Bem... a viagem para Veneza foi num trem bem diferente do que eu esperava, confesso. Apertado, lotado e sem cafè da manhà. Na estaçào ferroviària fiz o xixi mais caro do mundo: 1 euro sò pra entrar no banheiro.
Quatro horas depois, cheguei à sucursal do Paraiso. Veneza è de um esplendor tào grande que nem me dei ao trabalho de tirar muitas fotos, porque a beleza nào cabe na lente da màquina fotogràfica.
O comèrcio è fervilhante e a cidade è absolutamente lotada de turistas, mas incrivelmente nào è desconfortàvel caminhar pelas ruazinhas às vezes muito apertadas que fizeram com que eu me sentisse no labirinto do Minotauro. Veneza è, sem duvida, uma cidade para a gente se perder sem medo, porque tudo è lindo e todos os caminhos vào dar na Praça Sào Marcos. As ruelas, que por vezes se transformam em verdadeiros bequinhos, invariavelmente desembocam em algum lugar lindo: uma pracinha, uma rua mais larga, um canal cheio de gòndolas e vitrines, muitas vitrines que vendem de tudo. Os prèdios sào marcados pela umidade e atè quem nào è alèrgico espirra o tempo todo... mas espirra feliz!
As barracas de ambulantes tambèm estào là, mas nào poluem a paisagem. E os vendedores de bolsas Louis Vuitton e Gucci falsificadas estào por toda parte. Vocè nào pode olhar a mercadoria nem de relance, porque eles começam a andar atràs de vocè tentando vender a qualquer preço acima de 35 euros.
Por falar em Louis Vuitton, pela primeira vez entrei em uma loja da grife e quase que fiquei doida de vez e comprei um exemplar... fui salva pelo hàbito que tenho de sempre deixar para amanhà a besteira que posso fazer hoje.
Por outro lado, nào tive a menor vontade de gastar 160 euros para passear de gòndola com meu co-piloto. Elas sào pretas por fora e vermelhas por dentro, o que me causou mà impressào e me fez pensar em filmes de terror. O vaporetto, barco que faz o transporte publico è caro, custa 6,50 euros, mas vale o passeio.
Aliàs, toda hora rola um engarrafamento de gòndolas, e è engraçado de se ver. Os chineses, que invadiram a cidade com suas càmeras fotogràficas, fazem fila para dar uma voltinha.
Na cidade que chove e faz sol quinhentas vezes ao dia, a gente tem sempre que ter um guarda-chuva em punho, mas nào se cansa de caminhar e olhar os detalhes de uma arquitetura impressionante, e de prèdios, que sào tortinhos (mas nem tanto quanto os de Amsterdam) e ricamente decorados...
Tudo è tào lindo que nem as roupas no varal estragam o visual, pelo contràrio: elas causam uma sensaçào de aconchego, e a gente viaja na maionese e chega a esperar ver uma personagem da Sophia Loren gritando na janela, com aqueles olhòes cheios de làgrimas.
Na Praça Sào Marcos, tomei o melhor chocolate quente da minha vida, enquanto observava a paisagem e ouvia as musicas italianas impecavelmente tocadas por uma das muitas orquestras que hà nos cafès que circundam a àrea.
Olha isto! Em cima do creme, reina o biscoito com o nome do cafè, escrito com chocolate... um luxo!
Olha isto! Em cima do creme, reina o biscoito com o nome do cafè, escrito com chocolate... um luxo!
E o conjunto...
E o meu italianào à mesa, me esperando!
Meu coraçào nào agentou, e chorei de emoçào!
Fernanda,
ResponderExcluirVeneza ..... que saudades .... a cada foto sua, e como voce tao bem a descreve, com detalhes e sentimento ...... me transportei .... e quando me vi ....estava em Veneza outra vez ......uma sensacao tao boa .......obrigada .....
E continue aproveitando esta maravilhosa viagem.
Felicidades,
Gilda Bose
Gostei e vou adotar! "Deixar para amanhã a besteira que posso fazer hoje". Estou precisando disto com uma emergência que você não pode imaginar. Ultimamente tenho imaginado demais o outro lado e, Veneza, me da a impressão de um portal manso, acessível, para...entregar meus melhores pensamentos ao universo.
ResponderExcluirNão Fernanda,comprar uma bolsa dessa griffe,não é besteira,e sim um "pequeno agrado"que fazemos a nossa vaidade,realmente mais proveitoso do que pagar essa fortuna por um passeio de gôndola. Bjs.
ResponderExcluirMonica.
Pois é, queriDannemann...Veneza é isto mesmo: olha e chora!!! Como sou antiquíssimo rsrs, eu digo mesmo que é pra babar!Quando aíestive, em tempos d'antanho rsrs...fiquei hospedado na casa de um amigo querido e foi "tudibom".
ResponderExcluirAlém da exterioridade esplendorosa e cinematográfica (é puro cenário!)da cidade _e nenhuma se parece com ela, singular e belíssima que é_ conheci, também, a interioridade da sua vida cotidiana, digamos assim.
Agora vc pode acrescentar ao seu/nosso "Oh! Minas Gerais...quem te conhece não esquece jamais"...mais dois nomes, pelo menos : que tal Paris e Veneza? Há, porém, um pormenor: Veneza em poucos dias se faz dominada.A inexcedível, hipnotizadora, invulgar e personalíssima Paris, entretanto...nem uma vida seria suficiente para devassá-la.
Beijão
EstiMarcos
Em conversa com o Lúci(d)o, ele comentou que o passeio da minha blogueira favorita esta excelente e lembrou, que o patrono da cidade é São Marcos(hum...), com festa em 25 de abril. Confira, então. Disse-me que, além da atmosfera e música mágicas, é o Florian, da foto, o melhor e mais caro
ResponderExcluircafé de Veneza. Também estou adorando esta viagem virtual.Obrigado pelas fotos e fatos.
Sobre sua má impressão sobre as gôndolas, não está equivocada...elas eram inicialmente utilizadas apenas como embarcações fúnebres.
Ele disse que você está amando a cidade, não sem motivos, mas , principalmente, por ela ser símbolo do romantismo e inspiradora de sonhos...daí você não ter conseguido conter a forte emoção, como boa romântica que é, além da enorme sensibilidade.
Sugeriu que você visitasse, obrigatoriamente, um ponto de luxo veneziano: O Lido, praia dos ricos e famosos, fundamentalmente porque foi cenário do deslumbrante filme clássico Morte em Veneza. Se puder, peça pra dar uma "olhadinha básica" no interior do hotel de arquitetura clássica e majestosa, que serviu de locação.
Embora ele não seja nada romântico, também adooooora Veneza como cidde cenário e que continua quase a mesma desde a Idade Média. Estética e cultura, pra ele, é quase tudo... e estou conforme.
Tenha excelentes momentos durante toda a viagem, e também no regresso, claro!
Abraço com afeto
Danilo