As noites do fim de semana, ao menos nesta época do ano, são uma festa em Berlim, cos bares lotados, meninas andando de bicicleta pra todo lado, muitos táxis nas ruas, bondes que não param. E então, no domingo de manhã, a cidade parece estar dormindo. E está mesmo. Domingo é dia em que o descanso é sagrado. Abri a janela do meu quarto e vi, do outro lado da rua, um casal peladão na cama, e nem aí para a vizinhança.
No domingo o comércio não abre. Só restaurantes,
assim mesmo nem todos. Alguma loja, aqui e ali, está a postos para fisgar os
turistas, mas em geral são brechós. Aliás, os brechós reinam na cidade. O bom é
que são super organizados, limpos e com ofertas ótimas. Nesta época do ano,
anunciam suas liquidações e a gente pode fazer excelentes compras, inclusive de
coisas novinhas.
Há até brechós especializados na antiga Berlim
socialista, como este aqui, onde a gente encontra de tudo e inclusive fotos de
família:
O verão aqui é mais frio que o inverno carioca. E
vamos todos para a feira de artesanato, comida e objetos usados que há na Eberswalder.
È o passeio do dia, e parece que todos os que não
quiseram ficar em casa foram pra lá. A praça onde rola a feira fica numa área
bonita, cercada por ruas com bares e lojinhas legais. Ao lado há um parque onde
o povo curte o verão.
Outra boa alternativa para o domingo é visitar o que
sobrou do famoso Muro. De metrô é bem fácil chegar lá.
... esconde, atrás deste portão acima de qualquer
suspeita...
Berlim, em suma, exige paciência e obstinação, caso
o visitante deseje captar o espírito local. Não é uma cidade de turismo fácil, ou
seja, para encontrar seu melhor, é preciso garimpar. O metrô não é confuso, mas
se você gosta de caminhar e ver a cidade, comprar o tíquete para vários dias
pode ser um erro porque pode-se fazer muita coisa a pé. Nós, por exemplo,
pagamos 70 euros por passe-livre por cinco dias e quase não usamos. Além do
mais, há bancos por toda parte, então sentar para descansar um pouco nunca é um
problema.
Apesar de a Alemanha ser a economia mais forte da Europa hoje, a impressão que tive até agora é que os berlinenses não cultivam o consumismo. Como já disse, os brechós são muitos e as pessoas se vestem de forma muito despojada. Os celulares de última geração não predominam por aqui, assim como os carrões modernos e luxuosos; ao contrário, a frota é antiga. Os carros dormem na rua porque não há garagens nos prédios, e isso me parece estar dizendo que carro aqui não é um valor para o povo. Mas há que se considerar que o transporte público é ótimo.
Amanhã vou dar uma circulada na região antes chamada
“Ocidental”, e aí te conto o que encontrei por lá.
Gostei bastante das fotos e comentários...realmente é uma cidade única e interessante (com história)...e já vale a visita. Mas destaco a repetição ou o encantamento provocado pelos peladões rs:
ResponderExcluir"vi, do outro lado da rua, um casal peladão na cama, e nem aí para a vizinhança".
"...estão de ressaca em casa e curtindo um descanso, peladonas na cama".
Fazem eles muito bem. Quem não quer ver estrela que não olhe para o céu rsrs.Nudez certamente é liberdade e conforto (ou desejo de?).
Santé e axé!
Marcos Lúcio