quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma caipira em Amsterdam






Meu amigo francês bem que avisou:

-- Em Amsterdam, cuidado com as bicicletas. E com a comida, que è ruim.

Se na Holanda os moinhos giram, as biclicletas voam! Là è o seguinte: bicicletas, motonetas, carros, bondes e barcos disputam cada palmo da cidade, que nao tem calçadas... e o pedestre que se vire para caminhar e se cuide para nao ser atropelado.

Sim, a comida tambèm è ruim, mas nao a ponto de fazer a gente querer voltar para Paris imediatamente, porque Amsterdam è de um alto-astral tao grande, que vale comer mal e tomar um susto atràs do outro com o trânsito.

A "viagem" ja começa bem no trem que vai de Paris e leva três horas para chegar ao que considerei a "Disneylândia" dos adultos. O trem è confortavel, silencioso e ainda serve croissant no lanche. Tive a mà-sorte de estar justamente no vagào onde alguèm soltou um pum daqueles envenenados, mas prendi a respiraçào para nào estragar o encanto. Depois de um cochilo pesado, acordei com meu marido rindo do meu ronco.

-- Dormi de roncar?! E voce nào me acordou?!
E ele:
-- Se o povo aqui solta pum na maior naturalidade, por que è que você nào pode roncar?



Jà na Disney, digo, em Amsterdam, a gente meio que vira maconheiro passivo, tanto è o cheiro de erva pelas ruas, principalmente nas cercanias do bairro Red Light, onde as ruazinhas cheias de cafès, sexy shops, restaurantes e lojas diferentes deixam a gente meio zonzo. Todo mundo ri e se diverte, como eu e a familia de ingleses que, juntos, ficamos pasmos diante de uma vitrine.



Amsterdam vale uma viagem de dois dias, tempo suficiente para andar de barco pelos canais, caminhar pela cidade, visitar o Museu Van Gogh e descobrir que foi ele, o gênio holandês dos pincèis, que bolou a primeira campanha anti-fumo do mundo:



E ver gente diferente, coisas diferentes...







Aliàs, as lojas sào incrivelmente diferentes de tudo o que estamos acostumados, a ponto de atè dificultar a vida da gente.








Eram seis da tarde quando entrei num lugar chamado "Cafe" e perguntei a mocinha que estava no balcao:

-- Você tem chà?
-- Claro! Que tipo?
-- Digestivo.
Ela fez cara de quem nào entendeu e tive que explicar:
-- Comi muito, preciso de algo que me ajude...
E ela mandou na lata, antes de me dar as costas:
-- Procura uma Starbucks!

5 comentários:

  1. Mauro Pires de Amorim.
    Pelo que entendí, o "Café" que você entrou e pediu por um chazinho, tinha outros tipos de "chazinhos". Deveria ser um "coffeeshop", onde algumas drogas são permitidas e vendidas, tudo legalmente claro. Por isso o desinteresse da garçonete por você, tendo provavelmente, te considerado uma "manê", uma "caroço", alguém com quem ela estava perdendo o tempo.
    Nada contra as drogas, sejam as legais ou ilegais. Penso que cada um tem que saber o faz, com o que se envolve e com quem tem como compania, bem como as sociedades evoluírem e oferecerem oportunidades plausíveis, reais e variadas de desenvolvimento e carreiras para seus cidadãos, de modo que cada um possa verdeiramente optar por seus caminhos.
    O pior mesmo, é o culto desinfreado ao dinheiro, ao lucro e aos ganhos, que criou uma ideologia, onde este vem sempre em primeiro lugar e as pessoas e vidas depois.
    Portanto, é bem comum encontrarmos em todos os lugares do mundo, pessoas que só fazem algo por nós, ainda que seja uma pequena gentileza, algo que considero como sinceridade e honestidade básica da convivência social, pelo qual não se cobra valor pecuniário ou qualquer outra vantagem, caso recebam a quantia mínima em termos pecuniários ou vantagens por elas elencadas em seus critérios de valorações.
    Como você percebe, tais pessoas são na verdade, superficiais, interesseiras, mercenárias. São capazes de te chamarem de amigo, amiga, querido, querida, amor, enfim, te fazerem diferentes afagos e elogios, mas na verdade, tudo não passa de estratégia publicitária em função de terem obtido de você a quota ou preço por estarem contigo em sua compania. Pouco importando para esse tipo de gente, quem você realmente seja em termos de caráter e consciência ou alma e espírito.
    Todos sabemos da importância do dinheiro, mas sem critérios éticos sólidos que nos guiem, mesmo numa sociedade mais evoluída que a nossa como a européia e outras, essa perda, deteriorização, involução conceitual é catastrófica. Por isso, penso ser cruscial se ter identidade, seja como pessoa e indivíduo, seja como sociedade, mas essa identidade só é conseguida por meio da ética. Caso contrário, vira esparrela comum ou gaguejando para ironizar, é...titica.
    Felicidades e boas energias.

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    1. Sim, Mauro, foi isso mesmo. Quando ela viu que o chà que eu queria nào era de cogumelos, me deixou falando sozinha! Bjs!

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    2. Mauro Pires de Amorim.
      Cometí erro de grafia na palavra companhia. Minha vítima dessa vez, ao assassinar o português, o idioma, não a pessoa(risos).
      Assim sendo, no 2º parágrafo, na 3ª linha, onde escreví "compania", na verdade, o sentido é "companhia".
      No mesmo sentido, no 5º parágrafo, na 6ª linha.
      Sinceros desejos de felicidades e boas energias.

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  2. As fotos estão ótimas e não consegui saber se vc gostou muito ou não desta cidade sem similares, principalmente no quesito ousadia ou transgressão, ou seja lá o que for.

    Como vc tão bem disse: lugar alto astral, para ver gente e coisas diferentes e se divertir. Quando digitei, atendendo seu pedido de dicas: " Tive a impressão de que era uma cidade quase irreal, de brinquedo de alto nível", não imaginei que poderia haver descrição melhor, como a sua: Disneylândia (que evidentemente não conheço, já nasci com espírito velho kkkk) para adultos. Bingo!

    Quanto à comida, justamente por isto não indiquei. Porém, se ainda estive na cidade, lembro que no cardápio típico local, as panquecas são paixão nacional e podem vir recheadas de queijo, presunto, sushi, etc.. Nessa linha, come-se a fartar no conhecido restaurante Pancakes!, na rua Beren.

    O povo holandês gosta muito de doces.(e você também, "né", queriDannemann?). Entre os mais populares, estão a famosa torta de maça, o drop (raiz doce com aromatizantes), pudim de chocolate ou baunilha, panquecas doces, entre outros.

    Se quiser comprar...o bairro comercial mais popular chama-se Negen Stratjes, onde velhas lojas de curiosidades fazem vizinhança com butiques modernas. Outra famosa zona de compras atende pelo nome de Nine Streets (Nove Ruas). Esse notável conjunto arquitetônico de vias está repleto de lojas variadas, estúdios, restaurantes bacanas e hotéis.

    Se quiser experimentar, beba Oranjebitter, licor de laranja, cor símbolo da família real..uma vez que já teve seu dia de Maria Antonieta em Versailles, é pertinente, não é mesmo? E uma vez rainha, rainha até morrer!.

    Santé, axé e divirta-se às escâncaras!
    Abração procê!
    Marcos Lúcio

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    1. EstiMarcos, minha avo veio da Holanda: meu co-piloto disse que è por isso que sou meio antipatica, e adoro doces! Em tempo: atè o fim da viagem te convido pra abrir uma agencia de viagens... beijao!

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