quinta-feira, 11 de julho de 2013

A Paris onde os franceses comem


Hoje descobri que, em Paris, todos os caminhos levam ao Marais. O bairro é muito grande, então você sai do hotel, caminha para o outro lado da cidade, pensa que está sei lá onde, e, quando vai ver... está não muito longe da Praça da Bastilha ou da Place de Vosges. Não faz mal. Não tem importância. O Marais é cheio de ruazinhas tão lindas e novidadeiras que é sempre uma descoberta atrás da outra.

E foi assim que hoje fui parar numa feira de comida onde há uma série de pequenos restaurantes, que oferecem desde macarrão a cuscuz marroquino, passando pelos pratos orgânicos. É o Marchê des Enfants Rouge, que fica na Rue Bretagne número 30. O segredo é que o melhor é ir de manhã. É uma boa oportunidade de conhecer melhor esta parte do bairro, diferente da área da Place de Vosges e sem muitos turistas.





Mais adiante nesta mesma rua há uma concentração de lojas de bijouterias finas, onde o preço é bom e os modelos são bem diversificados. Meu co-piloto poliglota foi perguntar a dois rapazes franceses onde é que ficava a Rua dos Arquivos.

-- Please, sir, where is de Archives Street?

E o rapaz, num francês impecável:

-- Rue des Archives???

Tentamos imitar a pronúncia várias vezes, enquanto ele nos corrigia seguidamente… até que desistiu, obviamente, porque afinal de contas pronunciar o francês direito é coisa que exige anos de tentativa e erro...

Caminhando pela Rue de Rivoli está, reinando em uma esquina, o Hotel de Ville, que apesar do nome é a sede da prefeitura. Foi dali que a Maria Antonieta saiu da prisão para ser decaptada. É uma construção belíssima onde, nos jardins da frente, há uma feira de livros. A Rue de Rivoli, inclusive, assim como a Saint Honoré e o Boulevard Madeleine, vale demais a caminhada.




Na Rue Saint Anne está a concentração dos restaurantes japoneses, e de lojas japonesas também, que vendem coisas lindas.
 
Outra coisa: quando bater aquela vontade doida de tomar um suco de frutas, todo cuidado é pouco. Aqui os sucos são lindos, mas sempre deixam a desejar. Nos restaurantes, um suco de laranja nunca é feito na  hora, então chega já com gosto de anteontem. Hoje arrisquei um de aparência sedutora:

 
Ai, decepção! Confiei na cor e na robustez das frutas vermelhas e me dei mal: era uma limonada azedíssima que me lembrou o pé de limão-cravo que tínhamos na horta de casa, em Minas, e cujos limões minha mãe usava para temperar as saladas.

Mas então, no Chatelet, nos arredores do Pompidou, encontrei uma preciosidade: uma loja de frutas onde os sucos são feitos na hora, na sua frente, com as frutas que você escolhe. Tomei dois: morango, melancia e abacaxi foi o primeiro; depois fui de manga (com casca!), morango e pêssego... e os dois estavam deliciosos! Um café da manhã perfeito para quem não aguenta tanta baguete! Anote o endereço: Rue Coquilliere número 75001.

 
Minha outra descoberta foi a Rue Mouffetard, do outro lado do Sena, na estação Place Monge do metrô: uma ladeirinha leve onde há uma deliciosa concentração de restaurantes e bares típicos e onde podemos apreciar a cozinha turca, indiana, grega, chinesa, iraniana, francesa, japonesa, mexicana, espanhola, argentina e sei lá mais de onde!

 
Então, lá em cima, está a Place Contrescarpe, com um chafariz cercado por restaurantes. É aí nesta área toda que se concentram os jovens de Paris, e o astral é altíssimo. Entrei na fila pra comprar um crepe em forma de cone e cujo recheio é escolhido na hora do preparo, enquanto o cozinheiro faz tudo ao vivo e à cores, inclusive receber o dinheiro do cliente, dar o troco e pegar o queijo e o presunto do recheio sem lavar as mãos. Confesso que quase desisti...



Nesta rua há também uma lojinha de DVDs (com filmes franceses deliciosos, mas o Frank, dono do estabelecimento, me disse que todos são sem legenda em idioma algum!) e de CDs muito baratinhos. O Frank é super simpático e se esforça pra bater um papo mesmo sendo ele igual aos DVDs, e falando só em francês...
 Na volta, se você tiver sorte, pode pegar um bom show de sax no metrô, mas se contribuir com menos de 1 euro, o artista vai reclamar...



 

4 comentários:

  1. Mauro Pires de Amorim.

    Pois é, conforme te relatei em comentário a texto seu anterior enquanto você ainda estava em Londres, mau cheiro em Paris durante o verão só o futum de cecê dos 2 jovens também consumidores na sessão de CDs da grande loja da Fnac que fica próxima à Garre Saint Lazaire.
    No mais, naquela época, que por sinal era uma época de maior estabilidade econômica, não senti outro mau cheiro ou vi grande sujeira nas ruas parisienses, nem sequer um papel na rua vi.
    A única exceção foi o dia em fui ao Mont Martre, na subida da Rua Le Pic, que por ter uma mercearia que vendia frutas e verduras bem na esquina, havia na calçada caixas de embalagens e sacos plásticos, mas que já estavam sendo prontamente recolhidos pelos lixeiros parisienses no caminhão de lixo no exato momento em que iniciei minha subida, algo bem razoável.
    Naquela época das vacas gordas da economia e estabilidade econômica, pessoal de verde claro, cor do uniforme dos serviços de infraestrutura e manutenção de Paris não deixava a desejar e os parisienses se orgulhavam de possuírem umas das cidades mais limpas do mundo, contando também com a ajuda e consciência do restante da população, claro.
    Mas hoje em dia, com o efeito psicológico molambo sobre o povo em geral da falta de estabilidade econômica e incertezas sobre o futuro, provavelmente a população perdeu a confiança e até deu uma molambada nos modos e comportamentos, passando a sujar, depredar e mijar mais nas ruas.
    Para você ver, políticas de estado e rumos tomados pelos governantes causam reações e efeitos psicológicos no povo em geral também. Não é a toa que em todos os continentes do planeta existem protestos e manifestações por um mundo melhor e por governantes e governos mais coerentes, mais afeitos com os desejos e anseios de seus governados.
    Felicidades e boas energias.

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  2. Os que temos alma mais sensível, ao colocarmos os pés na capital francesa, encantamo-nos com a exuberãncia clássica da Cidade-Luz, com seus infinitos atributos, e não só seus inestimáveis patrimônio históricos, marrelógico!, além de ser o primeiro destino turístico do mundo. Para o chiquê básico rs...uma passadinha na bela Place Vendôme dos grandes criadores de moda e da requintada joalheria, com o Museu Chaumet , onde estão maquetes de 200 anos de obras-primas da ourivesaria. Para passear, flanar...nada como os Jardins de Tuilleries, o Bois de Boulogne e o imperdível Jardin de Luxembourg (com belos plátanos orientais e nogueiras do Cáucaso), e dos mais belos da cité. Se quiser mais dicas, solicite-as.
    Divirta-se e sorva Paris...+ santé e axé!
    M.L

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  3. Perfeito: "Mas hoje em dia, com o efeito psicológico molambo sobre o povo em geral da falta de estabilidade econômica e incertezas sobre o futuro...", do sr. Mauro.

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  4. Voilà!!!....alguns dos melhores crêpes (há, no mínimo, 20 creperias ótimas).
    Tradição tipicamente bretã, os crêpes e as galettes complètes fazem o maior sucesso em Paris: do tradicional recheio fromage et jambon, aos sabores mais elaborados, sem se esquecer dos doces, essas massas fininhas e deliciosamente recheadas são uma boa opção de refeição saborosa, nutritiva e rápida…

    Breizh Café
    O número 1 da lista de crêperies, Breizh Café se situa no coração do quartier do Marais, deixando de lado o rústico bretão, para investir num ambiente moderno e chique – e por isso seu lema é «la crêpe autrement»! É sem dúvida a crêperie mais tendência da capital francesa! Os ingredientes utilizados são de primeira qualidade, todos artesanais… crêpes e galettes muito saborosos.
    109 Rue Vieille du Temple
    Metrô: Saint-Sébastien-Froissart ou Filles du Calvaire

    Quarta a domingo, de 12h às 23h; domingos até 22h.


    Ty Breiz

    Ambiente bretão e crêpes autênticos… uma boa combinação para provar crêpes saborosos, com receitas tradicionais.

    52 Boulevard Vaugirard 75015 Paris
    Metrô: Pasteur

    Segunda a sábado, 12h30 às 14h30 e de 19h às 22h30.



    Crêperie de Canettes (dê uma passadinha...se for ao charmoso Quartier de Saint-Germain-des-près... d'accord???)

    Uma crêperie charmosa, num ambiente simpático, no movimentado quartier.
    10, rue des canettes 75006
    Metrô: Saint Germais-des-Près ou Mabillon

    Segunda a sábado, de 12h às 15h e de 19h às 22h.



    Crêperie Bretonne Fleurie… de l’Epouse du Marin

    Um endereço gostoso para comer um bom crêpe no quartier da Bastille… ambiente simpatico!

    67, Rue Charonne 75011 Paris
    Metrô: Charonne ou Ledru Rollin

    Segunda a sexta de 12h às 14h15 e de 19h às 23h15 e sábados de 19h às 23h15.


    Crêperie Suzette (no badalado , bacana e singular Marais)

    Situada não muito longe da Place des Vosges e do museu Picasso, esta creperia é bastante frequentada e o crepe Suzette Flambée é inigualável.

    24, Rue des Francs Bourgeois 75004 Paris
    Metrô: Saint Paul

    Dicas do Danilo, para restôs bons (no preço) e charmosos.
    Le Jaja

    3 Rue Sainte Croix de la Bretonnerie,
    Les Philosophes

    28,rue Vieille du Temple, ao lado da sorveteria Amorino.
    Ambos no agitado e pacífico Marais.

    Se estiver em Montmartre,


    Ambiente simpático com decoração bistrô provençal Produtos de boa qualidade, carnes da raça Aubrac, legumes e saladas fresquinhas.

    O carpaccio estava delicioso. O filé com batatas do neto, também.

    Todos os dias, das 12 às 20h, o restaurante oferece um menu com entrada + prato principal por 15 euros. À partir das 20h, ele possue menus a 22 e 29 euros.

    Auberge du Clou – 30 avenue Trudaine

    Certamente naqueles endereços você comerá um autêntico e deliciooooo crepe francês, "comme il fault!"...et bon appétit ma chèrie....
    Santé e axé!
    M.L.

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