Já devorei o sal
Do ressentir, do odiar,
Do alvejar por ira os meus cabelos,
Do mal-dormir, pelo pesar dos olhos,
Do deglutir na bílis o agravo.
Deixei passar o tempo
Amarelei ao sol
E repentina, vi a mágoa envelhecida,
Sem apetite para a nódoa do rancor;
Vinha comigo por costume pela vida,
Como canela e cravo.
E ao vê-la frágil, velha, imperiosa,
Posta aos meus pés, na tentativa no labor,
Vi-me liberta,
Do grilhão, dorida:
E daquele que odiei,
Poema de singular beleza. penso que o caminho da individuação,passe necessariaménte, por essa quase metanóia , que você divide com seus leitores.
ResponderExcluirParabéns por esse cometimento.
ANTONIO CARLOS
Que bom que você gostou: fiquei feliz!
ExcluirCom muito charme, você discordou do epíteto com o qual a reconheci no poema anterior, e digitou: "Bloguetisa???? Quem me dera... eu, assim como diz o Antonio Carlos, "cometo" umas mal-traçadas linhas de vez em quando"...
ResponderExcluirSe prefere, então... cometedora, "oquei", mas considero estas, também, belas e bem traçadíssimas linhas. Alforria poderia ter, também, pelo processo do auto-conhecimento sugerido...o título de Amadur(é)ser.
Santé e axé!
Marcos Lúcio
Se além do Antonio Carlos, o Pitaqueiro-Mor gostou, minha alegria é dobrada...
ExcluirNão é atoa que o Marcos Lúcio,chama vc de "bloguetisa".
ResponderExcluirMonica.