-- E aí, meu querido, tudo bem?
-- Fluminense perdeu de três a dois com gol no
último minuto! Fala aí pro teu marido...
(Meu marido já sabe: está “p” da vida, aliás, ao
contrário do meu amigo, que também torcedor do time, dá a notícia sem emoção
nenhuma, como se fosse jornalista esportivo. Sempre admirei esta sua maneira desapaixonada
de torcer).
Mudo de assunto pra dar uma animada.
-- Mas e aí, como é que foi sua viagem de fim de
semana?
-- Menina, a cidade está indo parar debaixo da areia
da praia! O mar já engoliu dez ruas!
-- Credo! Então vamos deixar esta cidade pra lá e
falar de outra coisa mais interessante, porque viajar para a Nova Iorque do "Planeta dos Macacos" não tá com nada...
-- Você viu o cara que batia nos cachorros lá no
petshop? Saiu em todos os jornais durante a semana toda! O covarde sumiu. Batia
de soco na cabeça do cachorro...
-- Não, eu não acompanho notícias horrorosas.
-- Ah, é! Você gosta de TV a cabo e Discovery. Eu
também ando vendo Discovery. Dia destes vi uma documentário super legal, lá na
África. Por causa de uma seca, a bicharada migrou para um lugar que tinha um
riozinho bem pequeno. Leão, elefante, jacaré... só bicho grande. O hipopótamo
deu uma mordida na cabeça da leoa, você tinha que ver! Arrancou um pedaço do
focinho da bicha...
-- Não, eu não tinha que ver... escuta, você tá pior que os
programas horrorosos da televisão. Não dá pra falar de alguma coisa mais
leve não? Quem sabe as baixarias da novela... conta aí as últimas da
Carminha...
-- Tá bom. Vou contar uma que parece mesmo cena de novela. Fui comer uma pizza em Copacabana
agorinha mesmo. Sabe que vi uma moça bonita pra caramba,
bêbada quase de cair, brigando com o balconista de um pé-sujo porque não tinha
grana pra pagar e ainda queria outro chopp?
-- Sei...
-- E o balconista queria que ela pagasse com uma
transa! Você não imagina como ele fez a proposta...
Desisti.
-- Olha, eu vou ver um pouco de televisão, ok? Tá
começando aqui um programinha sobre o Universo que deve estar mais leve que
este papo de hoje: “grandes colisões”.
Bom dia Fernanda,
ResponderExcluirOlha só a minha situação: residindo em Paracatu, sem um belo calçadão a beira mar (e nem precisava ser um belo calçadão), atleticana de coração, tive que assistir ao jogo Flamengo X São Paulo, para ter notícias do jogo do Atlético, pelo fato do jogo ter sido em BH, não foi transmitido para o estado de MG.
Lá em casa todos eram cruzeirenses e eu, talvez por um ato de rebeldia (que é uma das minhas qualidades), eu era a única atleticana, de bandeira e tudo o mais .... e sou até hoje.
Quando mais jovem era mais doente, hoje me permito assistir um jogo quando eu quero assití-lo, sem fanatismo, mas com muita emoção.
O mais engraçado é que meu filho (Toninho) é atleticano doente, mas doente mesmo, e a minha filha (Carolina) é atleticana sem nenhuma paixão.
Para irritar o Toninho, ela mudava para o time que ganhava do Atlético...... aí já viu né?
Quando o Atlético ganhava, ela virava atleticana de novo, só para irritar o irmão, que a chamava de vira-folha e a confusão estava feita. Era até divertido.
Não sei porque me lembrei disso, mas aqui é o Alma Lavada, e voce Fernanda tem o dom de arrancar da gente a mas íntima lágrima da nossa alma e as mais profundas lembranças das nossas vidas, e já te falei isso num post antigo.
Obrigada por tudo isso.
Beijos,
Mercedes
Querida Mercedes, adorei a história futebolística da sua família! Aliás, adoro histórias familiares, elas sempre aquecem o coração da gente, né? Agradeço muito por você compartilhar sua lembrança aqui com a gente, isso é que enriquece o blog, além de me deixar muito feliz. Sabe, fiquei feliz também com as palavras do último parágrafo; confesso que nem sei o que dizer... apenas isso: fiquei feliz demais. Bjos!
ExcluirQue amigo mala! Sergio Natureza - BA
ResponderExcluirEle é meio mala mesmo, mas tem ótimo coração.
ExcluirMala, não, eu sou no máximo uma frasqueira.
ExcluirO amigo
A programação da TV é um lixo por que as pessoas gostam ou é o contrário??? Isso parece o tal: "quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?"... Não importa, mas o que interessa é que até os canais a cabo estão cada dia piores!!!
ResponderExcluirDuilio
Duilio,
ExcluirSe a TV é paga, não deveria ter propaganda, voce não acha?
Um filme no TNT leva o dobro de tempo por conta das propagandas.
Isso é um absurdo.... e ninguém faz nada.
Um abraço,
Mercedes
Assunto diferente: Você tinha razão quando disse que não podia se confiar no STF, devido ao efeito teatral.
ResponderExcluirAlfredo,
Excluirestão jogando para a platéia, com certeza.
Mercedes
Entre um amigo torcedor do fluminense e um livro,eu fico com a segunda opção.
ExcluirMonica.
Isso é coisa de flamenguista!!!
ExcluirO Blog da Fernanda evita a política porque a política está em absolutamente tudo. Explico: Para se concentrar numa extensão da existência humana é preciso declinar de outra... Extensão. Falei certo?
ResponderExcluirAlfredo... não escrevo sobre política porque não entendo o suficiente do assunto.
ExcluirMauro Pires de Amorim.
ResponderExcluirConcordo contigo, a tv brasileira tá péssima! Claro que, existem exceções, mas são raríssimas. No geral, na média, péssima. Escreví recentemente comentário no blog do Davis dizendo isso.
Há tempos atrás, escreví comentário relativo a texto passado seu, dizendo que percebo que a humanidade, ao menos aquí no Brasil, está em franco declínio, involuíndo e a programação da tv, vem a ser o reflexo desse momento, afinal, por trás da máquina, existem pessoas e são estas que escolhem, planejam, roterizam a programação, de acordo com o perfil da empresa e o perfil do público alvo.
Mas quem sabe, o pessoal dos altos escalões de planejamento da tv brasileira também esteja ciente desse momento de involução pelo qual nosso mundo passa. A grande questão é, se esse pessoal planeja esse tipo de programação em função da média do perfil involutivo conjuntural de nosso mundo ou se eles conscientemente, desejam aumentar, contribuir com tal processo involutivo?
Seja como for, todo meio de comunicação social, principalmente de grande alcance, possuí função, papel social compatível com seu alcance e consequentemente, reflexo na sociedade na mesma proporção, afinal, conforme afirmei em parágrafo anterior, por trás da máquina, existem pessoas e raciocinar, refletir, não deve ser encarado como anomalia, exceção, caso contrário, cada vez mais, o uso e desenvolvimento pleno das faculdades mentais, do cérebro, tornar-se-á exceção em nosso mundo e a microcefalia funcional, o padrão médio vigente.
Felicidades e boas energias.
Irretocável o comentário do Sr. Mauro Amorim. Nota 10!!!
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