse um tiro. Nunca vi nada mais chocante em termos de arte.
Em "O rapto de Proserpina", Bernini fez atè a marca dos dedos de Plutào apertando as pernas dela. Pena que nào consegui fotografar. A cara de safado dele mostra que o escultor gostava de mulher!
Este è o "Davi" que mais gosto, porque nào o retrata como um deus, e sim como um rapaz. A expressào de confiança e determinaçào no rosto dele è uma cooooooisa!
No teto dos salòes, a pintura dà um incrivel efeito de perspectiva tridimensional, e parece que os faunos estào quase caindo em cima da gente:
Tambèm è uma curtiçào observar as pessoas que circulam pelo museu. Diante da escultura de um hermafrodita, datada do sèculo II, ouvi um brasileiro saido das Minas Gerais perguntar ao amigo:
-- Mas isso aqui è homem ou mulher?!
Depois do passeio cultural, pensei em fazer como em Versailles e alugar um carrinho para passear pelo enorme jardim do museu. Mas aqui, embora o custo seja de 10 euros e os carrinhos tenham motor, a gente tem mesmo è que pedalar... è mole?! Como o garoto da foto nào fazia parte do aluguel, desisti.
O jeito foi tratar de ir comer alguma coisa, pra variar. Entào fui matar minha fome num lugar que me deixou cheia de saudades. Ai, ai...
Gente,acordar num feriado,e dá de cara com um banho de cultura desse,não tem prêço!
ResponderExcluirFernanda,posso lhe pedir uma coisa?
Dá mais uma esticada neste turismo,vai... Bjs.
Monica.
Mauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirNão conheço Roma ou a Itália pessoalmente, mas informações por mim obtidas anteriormente, quer sejam advindas de estudos pessoais, quer sejam prestadas por pessoas conhecidas que aí já estiveram, relatam que a Itália, especificamente Roma, possuem uma deficiência maior no sistema de transporte urbano público e coletivo, do que a França, Alemanha e outros países europeus.
Não sei se tal conclusão a qual cheguei, baseado nessas informações procedem. Muito menos comento isso com o intúito de desfeito à cultura italiana e latina. Trata-se apenas de um comentário em uma troca coloquial, afinal, somos também latinos, mais especificamente, latino-americanos e com bagagem 3º mundista.
Seja como for, gente boa e gente ruim existe em todo lugar. Mas, pelo que concluí, o trânsito de veículos particulares em Roma e outros grandes centros urbanos italianos é mais intenso em função desse maior déficit na oferta de transporte urbano público coletivo. Mesmo assim, a Via Vêneto, comparada por você como a nossa Visconde de Pirajá em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, é por mim entendida como uma referência de um bairro ou vizinhança, como sendo de maior poder aquisitivo e sofisticação socio-econômica consumista.
Contudo, não vislumbrei na foto por você disponibilizada, o caos urbano no trânsito, quer seja de pessoas e veículos, compatíveis com nossa rua ipanemense. Estarei eu errado, ou, o momento que a foto foi tirada era propício e tranquilo para uma circulação bem mais fluídica?
Tal assunto veio-me à mente, pois acabei de ler editorial, na página 06, na edição de hoje do jornal que tem nome de biscoito de polvilho, tão conhecido de priscas eras em nossas praias cariocas, onde, inicialmente em tal texto, consta a preocupação com o crescimento desordenado de nossas cidades, especificamente tratando da expansão da zona oeste, em Vargem Pequena e Guaratiba.
Entretanto, no final do texto, exorta que a expansão das cidades, faz parte de uma vocação natural e que o poder público nada pode fazer quanto a isso. Colocando tal "vocação natural", no nível de um cânone incontestável, absoluto, tal qual um auto de fé ou divino. Vejo tal argumento como uma defesa do mercado especulativo imobiliário e da construção civil.
Algo bem típico de uma mentalidade liberal capitalista que deseja um Estado cada vez mais incipiente, microcéfalo e mínimo, de modo a não interferir na "natureza" das regras moribundas, apodrecidas e parasitárias que só tem alimentado a ideologia da mentalidade de máquina de moer vidas e que tem causado tantos danos evolucionistas às sociedades em todo o planeta.
Conforme relatei anteriormente, não conheço a Itália tão bem quanto a França, mas na França, certas cidades já não crescem mais em função de um equilíbrio exigido pela legislação e cobrado pelo poder público, necessário para a manutenção da qualidade de vida do sistema urbano. Levando e estimulando o crescimento urbano nos municípios menores e mais afastados de tais complexos. Tudo de forma mais perfeita e equilibrada possível.
Não quero com isso dizer que a França seja um país perfeito, que os francêses, seus partidos políticos e políticos, são o povo perfeito. Fosse assim, tudo estaria perfeito por lá e nada mais haveria de ser feito ou aprimorado. Mas, sem dúvida que, um povo com esteio educacional, previdênciário, econômico e conceitual de saúde, ecologia e cidadania, enquanto equilíbrio de qualidade de vida e mentalidade governamental garantida e exigida por lei, institucionalmente pela sociedade, possuí consciência e objetivos coletivos éticos bem mais aprimorados do nossos povos latino-americanos e 3º mundistas.
É por esse motivo imperativo da mentalidade de máquina de moer vidas, presente em nossa sociedade, que grupos lutam para manter "tudo dantes no quartel de Abrantes". Enquanto os anos passam, as décadas se superam e os séculos se renovam.
Felicidades e boas energias.
Gostei da roupa da sra. Willie Wonka. Ass: Fauninho
ResponderExcluirAdorei as fotos e adooooro estatuária, especialmente Bernini, que realizou uma de suas obras primas absolutas, representando um dos fatos artísticos mais importantes do século 17: a capela Cornaro na igreja de Santa Maria da Vitória, com o impactante O Êxtase de Santa Teresa. Em vez de representar um evento estático, organizou o espaço exíguo da capela como um cenário teatral Esta composição reflete a sua experiência como cenógrafo. A fusão de arquitetura, pintura e escultura é ainda mais intensificada pela combinação de mármores coloridos, resultando em experiência visual única, exemplo maior de arte madura e trimendisional. Especialmente nesta escultura seu ideal de transformar a forma estática de arte em mármore, num redemoinho de roupas, movimentos e cabelos, atingindo o ápice , só faltando à escultura, transpirar, ofegar, gemer, falar, enfim, viver concretamente.
ResponderExcluirPorém, caso você vá à imperdível FLORENÇA, "há um caso diferente, que marcou meu coração prá sempre": o David de Michelangelo. Ela é a escultura prestigiada mais famosa do mundo.Vê-la e quase tocá-la...foi uma das raras vezes e, certamente a mais intensa, em que senti o que era epifania. Mais popularmente, eu diria: quase tive um troço, um treco, um piripaqui ou um siriri campelo rsrs. Assim que retornei ao Brasil, isto em eras pristinas, comentei este fato com um prima casada, que confessou ter ficado possída e quase em transe também, diante da beleza avassaladora daquela mítica escultura. Quando uma pessoa_e quanto mais sutil e sensível, melhor_ aprecia essa obra prima do século XVI logo reconhece o porque de tanta fama. As formas anatòmicas dadas pelo artista são fabulosas. Michelangelo capta o exato momento de reflexão na face do herói, mostrando enorme concentração enquanto ele decide de que forma irá salvar seu povo. O objetivo era mostrar o momento pelo qual passavam os florentinos, com o despertar de uma nova era, pois acabavam de se livrar de um período político turbulento.
Continua no próx. post
Continuando
ResponderExcluirA importância, a superioridade e o recado subliminar nesta representação de David antes da batalha, evidenciam-no tenso, mas não tanto no físico como no sentido mental. O estilingue sobre os ombros é quase invisível, enfatizando que a vitória de Davi foi uma primazia da inteligência, não da força bruta. Como a inteligência é o maior atributo humano, dispensa mais cometários.
O magnífico escultor acreditava que a beleza terrestre é o "véu mortal" através do qual reconhecemos a graça divina, que só a amamos e devemos amá-la porque ela reflete e é única forma tangível de atingirmos a visão do divino, pois a contemplação da beleza dos corpos deve elevar a alturas celestes "o olhar sadio".
Deleitando e instruindo todo aquele que com ela entra em contato, a obra de arte teria, por meio da beleza, a capacidade de elevar a mente do espectador "a uma contemplação da beleza divina e, consequentemente, à comunhão com Deus". Por sua capacidade de criar com a mesma maestria com que Deus criou o mundo, Michelangelo foi qualificado no seu próprio tempo como "o divino".
Em Michelangelo, o amor ao corpo é o amor ao espiritual, aquilo que não se apaga com o tempo e leva a mente à contemplação do divino. Davi, embora represente o corpo humano, escapa de sua realidade corpórea, transmitindo diretamente uma ideia pura. A natureza do corpo criada pela essência do espírito.
Ele foi um dos poucos artistas (arquiteto, pintot e escultor) do mundo erudito que puderam penetrar na cultura popular e criar um folclore a seu respeito. Ele deu o nome a uma quantidade de pessoas, estabelecimentos de ensino, empresas e produtos comerciais de vários tipos, incluindo uma mão biônica É nome de um vírus de computador, de um grande transatlântico de um asteróide, de uma cratera no planeta Mercúrio de uma das Tartarugas Ninjas, Foi retratada no cinema, sendo considerado um clássico o filme The Agony and the Ecstasy (1965), Charlton Heston no papel do fenomenal artista.
Que viagem deliciosa estou, também, fazendo. Merci, QueriDannemann.
Abraço forte
EstMarcos