terça-feira, 9 de julho de 2013

I love Paris in the summer


Olha, no verão, Paris é outra cidade. A começar pelo céu azul às dez e meia da noite:
 
Na primavera, quando estive aqui, peguei um frio desgraçado... mas agora faz um calor “daqueles”, e eu até tenho usado um guarda-chuva pra andar por aí. O bom é que tem fila em sorveteria na cidade inteira. Ontem mesmo ficamos quase uma hora (sem exagero) na fila pra tomar aquele que disseram ser “o melhor sorvete da cidade”. Então vimos que só havia um atendente! Ou seja: eles botam um só atendente pra formar a fila, que por sua vez é um chamariz de incautos...
Onde está Wally??? Lá em Londres, ninguém me descobriu...
 Pode até ser que para eles o sorvete seja o gostosão, mas pra nós não foi, porque era simplesmente uma bola de sacolé de tangerina, saca?



No verão o sorvete é a vedete em Paris, mas eu vim aqui foi pra comer croissant e acabei descobrindo que o falafel chegou para ficar: as filas também se multiplicam, sobretudo no Marais, pra disputar um maravilhoso sanduíche de falafel, a ser comido ali no meio-fio mesmo, porque sentado à mesa é mais caro.




O Marais, aliás, é uma festa de arromba no verão, sobretudo nos bares e pubs gays. Olha a fila de novo aí:

 
A cidade fica mais suja nesta época, lembra até um pouco o Riô de Janeirrrô, tem cheiro de xixi em alguns lugares, acho que no calor os mijões se animam a abrir o zíper nas esquinas. E as francesas? Elegantérrimas no frio, no verão elas dão uma certa pirada na batatinha...




E os homens... bem... a imagem fala por si:

 
Eu não entendo uma coisa dessas, mas sabe que as europeias só se preocupam com a produção do tornozelo pra cima? Pé, aqui, parece que não tem valor. Dá uma conferida:

 


Mas o verão é curtido ao máximo pelos parisienses, que gostam de ficar sob o sol forte o dia todo, coisa que nós, dos trópicos, só fazemos na praia. Mas lembro de uma amiga italiana que, quando vai ao Rio no verão, curte o calorão de 40 graus e pede pra gente não ligar o ar-refrigerado. A praia do francês é o canteiro da praça e as margens do Sena, onde alguns praticam mergulho. Eu, que tenho o marzão carioca, fico de fora e corro para o conforto dos cafés.


E por falar em cafés, ninguém quer ficar lá dentro: os salões internos ficam às moscas. Todo mundo quer mesa no sol... o suco de laranja é feito de manhã e vendido à tarde, vem já com aquele gosto de passado... e custa 7 euros! A água mineral custa 1,80 na farmácia, mas na mesa do bar sobe pra 4... o segredo é pedir “eau” (pronúncia: “Ô”) e eles trazem uma garrafa de água do filtro, que resolve muito bem o problema e é de graça, assim como a cesta de pães, que vem muito bem servida. Penso que no Brasil, a cestinha é magrela e custa bem caro, inclusive nos melhores restaurantes.
 Me meti a comer um legítimo crepe francês e o garçon me serviu um envelope de papel pardo, sem gosto de nada. Isso é um crepe?! Parece mais um "credo"!
 
 
No metrô, proliferam os cantores que carregam microfone e caixa de som, e tocam o rebu geral. Ontem apareceu este aí, cantando "Ai, se eu te pego!". Pensei que fosse brasileiro, mas pra minha surpresa era... romeno!
 
Outra coisa que reparei é que no verão os mendigos aparecem mais, acho que é porque a temperatura favorece. Mendigar no frio europeu é para poucos.

 
Por falar em mendigar, hoje estive na igreja de Nossa Senhora das Graças, local onde a Virgem já apareceu. Uma jóia escondidinha atrás de um portão acima de qualquer suspeita, bem no centro de Paris, e onde você pode comprar medalhinhas que, vez por outra, algum fiel oferece de graça lá em Copacabana, no altarzinho humilde que a Nossa Senhora das Graças tem, sobre o túnel na esquina da Djalma Ulrich.
 


5 comentários:

  1. Tenho um amigo brasileiro que chegou duro na França, entrou num bar e pediu cheio de estilo:

    - Um cópe de Ô de lá bique, plisê.

    SERGIO NATUREZA - BA

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  2. Fernanda,


    Paris .... ate suspirei .... ainda bem que voce notou o ceu azul e claro ate as 22:30 hs ... nao e uma beleza ......

    Aproveite ao maximo ... a vida e bela ....

    Felicidades,

    Gilda Bose

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  3. Agora voce esta no lugal certo!
    Uma dica: O antigo Bistro de la Gare (hoje sob o nome Montparnasse 1900)em Montparnasse (se nao me falha a memoria, no numero 57 ou 59 da Blvd. du Montparnasse). Super agradavel, romantico, gostoso. Vale a pena!!

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  4. Adorrei as fotos!!!Sou suspeitíssimo para falar da cidade mais linda, cultural e charmosa e que mais encantamento provocou e provoca em mim. Darei somente mais umas dicas do Marais (cheio de galerias, restôs, centros culturais etc.) que é imperdível mesmo e, onde, não por acaso, o Chico Buarque tem apê.Se retornar lá...escolha uma mesa no Ma Bourgogne, na calçada, para apreciar melhor a movimentação da belíssima Place des Vosges (domingo à tarde, então...u-la-la!). Uma passadinha básica pelo Museu Picasso é de lei...assim como o Museu de Arte Moderna de Paris.Uns minutinhos na Praça Igor Stravisnky são diversão garantida (a alegria das crianças no local... ajuda). Depois caminhe até o Forum Les Halles (subterrâneo) e , depois, dê uma entradinha na Igreja St. Eustaque, onde o grande Molière "descansa".

    Paris é top model mesmo...tanto que Nièpce e Daguerre inventaram a fotografia ali.Também uma geração de pintores visionários levou seus cavaletes para as ruas dando nascimento ao magnífico IMPRESSIONISMO. Por sorte (par hazard, em francês rs) , também em Paris os Irmãos Lumière conceberam as primeiras imagens de cinema. Nada mais justo e merecido.Se os sábios das imagens surgiram na capital da França é porque era imperioso registrá-la como é:evidentemente linda... e não só para os conhecedores de estética. Paris é como o champanhe... para quem aprecia esta alegria líquida e borbulhante.
    Carpe diem.
    Santé e axé!!!
    M.L.

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